Opinião

Você e os outros

Participante: Eu acho que o contraditório sempre é interessante porque me faz ter novas ideias

Eu acho que o contraditório é interessante para aquele que quer ter sempre a razão. Para esse é interessante o contraditório, pois vai lutar para se impor.

Participante: Não. Eu posso ser convencido do contrário se tiver humildade suficiente para levar as coisas dessa forma.

Utopicamente pode. Na realidade, ninguém aceita derrota.

Participante: E como fica a posição do defensor público...

Na função dele deve defender. Só que não pode deixar o caso ferir o interior dele.

Ele pode lutar pela verdade do cliente, mas, por dentro, tem que estar imparcial. Digo isso porque se o cliente perder e ele internamente não estiver na imparcialidade vai sofrer.

Só que isso normalmente não precisa se falar com os advogados, pois a maioria só luta pelo cliente da boca para fora.

Participante: Então, a gente veio fazer isso na vida...

Pois é, voltando ao alerta, vocês vão ser cada vez mais levados a tomar posição. E o que é ser levado a tomar posição? O que lhe leva a tomar posição?

Participante: O sistema

Não: o outro.

“Como!? Você ainda está defendendo isso?”; “você tem que atacar, você tem que ser o que eu estou falando”.

Vocês serão muito chamados pelos outros a tomarem posição. Cuidado! Não aceitem esse chamamento. Não deixe isso entrar em você, afetar seu mundo interno. No seu íntimo, não tenha posição.

Participante: Joaquim, nesse caso, nem vale a pena você mostrar o outro lado do tanto faz?

Para quê? Eu estou mostrando e vocês não aceitam. Imagina querer mostrar para alguém que não recebe a mensagem que é preciso se libertar do sistema humano de vida.

Participante: Mas, isso seria interno. A vida pode me levar a escolher um lado...

Se isso acontecer, não deixe a opinião chegar ao seu coração.

Participante: Outra coisa. Não posso deixar esse “não tomar opinião” também virar a minha verdade. Porque aí vou olhar as pessoas que dão opinião e criticá-las ...

Isso. Você não deve ter opiniões, mas deve dar ao próximo o direito de tê-las.

Cada um tem precisa priorizar a felicidade ou não individualmente. Se o outro não prioriza a felicidade, problema é dele. Ninguém pode obriga-lo a ser feliz.

Você não pode fazer nada pelo outro para que ele seja feliz: só ele pode. A única coisa que pode mostrar é porque ele sofre. “Sabe porque você sofre? Porque é a favor ou contra isso. Se não fosse nem a favor nem contra, não sofreria”. Acabou; não diga mais nada do que isso.

Ficou claro? Então cuidado ...