A lei e a fé - Carta aos romanos

Ressurreição

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Parte 3

Eu, Paulo, escrevo esta carta, eu que sou servo de Jesus Cristo e apóstolo escolhido e chamado por Deus para anunciar a Boa-Notícia do Evangelho.

Há muito tempo essa Boa-Notícia foi prometida por Deus, por meio dos seus profetas e escrita nas Escrituras Sagradas. Ela fala a respeito do Filho de Deus, o nosso Senhor Jesus Cristo. Como homem, ele foi descendente do rei Davi. E, quanto à sua santidade divina, foi a sua ressurreição que provou, com grande poder, que ele é o Filho de Deus. (Capítulo.1 – versículos 1 a 4).

Como homem, Jesus Cristo é descendente de Davi, ou seja, um ser humano, mas quanto a sua santidade divina o que a comprovou foi a ressurreição.

Aproveitamos esse trecho para perguntar: o que é ressurreição? É a volta ao mundo espiritual (desencarne, morte) com a consciência espiritual já adquirida. Quem consegue libertar-se da carne com a consciência de ‘ser espírito’ ao invés de imaginar-se o personagem humano que vivenciou durante algum tempo, alcança a ressurreição.

Morrer (desencarnar) todo espírito encarnado irá, mas só alcançará a ressurreição aquele que, nesse momento, já houver promovido a sua reforma íntima, ou seja, já tenha alcançado a consciência de que é um espírito e utilize como verdades apenas aquelas que são inerentes à pátria celeste. Quem durante a vida promove a sua reforma sai da carne vestido de roupa de espírito ao invés de estar vestido de roupa de ser humano (carne, matéria).

Jesus Cristo passou pela ressurreição porque ao sair da carne havia vencido o mundo, ou seja, havia conseguido vivenciar a vida carnal dentro dos padrões espirituais (amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo). Ele conseguiu vivenciar a vida carnal como espírito e por isso garantiu a si mesmo o título de Filho de Deus.

Na verdade todo espírito é filho de Deus, mas o espírito humanizado, aquele que vive a vida material dentro dos valores individualistas (eu sou, eu quero, eu posso), é como o filho pródigo que foge de casa e não convive no ambiente familiar: o universalismo. Ele é filho, mas não se reconhece como sendo, pois não vivencia essa realidade. Somente aquele que consegue atingir a identidade espiritual é que se reconhece como filho de Deus.

O auto reconhecimento da sua essência espiritual e a vida dentro do universalismo é como a volta do filho pródigo, ou seja, daquele que um dia abandonou o lar paterno e que agora retorna à sua casa. Retornar à consciência espiritual ao invés de se reconhecer como humano é, portanto, a volta do filho pródigo.

Desta forma, Paulo começa nos ensinando que Cristo conseguiu a vitória (se auto reconhecer como Filho de Deus) e é por isso que ele fala: ”Eu sou o caminho a verdade e a luz. Ninguém chega a Deus a não ser através de mim”.

Sendo assim, se você quer conseguir a vitória espiritual, quer sentir-se como Filho de Deus, é preciso que alcance a ressurreição ao sair da carne, ou seja, já saia dela de posse da consciência espiritual, vestido de roupa de espírito.

Participante: Por que só a ressurreição mostrou a elevação de Jesus Cristo e não os seus atos carnais?

Porque quando se vive na carne não há como se saber a intenção com que cada um pratica os seus atos. Portanto, não há como medir aquele que se elevou apenas pelos atos que pratica, pois muitas vezes a intenção que o levou àquele ato pode ser individualista (egoísta), mesmo que o ato, aparentemente, possa ser caridoso.

Tudo o que se pratica é movido por uma intenção e é essa que determina a elevação espiritual. Sendo a intenção do ser encarnado universalista (amar e servir ao próximo), ele conseguiu sua elevação, mas sendo esse mesmo ato praticado deixando a mão direita ver o que a esquerda faz, o ato em si pode ter sido caridoso, mas este pecou por ainda estar sendo movido por interesses egoísticos.

Dessa forma, aqueles que presenciaram a ação do Cristo quando ainda vivo não tinham consciência da sua elevação. Só quando ele abandonou a carne na totalidade da posse da sua consciência espiritual é que pode ser dito que ele venceu o mundo.

