O fim do mundo

A vida e a mente

27. Desapego

Participante: esta mudança de eixo que o senhor está comentando que irá acontecer tem a finalidade de fazer nos apegarmos a coisas mais simples?

Não. Esta mudança tem a finalidade de lhe fazer a não apegar-se a mais nada.

É muito simples você ler nos ensinamentos de Buda, Krishna, Cristo e do Espírito da Verdade que tem que libertar-se do apego aos objetos materiais e apenas não querer coisas mais sofisticadas. No entanto, quando se trata de posses sentimentais, ou seja, do apego aos seus entes queridos, ou das posses morais (sei o que é certo), ou ainda de elementos materiais que já está acostumado, você não se desapega. Por isto esta mudança acontecerá. Ela não se concentrará apenas nos objetos, apesar de estarmos falando muito deles, mas de todas as posses que sua mente nutre e você compactua com elas.

Não serão apenas os apegos a novos objetos que serão atacados nesta fase da vida, mas todos, inclusive os apegos morais e sentimentais. Se eles não forem atacados, você não tem a oportunidade de despertar e atacar estas questões que lhe afasta de Deus.

Participante: o que é estar apegado a alguma coisa?

O apego existe quando você se sente dono daquilo porque tem paixão. Por exemplo, estando apegado sentimentalmente ao seu filho acredita que ele deva lhe ouvir e fazer aquilo que você ache certo fazer. Isto é um apego porque você se considera dono dele.

O apego existe quando você se acha capaz de gerir o futuro daquilo com que convive. Por exemplo, quando exige que sempre que aperte o botão a televisão funcione, há um apego. Esta forma de conviver com ela leva ao sofrimento, pois por conta da impermanência das coisas aquele aparelho um dia deixará de funcionar e ao apertar o botão e não conseguir o resultado que esperava sofrerá. Se não estiver apegado, ou seja, se não achar que sempre que ligá-la ela funcionará, não há apego e não haverá sofrimento quando não funcionar.

O apego leva a outros problemas. Quando ele for contrariado pelo momento presente, ou seja, quando acontecer o que você não esperava, julgará e criticará o fabricante da televisão ou alguma outra pessoa como causa do seu sofrimento. No entanto, não está vendo que o apego é que o faz sofrer e não a televisão ou qualquer outra pessoa. O que o faz sofrer é a certeza de que só porque apertou o botão ela terá que funcionar.

Participante: quer dizer que o apego leva sempre ao sofrimento?

Não necessariamente. Você receberá o sofrimento da mente, mas isso não quer dizer que precise sofrer. Na verdade o seu sofrimento dependerá do quanto você compactua com o que a personalidade humana cria. Se ela criar o sofrimento e você realizar o trabalho do desapego, não sofrerá; mas, se não fizer isso, sofrerá o sofrimento criado pela mente.

Na verdade o apego à televisão não é seu, mas sim da mente. É ela que cria este apegar-se. Você só sofre porque está apegado à mente e não ao aparelho. Só sofre porque acha que o apego é seu. Por achar isso, quando ela diz que é preciso sofrer, vibra dentro deste sentimento.

Estas perguntas foram muito boas porque reforça a necessidade da existência do período que começará no próximo dia vinte e um. Se o apego está na mente, só quando o mundo externo o fizer aflorar é que você poderá reconhecer a existência dele e realizar o trabalho indicado pelos mestres. Se o mundo externo não provocar uma mudança de eixo, ou seja, não contestar a verdade que sua televisão não funciona apenas porque você quer, como reconheceria a existência deste apego na sua mente?

Hoje automaticamente você liga a televisão diversas vezes ao dia. Ela sempre funciona. Isso criou em você um vício e este acabou com o pensamento sobre a sua relação com este objeto. É por conta deste descuido do ser humanizado em penetrar fundo no presente que ele tem para viver (ligar a televisão) que a mente cria inconscientemente o apego, ou seja, cria a ilusão de que ao apertar o botão ela sempre funcionará. Como você está desatento àquele momento aceita esta criação mental.

Por isso, somente quando o mundo externo agir contrariamente ao habitual é que você poderá conscientizar-se de que há um apego naquele relacionamento. Por isso a mudança de eixo neste momento das encarnações no planeta é importante. Somente quando a sua verdade de que é dono do destino da televisão (basta apertar o botão que ela funcionará) for atacada, poderá realizar o trabalho que o aproximará de Deus.

 Apesar de ter falado assim, digo outra coisa importante: não será qualquer mudança que ocorrerá para cada um dos seres encarnados. Toda mudança estará vinculada sempre a um gênero de provações pedido pelo ser antes da encarnação.

