Conversando com um espiritualista - volume III

Tudo e Deus

Participante: mas, se tudo é Deus, porque não posso viver com as coisas materiais?

Há uma diferença.

Eu disse a uma pessoa que tudo é Deus e que por isso o cachorro dela é Deus. Ela me disse: ‘então, posso gostar do meu cachorro’. Eu respondi: ‘não, você não pode gostar do seu cachorro que é Deus, mas precisa gostar do Deus que você chama de cachorro’. Uma coisa é chamar Deus de cachorro e viver com Ele; outra é chamar o cachorro de Deus. Quem chama Deus de cachorro vive o cão; quem chama o cachorro de Deus, vive o Pai.

Ao aceitar a ideia que exista um cachorro, você está excluindo Deus. Quem vive com Ele, O vive através das diversas formas deste mundo. Quem vive as formas, não vive Ele, mesmo que hipocritamente diga que Ele é a forma.

Quando você convive com uma forma ainda espera alguma coisa dela. Sendo assim, ainda tem intenções que estão fincadas no mundo humano e por isso viverá carências. Com isso está amealhando bens na Terra. É por isso que não dá para viver a coisa humana como se ela fosse Deus.

Agora, se tudo é Deus, porque você não aceita o que não gosta como Deus. Se tudo é Deus, porque você ainda precisa que a forma aja de determinada forma para ser feliz?

Participante: mas, não é Deus que me faz gostar das coisas humanas e esperar algo delas?

Estou falando internamente e não de atos. Deus lhe dá pensamentos que lhe prendem as coisas materiais, mas você, para realizar o trabalho preparatório para viver no Reino do Céu precisa, internamente, no coração, se libertar desta necessidade.

Eu não falo de atos. Você pode conviver com as coisas humanas dentro de qualquer apego ou buscando suprir quaisquer necessidades. Estando com o coração leve sem precisar que alguma coisa aconteça para que isso ocorra, você está sempre com Deus. Agora, se está com o coração apertado, se está em sofrimento ou agonia, não está com Deus.

Quem está com Deus vive a felicidade que o Pai tem prometido. Falo isso internamente, no coração. A mente pode viver o momento da forma que ele quiser que isso não terá importância.