O fim do mundo

O que realmente acontecerá nesse período

Participante: o senhor algumas vezes fala metaforicamente e em outras fala de uma forma concreta. O que realmente vai acontecer no período que se inicia no dia 21 de dezembro de 2012. Digo isso, porque esta questão de desejos é vaga. Posso querer ter um iate e nunca consegui-lo, mas isso não me afetar.

Você está falando de sonhos distantes. Está falando como uma pessoa que mora numa favela e quer ter uma casa própria. Para ela isso é um sonho distante que um dia quem sabe se realizará. Eu não estou falando disso. Quando digo que necessidades começaram a acontecer a partir do dia 21 de dezembro de 2012 estou falando em necessidades básicas de cada um.

Estou falando que neste período acontecerão carências de coisas que hoje estão ao seu alcance, que não são sonhos utópicos hoje. Deixar de poder realizar estes sonhos utópicos realmente não lhe causa mal estar porque você sabe que aquilo é utopia. O que vai acontecer não diz respeito a estes sonhos. Estou falando que haverá carências de algo que para você hoje é comum ter, que é fácil obter.

Vou dar um exemplo para ficar mais fácil de compreender. Hoje você se passar na porta de uma padaria e lhe der vontade, compra um chocolate. Dando vontade na hora que estiver passando na porta da padaria você tem o dinheiro para poder comprar. Mas, e quando estiver passando por lá, tiver a vontade e não houver dinheiro no seu bolso suficiente para comprá-lo?

A mudança que estou falando é sobre este aspecto e não sobre sonhos utópicos. Estou falando em desejos ligados a coisas que hoje você pode adquirir quando quiser, mas que depois daquele dia ficará cada vez mais difícil de ter. Esta é a diferença entre o que vocês já vivem, pois mesmo hoje não conseguem ter tudo o que desejam.

Hoje você já sonha com coisas como um iate, ou seja, já sonha com coisas que na realidade não pode conseguir. Para você, estes ataques dos desejos gerados para a mente já são comuns, mas como tem a consciência de que são apenas sonhos, esta carência não lhe causa estragos na felicidade com que vivencia a vida. Agora, imagine para aquele que hoje pode comprar um iate; para estes não poder comprar mais será um desapontamento.

É disso que estou falando. Hoje vocês estão acostumados a desejarem coisas que sabem que é utopia. Estas provações já existem. O que estou falando não é destes desejos, mas do não mais poder realizar aquilo que hoje é normal conseguir. Serão estes desejos que começarão a ser atacados a partir de agora.

Outro exemplo: o celular. Hoje comprar um celular é algo comum para você. Compra um e quando surge um novo modelo que realiza mais alguma coisa que o seu não faz você deseja este novo modelo e, através de crediário ou tendo o dinheiro suficiente para isso, o adquire. Isso é fato comum na existência de vocês hoje.

Sei que vocês imaginam que um celular não é necessidade básica, mas estão enganados. Hoje vocês se tornaram viciados em ter este aparelho à sua disposição. Mais: se viciaram em sempre atualizá-los por modelos mais novos quando estes são lançados. Este vício tornou habitual ter este aparelho e mudar constantemente para um modelo mais moderno. Mas, e quando houver um modelo mais novo e você não conseguir comprá-lo, que ação este vício fará sobre você?

Por estar acostumado hoje a realizar esta troca facilmente, você não vê que aquilo é vício. Agora, quando o vício continuar existindo e não houver mais condições para adquirir o que acontecerá? Você sentirá muito mais este baque do destino do que aquele que nunca teve este vício.

Aquele que não tem este vício, certamente tem outros. Tem o vício de trocar a televisão, o computador, o carro, etc. No mundo atual onde o consumismo é a marca principal, cada ser humanizado tem um vício de consumo. Este vício e a sua realização constante que ocorre nos dias atuais tornam o objeto em que cada um é viciado numa necessidade básica. Serão estas que vão ser atacadas a partir do dia 21 de dezembro de 2012.

Foi por conta disso que afirmei que o materialismo de hoje foi criado. Com o cenário atual, onde mais gente tem condição de ser feliz ao conseguir adquirir bens materiais, os vícios foram criados e vocês nem se deram conta disso. Tornaram-se mais dependentes de objetos humanos para poderem sentir-se felizes e, como isso contradiz completamente o ensinamento de Cristo que diz que não se pode servir dois senhores ao mesmo tempo, estabeleceu-se uma nova provação que acontecerá a partir do dia 21 de dezembro de 2012. Ou seja, o vício está presente e gera o desejo que até agora era possível ser satisfeito; quando se retira o poder de ter aquilo no que se é viciado gera-se, então, a provação do espírito.