O Espírito da Verdade nos ensinou que quando o espírito pede determinado gênero de provações cria para si uma espécie de destino, que é o resultado de sua posição na escala espiritual. Por isso afirmo que qualquer acontecimento que aparecer na existência de um ser humanizado necessariamente terá quer estar ligado ao gênero pedido. Sendo assim, neste momento em que os acontecimentos para a provação dos seres ocorrerão, não poderão haver ataques a apegos que não estejam dentro do pedido original do espírito.

Quando ocorrerem os ataques a mente, então, será gerado o sofrimento. Neste momento você tem o livre arbítrio de sofrer ou não, de escolher entre o bem e o mal.

Participante: este livre arbítrio não existe, pois como o senhor disse, a mente criará o sofrimento.

Quando se fala em livre arbítrio, digo sempre que ele é muito maior do que vocês imaginam. Primeiro porque ele aparece no momento da escolha dos gêneros da provação e depois porque ele retorna quando existe um acontecimento fundamentado nesta escolha.

O que quer que aconteça na sua vida é fruto do seu livre arbítrio, da sua livre escolha de viver este ou aquele gênero de provações. Pedido, este gênero se transforma num acontecimento. Nele existem os atos físicos, as compreensões racionais que dão valor àquele ato e o resultado dela: o sofrimento ou o prazer. É neste momento que você exerce o segundo livre arbítrio. Como? Sentindo ou não a dor ou o prazer proposto pela personalidade humana. No exemplo da televisão não funcionar, isto só aconteceu porque aquele acontecimento é uma representação perfeita de uma provação que o ser que o vivencia pediu.

O que eu chamo de acontecimento não é apenas o ato físico (o apertar o botão e ela não funcionar), mas também as declarações mentais a respeito dos atos físicos: ‘que droga de televisão, foi quebrar logo agora. Eu comprei uma porcaria’. Mais: está embutida também a sensação que virá depois desta postura mental, ou seja, o sofrimento ou o prazer pelo que aconteceu. Neste momento, exerça o segundo livre arbítrio, ou seja, ao invés de seguir o que a mente propõe, permaneça equânime.

Falando em questão de apego, como disse ele está na mente de uma forma que você não tem consciência de que a relação com a televisão é feita desta forma. Somente pela reação emocional que a personalidade humana tiver no momento da relação é que você pode conscientizar-se da existência dele.

O que é o prazer? A satisfação de ver seus desejos atendidos. Portanto, se você tem prazer quando a televisão funciona, há um desejo inconsciente de que isso acontecesse. De onde surgiu este desejo? Da sua paixão por assistir televisão. Todas estas coisas estão na mente e você não tem consciência delas. Só quando o aparelho funciona e a personalidade humana cria o prazer é que pode conscientizar-se da existência destas coisas.

O raciocínio que desenvolvemos para o prazer é o mesmo para a dor. O desejo, a paixão e o apego estão na personalidade humana e você não sabe. Somente quando ela gerar o sofrimento de não ter o desejo atendido é que poderá ter a consciência da presença destes elementos.

Sendo assim, sua provação só começa quando a mente cria o prazer e a dor. É a existência destas emoções que lhe mostra que ali há uma provação a ser vencida. Portanto, só neste momento pode realizar o trabalho da reforma íntima. Como? Vivenciando o seu segundo livre arbítrio optando por amar a Deus acima do funcionamento da sua televisão. Quando faz esta escolha, a mente cria o sofrimento e você permanece equânime.

A partir de tudo o que disse agora, portanto, afirmo que você não sofrerá se um desejo for questionado, mas isso só ocorrerá se não fizer a opção por Deus.

28. Valores sentimentais

Participante: você está falando muito na questão dos valores que temos no relacionamento com os objetos, mas e os outros, também serão atacados? Por exemplo, o amor que tenho pelo meu filho será atacado? De que forma?

A partir da descrição que dei da prova de cada um (um acontecimento externo que é interpretado pela mente ao qual é atribuída uma emoção), pergunto: o que gera os valores sentimentais de vocês? O que gera o valor com o qual você vive uma informação? O que gera o valor com o qual você convive com seu filho? O que gera o valor com o qual interage com a televisão? O sistema humano de vida.

A vida de um ser universal é vivenciada pela mente a partir de sistemas, ou seja, a partir de um conjunto de normas e regras que são aceitas como certas e, portanto, devem ser seguidas. Uma pessoa só gosta do seu filho porque o subsistema familiar com o qual aquele ser humanizado convive diz um pai deve fazer isso. Não é você que gosta do seu filho, mas a idéia de gostar dele é gerada pela mente para dar força de realidade a este maya.

