Imperfeições do ser - Textos

O vício do egoísmo e a elevação espiritual

Portanto, abrir mão deste vício, abrir mão dessa exigência, dessa defesa de interesses é até uma questão de inteligência, de defesa de você mesmo. Mas, mais do que isso, é uma questão de decidir se vocês vão ter que continuar reencarnando ou não.

É aqui que se decide o jogo. O jogo da elevação espiritual não se decide ouvindo Joaquim, estudando o livro dos mestres, realizando trabalhos espirituais, fazendo caridade material ou indo à missa ou ao centro. Ele se decide no serviço ao próximo, no amor ao próximo e a essência desse amor consiste justamente na aceitação de que o outro tem o direito de ganhar também.

Quando falo assim, não estou dizendo que você tenha que perder, nunca possa ganhar. Não é isso que estou dizendo. Estou falando que por ser até inteligente, por saber o quanto dói dentro de você um sofrimento, por saber que é um espírito que está encarnado, precisa ter a consciência que não vem à carne para corrigir o mundo, para ensinar o certo a ninguém, nem para passear, se divertir, construir família ou ter filhos. A única razão da existência da vida material é o trabalho da elevação espiritual e ele nada mais é do que libertar-se do vício do egoísmo, ou seja, aprender a esperar a sua vez, a sua hora de ganhar em paz, harmonia e tranqüilidade.

Vocês já observaram que a sua hora sempre chega. Como já disse, não há bem que sempre dure e mal que nunca acabe. Portanto, espere, viva com calma o que lhe acontece, pois a vida mudará.

Quantas vezes ela já não mudou? Quantas vezes você já não achou que não existia a menor esperança de que as coisas mudassem e de repente na última hora aparece uma solução, que pode não ser a ideal, a perfeita, a melhor, mas que começa a lhe dar um alento.

Portanto, fique tranqüilo, mantenha a sua paz, mesmo quando tiver que aceitar que não ganhou. Exatamente a aceitação ao não ganhar é o libertar-se do vício da defesa de seus interesses, é o servir ao outro, é o amar ao próximo como a si mesmo. E sobre este ponto, nenhum dos mestres falou de forma diferente.

Todos sempre enfatizaram que saber viver, tanto faz na fartura como na carência, mantendo-se unido a Deus, ou seja, em paz, é o segredo para quem quer aproveitar a encarnação.