Tudo que a humanidade viveu nos últimos tempos, ou seja, o aumento da capacidade de ter que levou ao vício de ter que ter, foi feito justamente para que neste final de etapa do planeta os espíritos tivessem o choque entre o querer ter e ser possível realizar este desejo e depois isto não ser mais possível.

Aliás, foi por isso também que eu disse que não será uma coisa que acontecerá de uma hora para outra. Será preciso que haja uma degradação paulatina do seu poder de adquirir para você chegue ao ponto que tenha que escolher entre comer ou comprar um celular novo. Como neste momento a consciência de que podia fazer as duas coisas continuará, lamentar-se-á por não mais poder.

As necessidades acontecerão aos poucos. Vocês têm muito vícios, muitos desejos de realização. Hoje conseguem realizar alguns destes sonhos ou muitos deles. A partir do dia 21 de dezembro de 2012 o declínio na capacidade de ter estas coisas acontecerá passo a passo. Um dia não poderá mais ter um celular novo, no outro um computador e mais adiante trocar a televisão.

A cada uma destas carências de ter você terá condições de acordar para a espiritualidade que diz buscar. Reagindo contra essas carências mantendo-se em paz e harmonia com o próximo, o golpe não doerá tanto. Agora, se não reagir, cada vez mais se afundará no lamaçal do lamento e viverá em eterno martírio.

Participante: na Europa já está acontecendo isso, não é mesmo?

Eu diria que a situação de alguns países europeus é um balão de ensaio para o que acontecerá em todo planeta. Resguardando a diferença entre os países do planeta, cada povo sofrerá uma redução na capacidade de comprar o que hoje pode adquirir, ato este que se tornou num vício.

Não pensem na carência que disse que começará a ocorrer a partir da data que estamos comentando de forma global, ou seja, que acontecerá a falta da mesma coisa para todos. Isso não é real, pois cada povo e país possuem hábitos e costumes diferentes. O que será atacado, na verdade, é aquilo em que cada povo ou faixa social está viciado em ter.

 Haverá gente, por exemplo, que não mais poderá comer caviar diariamente. Estes terão que se satisfazer em comer feijão com arroz. Isso para vocês não é carência alguma porque habitam um país e pertencem a uma casse sócio-econômica que não tem este hábito. Agora e para aqueles que têm isto não será o fim do mundo?

É disso que estou falando. O que estou dizendo que acontecerá mais comumente a partir do dia 21 de dezembro de 2012 será um ataque global ao individual que cada um está acostumado a poder ter. O que será o alvo das provações com a retirada do suposto poder de ter algumas coisas é aquilo que para cada um hoje é normal se ter.

Verifique se o que acabei de dizer não está ligado ao sistema de valores que cada um tem? Ao falar que o ataque será individualizado dentro dos hábitos e costumes de cada um me referi o tempo inteiro aos valores que cada um possui. Serão estes os ataques que serão gerados a partir de agora como provação para o vício e o desejo que estão presentes na humanidade que o espírito vivencia durante a encarnação e não sobre os sonhos utópicos.

Sei que hoje você tem sonhos de adquirir determinados modelos de carro, mas estes são utópicos. Você admira aquele modelo novo, imagina que seria muito bom tê-lo, mas sabe que não pode realizar este sonho e por isso consegue contentar-se com aquele que pode adquirir. Mas, e quando nem este que hoje lhe contenta puder ser mais comprado, como você viverá? Esta é a pergunta que será feita aos espíritos encarnados no planeta neste tempo que marcará o início do novo mundo.

São as provas finais porque até agora o não conseguir ter aquilo que sonha possuir, mas que sabe não ter condições, doía, mas a esperança de um dia poder ter lhe amenizava a dor. Mas, quando aos poucos sua capacidade de ter for diminuindo, o fato de um dia poder ter tido faz com que a dor gerada pela mente seja mais profunda. Esta intensidade da dor é o que caracteriza este momento como a prova final do mundo de provas e expiações.

Ela dói mais porque é vivida com revolta. Pense com a cabeça de hoje: se você não conseguir mais ter condições monetárias para realizar o que é capaz de fazer, o que fará? Revoltar-se-á contra o governo, contra a política monetária do governo do país, como hoje está acontecendo nos países onde o poder aquisitivo da população está em declínio. Com esta revolta, o que estará fazendo? Julgando, acusando, criticando e faltando ao ensinamento de Cristo e Paulo: respeite os governantes do país porque eles foram escolhidos por Deus.