Os subsistemas que compõe o sistema humano de vida, ou seja, as regras e padrões que cada grupo de ser humano deve seguir são os elementos usados pela mente para criar as idéias com as quais o ser convive como provação durante a sua encarnação. O gostar de um filho é uma desta regras que aquele que alguns que representam o papel de pai vivem e por isso a idéia de gostar é gerada pela personalidade humana como elemento da criação da representação que serve como provação ao ser universal.

 Esta emoção tanto é regra que para os que vivem com esta idéia quando isso não acontece, ou seja, um pai não gosta de um filho, acusam este ser humanizado e dizem que não entendem como isso pode acontecer. Esta é mais uma utilidade deste subsistema na provação dos espíritos, pois esta forma de raciocinar da personalidade humana está ligada aos gêneros de provações pedidos pelo ser antes da encarnação.

Portanto, na verdade não é você que gosta ou não do filho, mas a emoção com que se relaciona com personagem da sua história é gerada pela mente a partir de um subsistema de vida. Como você não vê que existe este subsistema e acredita que é você que gosta, acaba acreditando que tem que ter a obrigação de gostar dele.

Saber que existe um sistema humano de vida que é seguido pela sua mente é importante, porque todos os valores com os quais convive com as coisas (pessoas, objetos e acontecimentos) deste mundo surgem a partir dele e não de ações praticadas livremente. Não é você que gosta ou desgosta de alguma coisa, mas a emoção que a mente cria, seja ela positiva ou negativa, com relação àquela coisa surge por subordinação a determinado conjunto de normas e regras. Tudo o que você sente nada mais são do que resultado de normas, regras e padrões que geram o sistema de vida que vive.

Pergunte a uma pessoa que está ligada num sistema de vida onde ter um celular é necessário se ela imagina uma vida sem este objeto. Se a regra de ter que ter for quebrada, esta pessoa sofrerá. Mas, existem pessoas que não possuem este telefone e nem por isso sofrem. Será, então, que é realmente a ausência do telefone que faz aquele ser sofrer ou porque ele vive a partir de um sistema onde ter o telefone é regra?

O que faz esta pessoa sofrer não é a carência do celular, mas sim o fato dela estar vivendo submetida a um sistema de vida que possui como regra a necessidade de ter este aparelho. O sofrimento só existe porque quando o ser se submete a um sistema gera para si obrigações e necessidades. O sofrimento só existe porque esta pessoa vive a necessidade de ter e a obrigação de ter. Se não estivesse submetida a este sistema, como não estão aqueles que não têm o celular, ela não teria a necessidade e a obrigação e com isso não sofreria com a ausência deste aparelho.

 Voltando à relação com o seu filho, afirmo que o valor a mente cria para ela não nasceu em você, mas na sua subordinação a um sistema de vida. Subordinando-se a um sistema que afirme que todo pai ama o filho, que acredito você tenha como verdade, gera para si a necessidade e a obrigação de amá-lo. Por conta disso, acredita que ama, mas este amor não é real: é apenas o cumprimento das obrigações geradas pelo sistema de vida que vivencia.

O amor que acredita ter pelo seu filho não é você que sente, mas sim uma criação mental. Trata-se de uma criação que atende aos padrões do seu sistema de vida. A personalidade humana cria este amor porque esta é a expectativa que supre as obrigações do seu sistema de vida. Se você, por provação espiritual, tivesse que viver com a obrigação de não amá-lo, seria esta a criação mental e em momento algum entenderia porque não o ama.

Justamente por não ver todo este processo sendo gerado, sente-se obrigado a viver o amor ou o desamor que a mete gerar. É também por conta desta inconsciência com relação à criação mental que surge, então, a necessidade deste elemento ser atacado a partir do dia 21 de dezembro de 2012.

A mente, que é na verdade a criadora da idéia de gostar de algo, não consegue amar incondicionalmente. Todo o amor que ela cria faz exigências daquele que é amado para existir. Ninguém ama sem um porque, para que ou como. Este fato faz com que o amor que a mente cria se torne numa possessão.

Quem ama esperando alguma coisa de quem é amado, nem que seja ser amado também, está vivendo na verdade uma possessão, pois como disse antes, ter uma posse é achar-se capaz de gerar um futuro determinado para algo ou alguém. Portanto, este amor não é um sentimento, mas um elemento gerador de provas. Sendo assim, é eixo da vida e por isso precisa ser atacado neste movimento que se iniciará no planeta.

Se a mente fosse capaz de amar universalmente, esta idéia não precisaria ser alvo do processo que se iniciará. Mas, como não é, ataques vão acontecer.

