Conversando com um espiritualista - volume III

Psicografias

Participante: é bom pedir cartas psicografadas aos falecidos, como se faz em diversos centros espíritas?

Não é bom, nem mal: é fato. Se é fato, acontece. Se é errado ou certo, quem sou eu para julgar...

Por isso não posso lhe dizer se é certo ou errado, bom ou mal. A única coisa que posso dizer é que isso acontece. Posso dizer, também, que grande parte das cartas que são recebidas não são dos espíritos que aquela pessoa está pensando que é. Vou explicar isso...

Em O Livro dos Espíritos é dito que um espírito pode assumir qualquer forma se isso for importante para a missão que Deus lhe der. Vou dar um exemplo.

Com certeza você conhece a forma com que Ramatis é conhecido neste planeta. Agora, se você reparar, hoje em dia há Ramatis em cada esquina. Em cada centro espírita tem um Ramatis que vai lá passar uma mensagem. No entanto, nenhum desses Ramatis é mais aquele espírito que vocês chamaram um dia de Ramatis.

Participante: é uma fraternidade espiritual?

Não, é Deus que dá missão a diversos espíritos diferentes.

Não há nada de fraternidade, de liga de espíritos ou de falanges. Na verdade Deus diz a um espírito determinado ser que chegue perto de um encarnado fazendo-se parecer com a forma de Ramatis que vocês conhecem. Manda fazer isso para que quem está recebendo a mensagem possa acreditar que está recebendo uma mensagem de Ramatis. Ele faz isso para ver se o médium vai arrotar que recebe de Ramatis.

O espírito usa a figura que Deus lhe manda usar para trazer a prova para o espírito médium. Para ver se o espírito que está recebendo a psicografia vai bater nos peitos e se autoproclamar como um grande médium, pois recebe mensagem de Ramatis.

A questão da provação também acontece nas psicografias particulares. Deus manda um espírito responder aos questionamentos mandando uma mensagem como se fosse o filho de um ser encarnado que desencarnou, mas não é. Com isso, está dando uma prova para quem recebe a mensagem.

Isso é a obra geral, o processo encarnatório, a prova daquele que está encarnado. A mãe pensa que recebeu uma mensagem do filho porque viu a forma do filho que desencarnou, quando na verdade é um espírito usando aquela forma para cumprir uma ordem de Deus. Com isso aquele ser viveu a sua provação.

Isso precisa ficar claro. Agora, não pense em questão de fraternidade. Isso não existe no mundo espiritual: é apenas uma visão humana. O que existe no universo é a comunidade espiritual.

Participante: o que o senhor acaba de falar não é regra, não é mesmo? De repente pode ser uma psicografia realmente de um filho, de uma mãe ou de um pai que já se foi. Não é?

De repente pode, mas hoje em dia é muito mais difícil.

A fase onde as psicografias foram muito necessários – e as materializações também – para que a mensagem do espiritismo se firmasse já acabou. Foi uma etapa onde foi necessário esse tipo de coisas para chamar atenção para o espiritismo. Hoje isso não é mais necessário.

Portanto, pode ser que a psicografia seja realmente de determinada pessoa, mas hoje é mais difícil ser.

Participante: então, é mais uma prova de orgulho para o médium?

Para o médium, para quem recebe: é prova para todo mundo. Aliás, ser médium já é uma grande prova.

Ser médium é um atividade criada por Deus para aqueles que pedem para vencer a questão do precisar ser amado, idolatrado. É uma prova de idolatria. Mediunidade é algo que Deus faz para o espírito que pede para vencer a idolatria a si.

Todos vocês que tem seguidores, seja no trabalho espiritual assim como no material, passam por essa prova.