Em busca da Felicidade - Prática - Relações trabalhistas

Tempo de casa

Outra questão que preciso levantar nesta primeira conversa, é a questão da segurança, do sentir-se seguro por ter um emprego. Esse alerta é importante para todos, mas principalmente para aqueles que acabaram de conseguir um emprego.

Se fala muito nos dias de hoje na questão do desemprego. Já perceberam que isso acontece rotineiramente de tempos em tempos? Porque será que isso acontece? Para poder lhe mostrar que não há segurança em qualquer emprego, por mais que se esteja empregado há muitos anos.

Não aceite qualquer ideia de segurança gerada pela mente com relação à sua relação trabalhista, porque não existe emprego seguro. Aliás, nem o dono da empresa pode sentir-se seguro com o seu emprego, pois a sua firma pode falir a qualquer momento. Quando você aceita a segurança proposta pela mente, seja como empregado ou patrão, está a um passo do abismo, está prestes a viver a dor.

Portanto, com relação ao estar num trabalho há muito tempo, a questão é a segurança que a mente cria a partir disso.

Participante: minhas perguntas vêm à mente e eu as pergunto aqui. Não necessariamente acredito nelas.

Não é bem não acreditar nelas que digo. O que falo é que não deve entrar na ansiedade que ela contém: a de saber uma resposta.

Participante: a segurança de ter um emprego faz a mente não pensar no desemprego, é isso?

Não, quando você aceita a informação de que agora tem um emprego e sente-se seguro por causa disso, está colocando-se à beira do abismo, pois poderá sofrer logo.

O que estou falando são daqueles pensamentos que dizem, por exemplo, ‘Deus me ajudou e me deu um emprego’. Estou falando daquela sensação de leveza, da impressão de agora tudo vai dar certo, que a mente cria a partir do momento que aquele que estava desempregado conseguiu um. Tudo isso é falso.

Digo isso porque apesar de todas essas afirmações mentais, de toda a postura de segurança que ela cria, pode muito bem lhe tirar o emprego de uma hora para outra. É por causa desta possibilidade, que é bem provável, que aquele que busca a felicidade precisa estar atento e observando as criações mentais. Se não estiver, quando chegar a este momento sofrerá.

Agora, isso não quer dizer que o trabalho de não acreditar na segurança gerada pela mente inclua a possibilidade de perde-lo. Não é isso que estou querendo dizer. Estou afirmando que você não deve aceitar a segurança, mas com isso não estou dizendo que deve aceitar a insegurança.

Aquele que em resposta ao trabalho de não se sentir seguro aceita a insegurança como verdade, acaba tendo medo de perder o emprego e com isso sofre. Por isso digo que aquele que busca a felicidade precisa estar consciente da possibilidade de ser demitido, mas precisa estar atento, porque senão a mente transforma essa ocupação em realidade e beste momento o medo aparece e ele sofre.

O sofrimento, tanto num quanto noutro caso, advém da crença do que foi criado pela mente. No primeiro caso a estabilidade; no segundo a possibilidade de ser.

Participante: é falsa a esperança de estar empregado amanhã se o seu emprego é público e possui alguma segurança?

Emprego público: eis aí um elemento que a mente usa muito para gerar sensação de segurança aos seres humanos.

Sim, é falsa a sensação que tem quem está em um emprego público de que a situação atual de empregado não se alterará para desempregado. Pode acontecer uma revolução, uma tomada de poder à força que leve a um governo de exceção e este pode cortar cargos públicos por medida de economia. Isso não pode acontecer? Então, não dá para sentir-se seguro ...

Participante: não importa a profissão, você, nesta vida, tem aquela que merece e precisa?

Ainda estudaremos o tema profissão. Ele nada tem a ver com emprego ...

Apesar disso, lhe adianto que sim, todos têm a profissão que precisam e merecem. Na verdade quem tem a profissão é a mente e não você.

Participante: observar a mente é como analogia assistir o filme da vida?

Perfeito, pois o que se passa na mente é o filme da vida.

Participante: hoje mesmo estava aqui com uma pessoa, que é muito querida, que depois de muitos anos tendo muito materialmente falando está em vias de falência. Ele está triste e sem saber o que fazer. Pensei assim: a vida quer assim. Só que é duro vê-lo passar por isso.

Antes de responder a questão da falência, me deixe dizer algo. Quem gosta dessa pessoa? Para quem esta pessoa é querida? Para a sua mente. Não é você quem gosta dela, mas a sua mente.

Estou querendo deixar isso bem claro porque acreditando que é você quem gosta está indo para a beira do abismo, pois esta ideia poderá lhe fazer sofrer amanhã. Quem já não se decepcionou com alguém de quem se gostava? Acho que todos.

Este desapontamento não precisa ser necessariamente vivido com sofrimento. Isso só acontecerá para aqueles que não estiveram atentos no momento que a mente formou a ideia de gostar dele. Portanto, comece a análise deste pensamento duvidando que gosta dele.

Agora vamos à questão da falência em si.

Sabe porque é duro vê-lo passar por isso? Primeiro porque você ainda está ligada a ideia de que é preciso ter um emprego, que todos têm que ter um. Isso é utopia: não existem empresas suficientes para dar emprego a todos os seres humanos. Por isso, alguns sempre estarão desempregados.

Se isso é verdade, porque não pode ser o seu amigo aquele que viverá esta situação? Entramos no segundo motivo porque é duro vê-lo passar por isso e sobre o qual já falei anteriormente: o fato dele lhe ser querido.

Mesmo que inconscientemente você sabe que ao longo da história da humanidade sempre houve e sempre haverá falta de emprego por causa da falência. Por isso sabe que sempre alguém entrará neste processo. Porque, então, não pode ser o seu amigo? Porque você gosta dele.

Eis aí uma aplicação prática do que estou dizendo o tempo inteiro. Você só sofre com a falência do seu amigo porque gosta dele. Se não gostasse poderia até aceitar que uma pessoa passe por este processo. Pior: até a criticaria gerando a culpa pela falência em ações dela.

Viu como acreditar que gosta de uma pessoa quando a mente gera esta consciência lhe coloca na beira do abismo. É esta crença que lhe faz sofrer e não a situação do seu amigo.

Participante: se eu cair no abismo, o que acontece?

Vai sofrer ou ter prazer. Não alcançará a verdadeira felicidade.

Só um detalhe: nunca disse que quem sofre ou tem prazer esteja errado ou é mau. Tem gente que quer chegar à beira do abismo porque adora se jogar de cabeça no sofrimento ou no prazer. Estas pessoas não são erradas, pois cada um tem o direito de escolher o que quer vivenciar durante os acontecimentos da vida.

Participante: como lidar com a concorrência na empresa? A inveja, o desrespeito, etc.

Esses são aspectos que existem no dia a dia da relação trabalhista e iremos abordá-los ainda neste estudo.

Participante: quem não se apega a nada tem alguma coisa a perder?

Só perde alguma coisa quem tem algo. Quem não tem nada, não pode perder coisa alguma.

Participante: Osho diz que a mente é a queda original, a queda do estado de ser. A mente é o pecado original. Estar na mente é estar no mundo; não estar na mente é estar em Deus. A diferença do que ele ensina e do que o senhor mostra é muita?

Não. É exatamente isso que temos falado nestes anos todos.

A mente é o pecado original. Não acredita? Leia a Bíblia ... Ela lhe dirá que o pecado original é comer o fruto da árvore do conhecimento, ou seja, saber. Como quem sabe de tudo é a mente, ela é o pecado original.