Vida humana

Universalidade dos acontecimentos

Utilizando-se das cinco verdades universais, o ser encarnado pode, então, alcançar a elevação espiritual. Mas, esta utilização não pode ser feita apenas quando for interessante para aquele que está vivenciando um determinado acontecimento, mas tem que ser aplicada a tudo o que lhe acontece.

A cada ato humano existe uma prova. Não há atos que não sejam uma provação do espírito, por mais que vocês os classifiquem como chulos ou maus. Isso é assim porque não existe a vida, mas apenas uma encarnação. Por isso, cada movimento que você ou outro ser humanizado pratique ou receba, é uma provação e não um acontecimento.

Na verdade, vida e encarnação são opostos, pois vida é vivida com elementos transitórios e encarnação é baseada nas cinco verdades universais. São elas que dão a essência de cada acontecimento enquanto que a vida possui múltiplas compreensões que embasam cada momento.

Sendo assim, não importa se você está ganhando ou perdendo, tendo prazer ou desprazer, sendo reconhecido e elogiado, tudo precisa ser vivenciado de uma forma espiritual. Não importa o grau do ferimento que a ação cause a você ou a outro, não importa nem mesmo se este acontecimento lhe traga a morte, a visão sobre ele não pode mudar.

Sei que vocês têm problemas em aplicar este ensinamento a determinadas situações onde acontecem danos irreversíveis. Imaginam, principalmente no tocante à morte, que este acontecimento não pode vir de Deus. Mas vêm.

“853 a. Assim qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos? Não; não perecerás e tens disso milhares de exemplos. Quando, porém, soe a hora da tua partida, nada poderá impedir que partas”.

Ninguém morre antes da hora e quando esta chega nada também pode salvar o ser encarnado. Sendo assim, aquele que serve instrumento para o acontecimento pré-determinado da morte só está cumprindo o que já estava escrito e não criando voluntariamente o seu fim.

Também não importa de que forma o agente contribui para o desencarne.

“Deus sabe de antemão de que gênero será a morte do homem e muitas vezes seu Espírito também o sabe, por lhe ter sido revelado, quando escolheu tal ou qual existência”. (Pergunta 853 a)

Pouco importa se a morte de um ser humano é alcançada por meios naturais ou causada por outra pessoa, o que motivou o desencarne já era sabido de Deus e muitas vezes pelo próprio espírito que agora está humanizado. Pouco importa se o agente causador da morte usou ou não de violência ou requinte de crueldade: este acontecimento é resultado do gênero de provação que o espírito pediu antes da encarnação.

As cinco árvores não se movem jamais, ou seja, nunca deixam de existir como essência dos acontecimentos da vida de um ser encarnado. Por mais que objetivos, verdades e anseios humanos sejam feridos neste momento, aquilo é apenas uma vicissitude que o ser universal precisa vivenciar para a sua elevação espiritual e que precisa ser respondida com amor universal e não com acusações ou condenações.

Sendo assim, tanto os acontecimentos profundos como os corriqueiros estão ligados a este objetivo e por isso precisam ser vividos em união amorosa com Deus. Tanto faz se o que está vivenciando é uma simples dor de barriga ou a informação de um crime brutal, o ser humanizado deve amar a Deus e sentir-se amado naquela vivência.