Senhor da yoga - Cap. 8 - Caminho do Imortal Brahman

Versículo 4

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Versículo 4

04. Ó tu, Arjuna, o melhor dos homens, “Adhibhuta” é a entidade que perece; “Adhieva” é o Ser Supremo e Universal. Eu sou “Adhiyajña” (ou deidade que preside o sacrifício) no corpo.

Qual a entidade que perece?

Participante: não sei...

Qual o seu nome?

Participante: Maria...

Maria é a entidade que vai perecer, que vai acabar. Quando falo desta forma não estou me referindo ao fato de que esta entidade vivenciará o acontecimento morte ou que ela será esquecida ao longo dos tempos. Estou falando de outra coisa...

Você é espiritualista e por isso acredita em reencarnações. Em cada uma delas viveu uma personalidade humana que recebeu como rótulo um nome. Pergunto: cadê o José, João ou Regina que foi em outras encarnações? Pereceram, acabaram. Isto é o mesmo que acontecerá com a Maria de agora. Quando você, o ser universal, viver outras vidas humanas terá novos nomes, novos hábitos e costumes, nova identidade emocional e com isso a Maria de hoje acabará.

Saiba de uma coisa: o espírito não tem nome, sexo, cor, raça, corpo. Por isso ele não pode ser a Maria. Ele é o espírito, o ser universal; a Maria é a personalidade que serve para que este ser vivencie suas provações.

Maria é a mente que habita esse corpo, é o ego, a personalidade humana que gera realidades que são vividas pelo espírito. Esta personalidade se extingue quando a provação não mais está acontecendo. É isso que Krishna está falando. Mas, ele diz mais: eu sou a deidade que preside o sacrifício. Vamos entender isso.

O sacrifício, como já vimos, existe quando o ser instigado pela mente humana não vivencia as conclusões que o pensamento expõe, mas vive tudo como emanação de Deus. Quem realiza esta atividade é o espírito que está encarnado e não a mente. É isso que Krishna está dizendo: quem comanda a libertação das idéias geradas pelo ego é o espírito.

Aliás, é exatamente isso que foi ensinado pelo Espírito da Verdade:

“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir” ( O Livro dos Espíritos, pergunta 851)

O espírito antes de encarnar escolhe suas provações de acordo com o seu nível de elevação. Quando faz isso está conferindo a si mesmo um carma, ou seja, uma reação às suas ações espirituais anteriores. Este será representado pelos acontecimentos da existência carnal do ser quando se humaniza, inclusive pelos pensamentos que dão valor àqueles. Neste momento, o espírito, a deidade que preside o sacrifício, pode, então, escolher entre viver estes momentos apegados aos pensamentos (mal) ou optar por vivê-los no bem, ligados a Deus, trabalhando para o Senhor.

Não disse que todos os mestres disseram a mesma coisa? Não poderia ser diferente, pois existe apenas uma Realidade: o mundo espiritual. Ou como disse Krishna para Arjuna num trecho que já lemos: o Real nunca deixa de existir; o irreal jamais existe. É por isso que o fundamento de todos os mestres sempre foi viver a existência em oblação, ou seja, em serviço a Deus.