Maya

Vivendo sem realidade

Voltando a definição de vida humana (sucessão de fatos). Já vimos que não podemos conhecer o que está acontecendo, porque é apenas uma prova, e nem a essência carmática que está sendo utilizada.

A partir disso voltemos ao nosso primeiro exemplo: o cami-nhar. O ser humanizado que busca reformar-se deve vivenciar o início do caminhar sem saber que está partindo, andar sem saber que está se locomovendo e alcançar determinado lugar sem saber que chegou. Ou seja, viver a vida sem aplicar valor algum ao que está se passando.

Essa é a evolução espiritual: quando o ser vivencia todos os acontecimentos da sua vida de uma forma equânime, ou seja, sem aplicar nenhum valor a eles. O roubo não é um roubo, mas algo que não se pode definir de modo algum, um nada. Andar não é andar, comer não é comer: tudo é um nada. É uma ação carmática que o ser humanizado não consegue entender porque está acontecendo e para que está ocorrendo.

É por isso que o Krishna diz que o sábio, o yogue, o verda-deiro buscador de Deus, liberto das coisas do mundo, transita por elas como um bobo, como aquele que não sabe nada, que não aplica valores a nada.

Pergunta: devemos, então, viver cada momento como se fosse o último?

Como se fosse o único, pois ele é único.

Cada momento é único porque o momento que se passou já acabou, não existe mais e o momento futuro ainda não chegou, não existe ainda. Então, só se pode viver o momento de agora como único, ou seja, sem saber de nada, sem vínculos a nenhum valor.

Pergunta: a escolha de querer evoluir para um novo mundo ou viver encarnando em um outro mundo menos evoluído ainda pode ser feita?

É o momento de fazê-la.

Essa é a última oportunidade para aqueles que estão encar-nados compreenderem que precisa haver essa escolha e lutarem para fazê-la. É a hora de se buscar não a vida na felicidade material, mas para promover a sua reforma íntima.