Conversando com um espiritualista - volume III

O remédio e o veneno

Participante: a partir destes ensinamentos, qual a diferença entre o veneno e o remédio, se tudo é fluído cósmico universal?

Nenhuma. A programação que está no ego é que faz surtir uma determinada realidade ou ilusão.

NOTA: Mais uma vez reforçamos o ensinamento da espiritualidade com informações anteriores repassadas pelo Espírito da Verdade através de O Livro dos Espíritos.

“0031. De onde se originam as diversas propriedades da matéria? São modificações que as moléculas elementares sofrem, por efeito da sua união, em certas circunstâncias”.

“0032. De acordo com o que vindes de dizer, os sabores, os odores, as cores, o som, as qualidades venenosas ou salutares dos corpos não passam de modificações de uma única substância primitiva? Sem dúvida e que só existem devido à disposição dos órgãos destinados a percebê-las” (grifo nosso).

“0033. A mesma matéria elementar é suscetível de experimentar todas as modificações e de adquirir todas as propriedades? Sim e é isso o que se deve entender, quando dizemos que tudo está em tudo” (grifo do original).

Apesar de, aparentemente, o ensinamento agora trazido pela espiritualidade parecer novo, pelas respostas do Espírito da Verdade podemos constatar que se trata, apenas, de aprofundamento de um ensinamento anterior que agora, com novos conhecimentos científicos, pode ser entendido.

Que estes ensinamentos eram verdadeiros e que um dia seriam complementado, Kardec sabia e por isso afirmou:

“O oxigênio, o hidrogênio, o azoto, o carbono e todos os corpos que consideramos simples são meras modificações de uma substância primitiva. Na impossibilidade em que ainda nos achamos de remontar, a não ser pelo pensamento, a esta matéria primária, esses corpos são para nós verdadeiros elementos e podemos, sem maiores consequências, tê-los como tais, até nova ordem” – comentários à resposta 33.

Apesar da compreensão sobre o tema ser, portanto, velha e fazer parte de doutrinas religiosas, o homem não consegue aceitá-la como Real e ainda se choca quando a Verdade lhes é exposta. Por que? Porque não coloca em prática outro ensinamento do próprio Kardec ao comentar uma resposta do Espírito da Verdade:

“Quanto mais consegue o homem penetrar nesses mistérios, tanto maior admiração lhe devem causar o poder e a sabedoria do Criador. Entretanto, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete da ilusão. Ele amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades rejeitou como erros. São outras tantas decepções para o seu orgulho”.

Como o homem não se admira do poder e da sabedoria do Criador ao vivenciar os acontecimentos da vida, mas liga-se apenas à ciência, se choca com tudo aquilo que é revelado e que está acima dos limites científicos. Mas, para aqueles que, mesmo depois de tantas constatações ainda estão incrédulos com este ensinamento, outro recado do Espírito da Verdade e de Allan Kardec:

“0020. É dado ao homem receber, sem ser por meio das investigações da Ciência, comunicações de ordem mais elevada acerca do que lhe escapa ao testemunho dos sentidos? Sim, se o julgar conveniente, Deus pode revelar o que à ciência não é dado apreender”.

“Por essas comunicações é que o homem adquire, dentro de certos limites, o conhecimento do seu passado e do seu futuro”.

Se o ego está programado para a fusão de fluído cósmico percebido como elemento químico com a daquele que é percebido como corpo para criar uma ilusória ação de cura ele agirá assim, mas, se não estiver criará a ilusão da doença e até da morte.

É por isso que Kardec ensina e a ciência comprova que existem elementos que ao mesmo tempo curam ou podem matar. Isto porque a ação não depende do elemento, mas sim das programações do ego, das criações de realidades por parte do ego.

Vê como algumas coisas do mundo material que são incompreensíveis para vocês agora passam a fazer sentido? Quando nos libertamos da ilusão da ação e retiramos do elemento material a causa primária das coisas, entendemos que tudo que acontece é uma realidade ilusória criada pelo ego. Podemos, assim, entender porque no mundo, às vezes, dois mais dois não dá quatro.

Participante: o senhor falou a pouco que o planeta Terra é um banco de dados que é igual a todos os habitantes do mundo de provas e expiações. Porque então o mesmo programa de veneno mata uns e não provoca essa ação a outros?

Porque não é o veneno que mata, mas a programação do ego.

O ego cria a ‘morte’, não é o veneno que mata. O ego cria a ilusão de ação ‘morte’ e você, que está preso à ilusão da vida como realidade, diz que foi o veneno que matou mas, quem matou e criou a realidade ilusória de morte, foi o ego.

Participante: O veneno no caso seria...

Um programa agindo em cima de outro programa.

Participante: Seria uma desculpa para o desencarne do espírito.

Seria uma desculpa para criar a realidade ilusória do desencarne do espírito. Não seria para fazer o desencarne, mas para criar a ilusão de que ele desencarnou.