A ascensão ao céu (ressurreição) é o resultado de uma vida carnal com consciência espiritual, ou seja, com a vivência dentro do serviço ao próximo (universalismo), abandonando para tanto o individualismo (o serviço a si mesmo).

Participante: Por que o senhor quer fazer esta desmistificação de Jesus Cristo? O que ganharemos com isso?

A Verdade.

Estou buscando desmistificar os acontecimentos da encarnação Jesus Cristo para que vocês parem de esperar que o mestre resolva as suas vidas - esperar que Jesus Cristo lhes dê emprego, ajude a resolver seus problemas financeiros, etc. – e para deixarem de imaginar que são os papéis que vivem durante a encarnação (tia, mão, pai ou avó)...

Acabar com as ilusões...

Este trabalho visa acabar com as ilusões desta vida. Isto porque vocês só podem acabar com elas desmistificando a compreensão que possuem hoje sobre os ensinamentos. Sem isso, continuarão imaginando que Cristo irá sempre procurar resolver os problemas de todos os seres humanos enquanto vocês ficam sentados esperando ele resolver.

Esta é a forma de viver dos seres humanos: parados, sem fazer nada por sua própria elevação espiritual, sem sequer lembrarem-se de que há outra existência a ser vivida...

Quando surge um problema na existência material, ao invés de agirem como seres maduros – entendendo a ação do carma e os objetivos da encarnação – agem como crianças e pedem a Deus que os salve. É por isso que é preciso desmistificar os ensinamentos...

É preciso acordar vocês no sentido de que precisam viver esta vida tendo como objetivo alcançar a ressurreição e não vivê-la esperando que o plano espiritual esteja de prontidão para lhe ajudar a acabar com os problemas da vida. É este o sentido que iremos dar a este estudo: desmistificar o ensinamento de Cristo que foi criado pelo homem, trazendo o ensinamento verdadeiro.

Participante: Para isso é preciso contrariar o que está na Bíblia?

O que estamos falando não contraria uma palavra sequer do que está na Bíblia... Contraria o que a humanidade acha que está na Bíblia.

Este é o objetivo fundamental deste trabalho: contrariar o que vocês acham que está na Bíblia... Se fosse para agir como vaquinha de presépio (concordando com tudo como está) para que iríamos fazer este trabalho? Bastaria seguir o que já existe...

Não estamos aqui para manter a docilidade da Sagrada Família, mas para afirmar com todas as letras que vocês não têm, nem podem ser, mães - afinal, sua mãe e seus irmãos são todos que fazem a vontade de Deus - e que vocês devem abandonar pai e mãe e pegarem a sua cruz e seguir o Cristo (viver como ele viveu), senão não chegam a lugar nenhum no sentido da elevação espiritual.

Outro exemplo? O casamento... O que Deus uniu o homem não pode separar...

Você, por exemplo não pode casar na igreja porque já é separada. Por que não pode? Porque o casamento é eterno e sagrado? Mas, Cristo diz que não existe casamento no céu. Como, então, santificar o que não foi santificado pelo mestre? Sobre este tema, Paulo diz claramente em outro texto que ainda estudaremos: melhor é que vocês não casassem...

É isso que iremos fazer: trazer os ensinamentos à luz da Verdade, desmistificando-os para que a humanidade saia da ilusão de que Cristo, Nossa Senhora e os demais santos estão esperando para lhes salvar.

Os mestres e os amigos espirituais agirão sim, mas não para a salvação que você espera (resolver os seus problemas materiais). Eles não o libertarão do perigo, mas darão para cada um o que ele necessita para ser salvo (alcançar a elevação espiritual).

Por meio dele, Deus me deu a honra de ser apóstolo no serviço de Cristo para levar pessoas de todas as nações a crer e a obedecer. Entre elas estão vocês que moram em Roma, a quem Deus tem chamado para pertencerem a Jesus Cristo.

Assim escrevo a todos em Roma a quem Deus, ama e a quem tem chamado para serem o seu próprio povo.

Que a graça e a paz de Deus, o nosso Pai e do senhor Jesus Cristo estejam com vocês. (Capítulo 1 – versículos 5 a 7).