Conversando com um espiritualista - volume I

Síndrome do pânico

Participante: vamos dizer que um espiritólogo se depare com pessoas pedindo ajuda relatando a seguinte vivência: de uma hora para outra, passei de uma pessoa normal para alguém que é portador do que chamam síndrome do pânico. O que eu faço?

De uma hora para outra você passou de uma pessoa normal para alguém que é portador de síndrome do pânico, ou seja, adquiriu um medo exagerado de tudo.

Como vive uma pessoa normal? De uma forma normal. Uma pessoa normal é aquela que anda, que trabalha, que sai de casa, que passeia, que vai a banco, enfim, que exerce diversas atividades fora de casa. Você já foi assim, não? Agora lhe pergunto: enquanto normal, você teve esses acessos de pânico? Não, mas com certeza já sentiu medo antes, pois a pessoa normal também sente medo, não é verdade?

A pessoa normal pode até ter medo, mas não tem acesso de pânico. Se você já foi normal, como declara, já sentiu medo, mas este não se transformou em pânico. Porque isso aconteceu? Porque nunca lhe aconteceu nada de extraordinário. Porque você nunca correu um risco muito grande.

Por isso posso dizer que a pessoa normal é aquela que sai, mesmo tendo medo, mas como não lhe acontece nada de extraordinário, ela continua a vida. Já a pessoa que tem a síndrome do pânico é aquela que começa a ver extremos perigos em todos os lugares.

Descoberta a diferença entre a pessoa normal e aquele que tem síndrome do pânico e tendo em vista que não me foi relatado nenhum fato extraordinário que possa ter iniciado esta síndrome, eu pergunto: onde você descobriu que existe um perigo iminente e extraordinário? Na televisão, no jornal, no rádio, no caso contado por um vizinho. Ou seja, o ser humano recebe informação que há extremo perigo de diversas fontes.

Agora, me diga uma coisa: onde ocorreram estes acontecimentos? Em diversos lugares afastados entre si. Em outros lugares não aconteceu nada. De qualquer maneira, eles não ocorreram onde você estava. Afirmo isso porque não me foi relatada a vivência de nenhum fato extraordinário que tenha disparado o gatilho da síndrome do pânico.

Por estes motivos posso lhe dizer que o seu problema surgiu porque você se expôs demais a notícias apavorantes que aconteceram em pontos isolados em um curto espaço de tempo. Com isso, a sua mente foi aos poucos criando dragões, monstros e exagerando no medo.

Descoberta a causa da sua síndrome, podemos, então conversar sobre a cura.

Primeiro desligue-se destas fontes que lhe trazem os relatos de acontecimentos perigosos. Depois, comece aos poucos a colocar a cara fora de casa. Vá aos poucos saindo e observe que no seu quarteirão não aconteceu nada naquele dia. O que você precisa é se expor para ver que não está acontecendo nada perto e com isso ir eliminando o medo exagerado que possui. Expondo-se aos poucos ao mundo e sem se deixar influenciar por informações, você vai verificar que o medo continuará, mas o exagero dele acabará.

Você precisa ir trabalhando a sua segurança. Isso se consegue expondo-se e verificando que nada aconteceu. Por isso digo que o caminho para se libertar da síndrome do pânico é ir passo a passo ampliando o seu campo e verificando que está acontecendo nada de extraordinário ao seu redor.