Compreendeu agora? São provas finais porque abrangem muito mais questões do que agora. Hoje com seus sonhos sendo consciente de que são utópicos ou apenas esperanças de um dia conseguir estas coisas não aparecem. Pelo contrário, confiando no aumento paulatino do seu poder de compra gerado pelo governo o elogia. Mas, e quando a situação for diferente, ou seja, quando viver um declínio neste poder, será que continuará a elogiar o governo?

O que estou falando não é de uma fome generalizada no mundo. O que estou dizendo é que o sistema atual de vida, onde cada um ganha o suficiente para realizar alguns desejos, sofrerá ataques que diminuirão a capacidade de ter. Isto acontecerá paulatinamente seja no poder de ter algumas coisas assim como na qualidade do que se poderá adquirir.

Um dia você não poderá adquirir o melhor e terá que se contentar com aquele objeto que possui menos recursos. Tempos depois nem mais este conseguirá comprar. Assim, passo a passo chegará um dia que não poderá mais ter nenhum objeto daquele tipo, por menos qualidade que ele possua. É isso que ocorrerá e estes fatos atingirão cada um individualmente dentro daquilo que se tornaram viciados em ter.

Na verdade isso já está acontecendo, pois muitos setores da economia tiveram declínio no seu poder aquisitivo. No país de vocês alguns segmentos do funcionalismo público hoje vivem com o mesmo salário nominal de dez anos atrás. O que aconteceu neste período? O poder de compra foi diminuindo. Se antes alguém deste setor podia ter algumas coisas, hoje isso não é mais possível. É isto que estou falando que acontecerá no planeta inteiro mais acentuadamente e generalizadamente a partir do dia 21 de dezembro de 2012.

A mudança do eixo que estou dizendo que acontecerá será esta. Até então você é um elemento de uma classe média e de repente será, pelos padrões de hoje, de uma classe pobre. Digo pelos padrões de hoje, porque a classe pobre do futuro terá muito menos condição de ter realizado seus sonhos do que a de hoje.

Nos dias atuais a classe pobre já pode sonhar com algumas conquistas. Mas, no futuro, estas conquistas não estarão mais disponíveis para ela. Agora, imagine você que hoje possui a capacidade de ter o que a classe média sonha e amanhã não poder ter o que a classe pobre de hoje pode? Isso fomentará a lógica que a mente irá usar: a de que você precisa ter aquelas coisas e alguém externo (o patrão que paga pouco, o governo que não gera empregos, etc.) é o culpado da sua situação. Viram que grandes provas acontecerão para aqueles que estiverem encarnados?

Participante: então, os acontecimentos que o senhor está prevendo que acontecerão a partir do dia 21 de dezembro de 2012 ocorrerão sobre a capacidade de comprar e não sobre os elementos materiais em si. É isso?

Sim, Por quê? Porque o problema não estar em ter, mas no querer e não poder ter.

A capacidade de comprar não tem nada a ver com o ato de comprar. Como disse anteriormente, o ser humanizado acaba se adaptando a novas condições e passando a viver dentro da sua nova realidade, ou seja, ele se acostuma a viver com aquilo que está disponível para isso. Por isso o fato de ter ou não nada tem a ver com a provação. Esta existe quando há o desejo de ter aliado a uma certeza de que poderia ter tido e o de não conseguir adquirir o que se deseja.

É quando a mente afirma que merece ter, quando ela diz que você já teve condições de ter e que alguém lhe retirou esta capacidade é que surge realmente a oportunidade para que o ser humanizado opte entre o bem e o mal. O simples fato de ter não gera toda esta especulação mental e por isso não serve como provação.

Participante: insisto na questão. Na verdade as coisas que são previstas para o fim do mundo como a falta d’água e de alimentos não ocorrerão?

Sim, poderão ocorrer, mas para aqueles que querem estas coisas. Como disse, o que sofrerá ataque serão aquelas coisas que cada um deseja e anseia. Por isso, as carências serão individualizadas e não global.

Tudo o que está previsto acontecerá. As carências existirão, mas assim como hoje elas serão acontecerão com setores diferentes da humanidade. O desencarne de muitos espíritos acontecerá, pois no próximo mundo menos espíritos estarão realizando suas encarnações neste planeta. Mas, isso não quer dizer que acontecerão catástrofes que ceifarão milhares de vidas de uma só vez. Na verdade continuarão acontecendo as mesmas coisas que acontecem hoje: terremotos que atingirão determinados pontos do planeta, tsunamis que alcançarão determinadas praias. Estes atos isolados farão a peneira daqueles que ficarão no planeta no próximo sentido de encarnação e os outros que não poderão permanecer aqui

Tudo o que está previsto é metafórico e não realidade. O planeta continuará o mesmo e viverá o que hoje já vive, mas a grande catástrofe que acontecerá será no mundo individual de cada um.