Em busca da Felicidade - Prática - Relações trabalhistas

Relações com a empresa

Vamos, então, conversar sobre emprego e como disse vou lhes chocar um pouco. Vamos falar hoje sobre as diversas relações que um ser humanizado tem enquanto está no emprego.

A primeira relação que se tem quando se está no ambiente de trabalho é com a empresa para qual trabalha, que lhe paga. Esta relação é importante e precisa ser analisada por aquele que quer ser feliz.

Começo perguntando: para que uma empresa paga um funcionário? Para ele produzir para ela. Mas, o que a mente humana diz quando o empregado trabalha muito? ‘Eu não tenho nem tempo de tomar um cafezinho’ ... ‘Aqui nessa empresa não se pode nem brincar com o outro. Todos têm que ser sérios’. ‘Aqui todo mundo é Caxias. Se eu chegar dez minutos atrasados me olham de cara feia’.

A mente cria uma relação na qual a empresa tem que pagar, mas também dar ao empregado o direito de trabalhar apenas quando ele quiser. Essa a armadilha da mente. Ela diz que você tem o direito de fazer o que quer. Que tem o direito de parar o trabalho, que é de onde vai sair o dinheiro para lhe pagar para brincar com o colega do lado, para fazer festa de natal e aniversário, para tomar cafezinho, para esticar as pernas, porque afinal ninguém é de ferro.

Se você acredita nestas ideias, se vive estas criações como reais, observe que não dura muito no emprego. Mais: quando sai sempre sente-se injustiçado. ‘Olha que injustiça, me mandaram embora’ ...

Sejamos bem práticos, porque este trabalho pede isso: vocês já viram um chefe mandar um empregado embora quando ele produz o que a firma espera dele? Será que o empregado, por mais chato que seja, se gera para a empresa o que é esperado é demitido? Acho que não, pois fazer isso dói no bolso do patrão.

Portanto, se você foi mandado embora, há um motivo. Posso garantir que noventa por cento dos casos se caracteriza pelo relacionamento do empregado com a empresa. A maioria dos demitidos são aqueles que possuem uma razão que diz que durante o seu expediente eles podem viver uma vida social.

Vida social deve existir antes e depois do trabalho. Naquela hora a única vida que deve existir é a profissional. Essa é uma questão que se transforma numa armadilha que a mente coloca.

Não existe volume de trabalho em excesso. Não existe empresa que cobre demais. O que existe, na verdade, são empresas que pagam o salário do funcionário. Para isso esperam que ele cumpra o seu dever. Só que ao invés de cumpri-lo, guiado pela mente, o empregado acha que pode parar tudo para tomar o seu café, para festejar, para assistir uma partida de futebol ou fazer amigo secreto no natal.

O ser humano usa o ambiente de trabalho onde deveria produzir para merecer seu salário para obter lucros individuais. Preocupa-se em manter uma boa conversa com outros empregados para poder ter amigos, gosta de contar piadinhas e comentar da sua vida para angariar a simpatia dos outros. Preocupa-se em compartilhar o momento do lanche e do café para poder botar o papo em dia.

É preciso que os seres humanos, se querem realmente ser felizes, vejam a mente criando estas coisas e compreender que elas não são justas ou merecidas. Mais: que não compactuem com ela. ‘Não, mente, eu não estou aqui para tomar café, mas para produzir. Por isso não adianta você reclamar que não tem tempo para isso’. ‘Não, mente, eu não estou aqui para conversar ou paquerar ninguém, mas para fazer o que esperam de mim, porque se não fizer posso não receber o salário no final do mês’.

A relação de um empregado com a sua empresa dentro do que seria lógico é aquela onde ele produz e a empresa paga por isso. Agora, se o empregado toma café, festeja, conversa e diverte-se no momento de produzir, como ele espera receber?