Que ataques são estes? Não haver correspondência no amor. Os filhos começarão cada vez mais a questionar as orientações paternas e maternas e com isso exporá a possessão que está encoberta pela idéia de amar. Quando o filho não seguir estas orientações a mente gerará idéias como meu filho não me ama, para que você possa compreender que quem não ama é você, pois ainda se imagina dono do seu filho.

Se o amor que a mente diz que você sente fosse incondicional, não deveria nunca se desapontar com o que o seu filho faz. Mesmo que ache que determinado caminho que seja seguido por ele não leva a um fim considerado humanamente como bom, não sofreria. Isso porque quem ama incondicionalmente pode até orientar o outro, mas jamais cobrar que a orientação seja seguida.

Quem ama incondicionalmente respeita o livre arbítrio do outro. Por isso, mesmo que oriente o seu filho a seguir por determinado caminho, não se sente desapontado por não ter sido ouvido. Este desapontamento só existe para aquele que ama condicionalmente, ou seja, aquele que coloca a sua felicidade dependente de um desejo, de ter sua orientação atendida.

Este é o caminho que se tomará a partir do dia 21 de dezembro de 2012. Cada vez mais os filhos ou entes queridos não corresponderão aos desejos gerados pelo amor que imagina ter por eles. Com isso você pode ter consciência de que aquela emoção gerada pela mente está subordinada a uma regra de um sistema de vida (todo filho respeita e segue a orientação dos pais) e vivido como uma possessão, ou seja, como uma paixão que gera desejos.

Participante: mas, a base do relacionamento de uma mãe com um filho é o amor...

Desculpe, mas por tudo o que falei acima fica bem claro que a base para quaisquer relacionamentos entre dois seres humanizados são as regras pertencentes ao sistema de vida que está sendo vivenciado naquele momento. Estas regras são vividas por possessões, ou seja, por sentimentos condicionais, e não por amor. Aliás, vocês nem imaginam o que seja realmente amar, pois só conhecem aquilo que a mente cria e, como disse antes, ela é incapaz de criar o amor incondicional.

Compreenda que todo relacionamento que vive é sempre vivenciado a partir de regras e normas que regulam o comportamento seu e do outro elemento. Tudo o que estas normas e regras disserem será seguida piamente por aquele que está apegado à mente, mas para aqueles que estão despertos, ou seja, que estão conscientes da existência de um tentador é possível conscientizar-se da real forma como a vida se movimenta.

Participante: uma mãe indígena, por exemplo, que vive de forma diferente da nossa pode amar o filho verdadeiramente?

Mais uma vez você prova que não entende a questão do sistema de vida humano. Quando falo de regras e normas que regem os relacionamentos não estou falando nesta ou naquela regra, mas em existir um preceito regulador da convivência. A mãe indígena realmente não possui as regras que vocês que vivem na cidade e em grandes sociedades possuem. No entanto, ela possui as regras dela.

O problema não é qual regra você segue. Como disse, quem acha que não gosta do filho está também seguindo um preceito gerado pelo sistema humano de vida e não um sentimento. Este está agindo igualmente àquele que gosta, pois com relação ao sistema de vida precisamos compreender que cada um vive um conjunto de normas diferente do outro. Isso é desta forma, porque cada conjunto está ligado a uma opção de gênero de provas pedido pelo espírito.

O que importa no sentido da elevação espiritual não é se você vive desta ou desta forma, se acredita nisso ou naquilo, mas sim o fato de submeter-se a um sistema humano de vida. Esta questão é importante para aqueles que buscam a elevação espiritual porque como ensinou Cristo não se serve dois senhores ao mesmo tempo. Aquele que se submete a um sistema humano, ou seja, vive a partir de determinas regras serve a humanidade e por isso não serve a Deus.

Neste ponto, portanto, o importante não é saber no que alguém acredita, mas sim compreender que toda crença de um ser humanizado é submissão a regras que compõem o sistema humano. Saiba: onde há um ser humanizado, há uma norma sendo vivenciada por uma mente.

Repare na própria anarquia que alguns seres humanizados vivenciam e dizem que por conta disso são livres de regras. Anarquia é um sistema de vida onde os seguidores dele não possuem normas. Aparentemente parece que eles estão vivendo libertos da sociedade humana, mas será que estão mesmo?

O que é a sociedade humana? Um conjunto de normas. Que norma possui os anarquistas para viver em sociedade? A norma de não ter normas. Para eles a norma é não seguir as regras da sociedade humana. Em que eles se diferenciaram da sociedade? Em nada, pois ainda continuam vivendo uma regra e não uma livre opção.

