Tentações de Cristo

Possessões

“Depois o diabo levou Jesus para um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo, suas grandezas e disse: Eu lhe darei tudo isso se você se ajoelhar e me adorar.” (Mateus, 4 – 8 e 9)

Nessa tentação o diabo diz: ‘darei tudo isso, se você me adorar’. O tudo isso do diabo são as coisas materiais, as coisas que pertencem a esse mundo. Não estamos falando de objetos materiais, mas de tudo que cause prazer, que satisfação o egoísmo do ser humanizado. Adorar ao diabo é acreditar no que a mente diz.

Essa é a terceira base fundamental das verdades com as quais o ser humanizado convive. O ego está sempre prometendo posses (morais, sentimentais e materiais) se você acreditar nele, nas verdades que ele cria.

O ego lhe diz que se trabalhar mais, terá mais; se estudar muito será um homem de posses; se poupar, poderá comprar; se for caridoso com as pessoas elas serão com você; se der carinho para seus filhos no futuro eles devolverão, etc. Enfim, o ego está sempre induzindo com a promessa do ser humano tonar-se mais rico materialmente, emocionalmente ou moralmente. Vamos conhecer esses três tipos de possessão para poder compreender melhor a ação da mente.

A primeira é a possessão sobre objetos, sobre coisas. Essa acho que vocês identificam fácil.

A segunda é a moral. Ela existe quando o ser humanizado se acha certo e imagina que o outro é errado. Se a mente promete realizar essa posse, ela está prometendo que conseguirá subjugar o outro. Para isso lhe induz a brigar, discutir com o outro, mostrar que ele nada sabe, tentar impor sua verdade. Isso a mente faz através de raciocínio e sensações. Quando acredita nessas coisas geradas pela razão, acha que pode mudar o próximo, subjuga-lo para que creia nas suas verdades.

Existe o terceiro tipo de possessão que é a posse sentimental. Possuir alguém ou algo sentimentalmente é transformá-lo em dependente, carente de você, exigir ser amado. Esse é outro aspecto que através do qual o ego monta seus raciocínios.

Ele dá pensamentos que dizem que os outros têm obrigações que quem ama deve cumprir para que você se sinta amado. O seu amigo, por exemplo, deve ser amigo apenas daqueles que você gosta e confia, o filho ou filha deve viver do jeito que você quer, o marido ou a mulher deve se submeter um ao outro para que o parceiro se sinta amado.

Nada disso é amor; é posse sentimental. O ego explora essa possessão e diz: ’se me adorar, ou seja, se acreditar em mim, prometo que seu ente amado vai fazer o que você quer e que vai gostar de você, acima de qualquer um ’.