Esse é um aspecto muito importante e ele costuma acontecer muito mais quando o empregado se habitua com o seu empregador, quando ele imagina ter a segurança no trabalho. Repare que no início do vínculo empregatício esse mesmo trabalhador trabalha com muito mais afinco. Ele pouco deixa de trabalhar para realizar atividades sociais. Porque isso acontece? Porque quer ganhar a confiança do patrão.

Só que este procedimento não é justo. Ao invés de fazer isso apenas no início da relação, o empregado precisa agir da mesma forma o tempo inteiro que trabalhar naquele local. O salário que ele recebe sai da produção que ele dá durante todo tempo em que está empregado e não apenas o que é realizado no início do vínculo.

Como disse, vou lhes chocar. Estão imaginando que eu estou contrário ao trabalhador. É porque vocês acham que eu não estou vivo e por isso não sei o que é trabalhar oito horas por dia. Não é isso. Estou a favor de vocês.

Não estou a favor no sentido de manter o emprego, porque se a sua vida for ser demitido nada lhe segurará na empresa. Estou a favor de vocês no sentido de que não fiquem preso ao prazer e a dor.

Estou dizendo isso porque a mente cria a ideia de que o tempo do cafezinho, das festas e da conversa é sagrado e deve ser dado pela empresa. Por isso, quando consegue parar, ela lhe dá prazer e você entra nele. Mas, no momento em que alguém cobra que você produza ao invés de socializar-se, ela lhe dá a dor e você a vive.

Sabe, quando falei do ensinamento de Deus como Causa Primária de todas as coisas, ouvi uma chiadeira dizendo que vocês não são marionetes. Só que são. São marionetes da mente. Ela lhes movimenta para lá e para cá e você aceitam placidamente. Só que ela só lhe dá prazer e dor, mas nunca na felicidade verdadeira.

Portanto, estou do lado de vocês, porque na hora que começar a reconhecer o trabalho da sua mente e ver que prender a isso não leva à felicidade e, por isso, libertar-se dela, conseguirá realmente ser feliz.

Participante: o trabalho de um lixeiro não é mais nem menos digno que o de um engenheiro. Comente isso ...

Eu comento da seguinte forma: se os lixeiros pararem de trabalhar, como é que você vai ficar? Cheio de lixo, enterrado no lixo até o pescoço.

Você quer viver assim? Acha que viver dessa forma é bom? Acho que não. Portanto, o trabalho do lixeiro é tão importante para a sua felicidade quanto o de qualquer um.

Não existe trabalho importante. Sobre isso falaremos quando for falar de profissão. Por enquanto estamos conversando sobre emprego e não profissão.

Participante: na noite do dia onze de setembro de 2001 você passou uma série de comentários a respeito do ataque as torres gêmeas em Nova Iorque. Este acontecimento parecia que iria trazer grande influência nas relações comerciais e do trabalho. Realmente causou uns, mas não causou outros. Haveria algo de importante hoje a ser falado sobre isso como atualização?

Sempre que temos que falar sobre o que está acontecendo agora, precisamos esperar o futuro. Isso porque ele é que dirá o que vai acontecer a partir do que houve agora. Sendo assim, lhe aconselho a esperar o futuro chegar para ver os impactos que pode causar em alguma coisa.

Participante: gostaria de entender. A mente tem opções de ser o melhor ou pior funcionário. Se essa escolha é da mente, eu nunca vou intervir ou opinar? Quer dizer, o que ela escolher eu vou na dela sempre e sofrer as consequências?

Você deve ser novo de idade. Por isso ainda está com ideia de que pode fazer alguma coisa. Os mais velhos, quando jovens, tiveram esta mesma ideia. Lutaram para serem, estarem e fazerem algumas coisas. Algumas vezes conseguiram e em outras não. Não conseguindo todas as vezes é sinal de que não podem fazer: acontece de vez em quando ser feito o que era esperado. Quando isso ocorre, para você ser humano, quem faz é a mente.

Portanto, você ser o melhor ou pior empregado não é você quem faz.

Participante: o que é mente?

É você. Você é a mente.

Só que além desse, existe um outro você que não sabe quem é.