É isto que você precisa compreender. Mesmo quem não segue determinadas normas ainda vive de uma forma normatizada, pois está submetido à norma de não ter normas.

Participante: vejo que quando o senhor fala generaliza muito as coisas. Eu, por exemplo, dou plena liberdade ao meu filho e não cobro nada dele. Estou amando universalmente?

Claro que não. Para você a norma é libertar o filho. Esta liberdade que concede a ele não é, portanto, algo liberal, mas resultado da submissão a uma norma.

Além do mais dizer que não cobra nada dele é também uma falácia. Com certeza você ainda espera que dentro da liberdade que dá ao seu filho ele aja, como vocês dizem, com juízo. Você dá a liberdade a ele, mas ainda espera que ele a utilize de uma forma que não gere nenhum perigo a si mesmo.

Este é o preço que você cobra do seu filho por conta da liberdade que dá a ele. Também expressa, mesmo que inconscientemente, um desejo. Por conta dele, se o seu filho não agir com juízo quando você lhe dá liberdade irá sofrer. Mais: cobrará dele...

Quantas vezes você já teve conhecimento de pessoas que não prendiam seus filhos e quando eles agiam dentro do conceito destas pessoas de uma forma considerada negativa, elas cobravam: ‘meu filho, porque você foi fazer isso... Nunca lhe faltou nada em casa...’ Esta indignação é a prova que existia uma perspectiva que não foi atendida.

Quem realmente liberta o seu filho, mais do que não impor horário, ele não gera expectativa nenhuma. Ele não interroga para saber o que o filho fez, não questiona se estava com pessoas que considera boa ou não, não tem a expectativa que tudo vai correr bem quando estiver longe.

Na verdade a libertação que a mente lhe diz existir nada mais é do que uma regra. Esta é considerada como boa ou elevada para que você viva submissa a ela e não repare que está servindo somente à humanidade.

Repare: todo mundo acha que a regra que vive é boa. Aquele que segue o caminho que afirma que é preciso castigar o filho, acha que fazer isso é bom para o futuro dele. Aquele que fere alguém com uma crítica acredita que é importante alertar o outro para o erro que está cometendo. Isto é desta forma para que, iludido pelo maya que dá poder de real ao que é pensado, o ser humanizado não veja que está apenas vivendo criações mentais que se submetem a regras individuais e não agindo universalmente.

29. A vida é um processo mental

Há algo que vocês precisam compreender para poderem aproveitar as oportunidades que serão geradas a partir do dia 21 de dezembro de 2012 para o processo de elevação espiritual: tudo o que você vivencia é apenas criações mentais e não realidades.

Para poder falar sobre isso vou criar um exemplo, mas antes disso deixe-me dizer algo àqueles que não estão aqui: não há ninguém fazendo a ação que vou colocar no exemplo. Estou usando apenas uma figura que vai ficar muito fácil compreender o que estou dizendo que é necessário para a vivência do processo que se iniciará.

Vocês estão vendo aquela pessoa tirando meleca do nariz? Ver esta ação cria em vocês nojo? A resposta a estas duas perguntas para vocês é sim, mas para mim é não. Vamos entender isso...

Vocês estão vendo uma ação? Não, é a mente que está criando a imagem que você diz que está vendo. A própria ciência humana diz que o olho capta apenas energias que estão no mundo externo. Estas energias são conduzidas até o cérebro e só ali a imagem é formada. Como o cérebro é apenas uma massa, ele não pode criar. Por isso no espiritualismo dizemos que a imagem é formada pela mente. Sendo assim, você não está vendo nada, mas apenas recebendo imagens da mente.

Ver este tipo de ação causa nojo? Não. O nojo só é vivido quando a mente, submetendo-se a um sistema de vida diz que esta deve ser a sensação a ser vivida.

Portanto, você não está vendo nem sentindo nojo: tudo isso está sendo criado pela mente. Este processo vale para tudo o que um ser humanizado vivenciar durante uma existência carnal.

Todas as imagens, a descrição do que está acontecendo e a reação, elementos que formam a vivência que vocês têm, são criações mentais que são formadas desta forma porque esta é a representação necessária que o espírito precisa vivenciar para que os gêneros de provação que ele pediu antes da encarnação aconteçam. A este, só resta escolher entre viver tudo isso ligado a Deus, no bem, ou apegado às criações mentais, no mal.

Todas as criações mentais prendem-se a este propósito, por isso, não importa o que seja que ela diga, não importa qual valor esteja sendo aplicado em cada momento, não acredite nele. Se a mente diz que você ou outra pessoa é certa ou errada, bonita ou feia, limpa ou suja, boa ou má, não acredite nisso. Acreditando, certamente não viverá a equanimidade que caracteriza a evolução de um ser, mas sim o prazer ou a dor.

Lembre-se que a mente é o diabo, aquele que tem a função de tentar o ser que encarna para que ele possa, exercendo seu livre arbítrio, optar sempre pelo amor universal. Assim como a história bíblica que fala das tentações de Cristo, o diabo ao qual você está ligado neste momento não tentará apenas uma vez lhe desviar do caminho do Pai e lhe levar a submeter-se a ele. Por isso, nunca acredite que aprendeu ou que sabe alguma coisa. As afirmações que você está certo nada mais são do que tentações e não verdades.

Para vencer estas tentações é preciso que entenda que não faz nada, que não vê nada, que não compreende nada, que não sente nada: tudo que atribui a si mesmo nada mais é do que criações mentais que geram as provações do espírito. Para poder gerar isso cada mente possui um sistema humano de vida individual, ou seja, possui um conjunto de normas e regras que levam a determinadas obrigações e criam certas necessidades.

Tem mãe que libera o filho do horário de chegada; tem mãe que não libera. Nenhuma das duas é certa ou melhor do que a outra. As duas são apenas representação de aplicações de regras individuais que servem a espíritos como provações. Portanto, não julgue a nenhuma delas.

30. Os sistemas de vida

Quando digo que tanto a mãe que impõe horário quanto a que libera o filho disso não são certas ou erradas estou afirmando algo que vocês ainda não compreenderam: não existe um sistema humano de vida. O que existe é a idéia de existir.

O sistema humano de vida nada mais é do que regras que normatizam os acontecimentos de uma pessoa. Vivendo com a idéia do ser humano, os espíritos que estão encarnados acham que estas regras existam, mesmo que elas contenham informações diferentes. Por exemplo, para alguns existe a regra que para se elevar é preciso comparecer à missa todo domingo. Para outros, isto é regulado pela existência da norma de que é preciso suprir a carência dos que não têm as suas necessidades básicas atendidas. Apesar de conterem textos diferentes, todas as duas informações nada mais são do que uma regra que cada um possui.

É por conta da existência destes preceitos e da idéia que para o objetivo ser alcançado é necessário cumprir a regra, diga ela o que disser, que o ser humanizado não concebe que se possa viver sem regras, sem a existência de um sistema de vida. No entanto, o apóstolo Paulo nos diz que Cristo veio trazer a liberdade. Que liberdade ele traria se a condicionasse a seguir determinadas normas? Isso não seria liberdade, mas prisão a alguma coisa. Para que realmente ele fizesse isso não poderia haver regras de qualquer tipo.

É por causa deste argumento que afirmo que as regras que formam o sistema humano que vocês vivenciam quando encarnam não existe. Além do mais, quem diz a você que precisa haver uma regra para que um objetivo seja alcançado? A própria mente. Mas, se tudo o que ela diz é apenas uma tentação que serve de provação para o espírito, o que ela fala não é real, mas apenas uma idéia de existir.

Por tudo isso, volto a falar: os sistemas de vida gerados pela mente, não importa em que verdade a regra esteja substanciada. Se a mãe libera ou não, isso não é importante. O que realmente importa é saber se ela acredita que exista um padrão certo, pois isso não existe. Não existem padrões certos, mas o certo, espiritualmente falando, é não ter padrões, pois neste momento o ser libertou-se do sistema humano de vida.

31. Os valores de cada um

A partir de tudo o que disse, posso afirmar que cada ser humanizado possui um pacote de regras e normas que formam o seu sistema de vida individual. Aliás, isso precisa ser assim, se compreendermos que as provações dos seres são diferentes. Se cada um tem a liberdade de optar pelos gêneros de provas que vivenciará durante uma encarnação e se eles são representados através das compreensões que a mente humana gera, é necessário que existam diferentes valores que gerem diferentes interpretações dos acontecimentos. Por isso existem diferentes pacotes de regras e normas com as quais o ser humanizado vivencia os acontecimentos do mundo.

Cada um possui um pacote diferente que leva aquele ser humanizado a pensar, dizer, achar, acreditar, desejar, ter paixão e apegar-se a valores diferentes. Este conjunto com o qual cada ser vivencia quando encarnado chamamos de natureza do ser humanizado.

Cada ser humanizado possui uma natureza diferente do outro, ou seja, possui um pacote de normas e regras que criam a individualidade de cada ser. Este, no entanto, não existe por acaso nem é formado como resultado da vivência dos acontecimentos de uma existência, mas acompanham o ser desde o início da sua encarnação, pois é ele que atende ao que foi pedido antes dela. É por isso que Krishna afirma que ninguém pode agir fora de sua natureza.

Toda formação mental (compreensão sobre um tema) bem como a emoção que acompanha a idéia está ligada à natureza do ser humanizado. Se não estivesse, aquele espírito teria uma provação que não refletiria o seu pedido ainda no mundo espiritual. Se isso pudesse acontecer, este ser viveria uma injustiça, pois teria que realizar uma prova para a qual não se sentiu preparado. É por isso que cada um tem uma natureza, ou seja, tem um pacote que possui determinadas regras e normas com as quais vivencia os acontecimentos e que servem como fundamento para a vivência desta ou daquela emoção a cada momento.

Dentre os elementos que compõem nestes pacotes está a valorização que se dá às coisas deste mundo. A mãe que acha que deve soltar o filho, só faz isso porque no seu pacote de normas existe esta regra. Já a que prende, que controla, que toma conta, também só age assim porque existe uma norma que afirma que isso deve ser feito. Sendo assim, qual a diferença entre elas? Nenhuma...

Mas, a mãe que prende pode soltar? Não. E a que solta, pode prender? Não. Por quê? Porque se agisse diferente da sua natureza o ser que está vivenciando a provação teria uma prova diferente daquela que pediu antes da encarnação.

32. Alteração de valores

Participante: mas, tem gente que muda, ou seja, tem que gente que ao longo de sua existência altera os valores com que vive. Diante do que o senhor disse, como isso funciona?

Vou contar uma história real para vocês poderem entender a questão dos valores de cada um e suas possíveis mudanças. Uma pessoa um dia se libertou da questão do ter que andar bem calçado. Ele, que estava acostumado a andar de tênis ou sapato fechado comprou uma sandália. Sentiu-se tão bem e tão livre com ela que não a tirava mais do pé. Mais: achou que tinha realizado alguma coisa no sentido de libertar-se do apego porque estava usando um calçado que não era ligado ao sistema de vida que vivia até então.

Só que além de usar a sandália, ele passou a mostrar a todos o quanto estava livre da obrigação de andar bem calçado. Quando conversava com outros espiritualistas freqüentemente citava a sua sandália como símbolo da libertação que tinha alcançado do sistema humano de vida. Um dia, uma pessoa ouvindo-o falar mais uma vez da sandália e do desapego que a sua utilização caracterizava, lhe disse: ‘será que você ainda não viu que está apegado ao desapego que imagina ter realizado’?

Na verdade, este ser humanizado não havia conseguido desapego algum. A idéia de ter se desapegado foi criada como um novo apego e ele nem teve consciência de que apenas havia trocado um apego pelo outro. Sendo assim, houve alguma mudança neste ser humanizado? Não...

Estou lhe contando isso para poder falar da mudança dos valores que algumas pessoas podem sofrer durante a existência. Isso realmente pode acontecer, mas ela não alterará nada, pois qualquer mudança de verdade que aconteça não se caracteriza num desapego, mas apenas no apego a outra coisa.

Voltando ao exemplo das mães, aquela que prende o filho e um dia resolve não mais agir desta forma porque imagina que compreendeu que deve libertá-lo do seu jugo, na verdade não realizou nada no sentido do desapego, mas continuou apegada a uma norma de um sistema de vida humano. Mas, será que o novo valor feriu o gênero de provas pedido por aquele ser antes de encarnar? Eu diria que não. Na verdade iniciou-se uma nova prova...

A prova do apego à norma continua, pois o valor atual que afirma que é certo libertar o filho é que norteia aquela idéia e isso caracteriza a submissão a um sistema de vida humano, o que, em última analisa, é a provação que o espírito vivencia durante a encarnação. A prova, portanto, continua, só que, além disso, uma nova começa com a mudança do valor daquela norma.

Quando a mente afirma que aquele ser humanizado está fazendo alguma coisa no sentido da sua elevação espiritual está criando uma nova verdade para este mundo. Como vimos, nada foi feito, mas apenas surgiu a idéia de se ter feito alguma coisa. Esta nova verdade é um novo valor que serve como nova provação ao ser.

Voltando ao exemplo da pessoa que alterou a sua forma de se calçar, o hábito de usar tênis, sapato fechado ou sandália não tem a menor importância, mas sim a forma como se relaciona com ele. Quem usa sandália ou sapato social está vivendo a mesma provação. Quando o tipo do calçado se altera, portanto, em nada muda aquela prova. É por conta desta continuação da mesma provação que afirmo que ninguém se muda, mesmo que passe a pensar diferente ou que aceite novos valores como certo.

Dito isso, você poderia, então, me perguntar se o não vivenciar qualquer valor que a mente cria não se trata de uma modificação. Na verdade, não se trata. Isso porque a vivência desapegada da criação da mente jamais poderá ser criada pela mente. Por isso, ninguém que racionalmente tenha consciência de estar desapegado realmente está.

Quem realmente se desapega não sabe que fez isso, ou seja, não acredita no desapego gerado pela mente. Este sabe que esta nova criação mental nada mais é do que uma nova proposição de apego, uma nova corda para atá-lo a um novo pacote de regras e normas. Sabe que qualquer mudança que seja gerada pela mente, ou seja, que lhe venha à consciência, não se tratou de uma mudança real, mas apenas a alteração do rótulo do padrão.

Quem realmente entende o processo de elevação sabe que qualquer valor que a mente crie nada tem a ver com certo ou bom, mas trata-se de uma valorização gerada pelo tentador como provação para a sua encarnação. Por isso, não importa qual assunto seja, ele jamais aceita a consciência de que se mudou, mas compreende que foi a mente que se alterou para poder mantê-lo preso à humanidade que vive.

Na verdade as mudanças que você cita que alguns conseguem em determinados assuntos nada mais são do que as vicissitudes que fazem parte dos objetivos da encarnação como ensinou o Espírito da Verdade na pergunta 132 de O Livro dos Espíritos. O fato de hoje prender o filho e de amanhã achar que precisa soltá-lo são apenas os dois lados da mesma moeda, a alternância dos valores que geram a provação do espírito quando encarnado.

33. A ação de libertação

Participante: pelo que estou entendendo, devemos viver em contemplação da vida. É isso?

Na verdade, não. Isso porque um ser humanizado jamais conseguirá viver em contemplação. A cada momento da existência você precisa agir. Vou tentar explicar o que estou querendo dizer...

Viver em contemplação seria apenas observar os acontecimentos da vida, mas isso lhe é impossível já que a realidade criada pela mente é apenas uma proposição de realidade e não algo real. Por exemplo: a imagem que você neste momento está percebendo não é real, mas uma proposição de realidade. A imagem do médium, das outras pessoas, deste lugar e os sons e cheiros que está sentindo não existem, mas são criações da mente. Ela cria estes elementos e lhe afirma que eles formam uma realidade, mas não são.

No momento em que a mente lhe passa as informações que ela cria para este momento, você precisa agir: aceitar ou não aquilo como real. É por isso que você não pode viver contemplativamente.

Sempre que a mente cria alguma coisa você precisa agir: precisa optar entre o bem e o mal. Por isso não pode viver contemplativamente: tem sempre que tomar uma posição...

Participante: mas, não tenho que me libertar de tudo o que a mente cria?

Sim, mas para isso você precisa de uma ação. Jamais conseguirá se libertar da mente através da contemplação.

Se a mente lhe diz, por exemplo, que age despossuidamente porque não cobra horário para o seu filho chegar à noite, você não deve acreditar nestas informações, mas para isso precisa agir com um não acreditar. Observando apenas o que ela disse, ou seja, não agindo no sentido de não acreditar, não conseguirá se libertar do que foi criado pela mente. Esta ação é o segundo livre arbítrio que o Espírito da Verdade diz que todo ser possui.

Você jamais conseguirá viver a vida humana meditativamente, pois quando não fizer a opção, aceitará implicitamente a criação mental como realidade. Neste caso optou pelo mal. Para que optasse pelo bem teria que reagir à proposição mental dizendo que não sabe se o que o tentador criou é realidade ou não, certo ou não, bom ou não. Nada saber é a única resposta que o ser encarnado pode dar a qualquer criação da mente se quiser aproveitar a encarnação e aproximar-se de Deus.

Porque isso? Porque nada saber é a única resposta que leva o espírito aproximar-se do Pai? Porque o saber qualquer coisa lhe afastou de Deus...

Vocês se lembram do que está escrito na Bíblia a respeito do que levou ao início das encarnações no planeta Terra?

“Então, o Deus Eterno pôs o homem no Jardim do Éden, para cuidar dele e nele fazer plantações. E o Eterno deu ao homem a seguinte ordem: ‘Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore, pois no dia em que você a comer, certamente morrerá’”. (Gênesis, 2, 15-17)

“A cobra era o animal mais esperto que o Deus Eterno havia feito. Ela perguntou à mulher: é verdade que Deus mandou que vocês não comessem de nenhuma árvore do jardim”?

“A mulher respondeu: Podemos comer as frutas de qualquer árvore, menos a fruta da árvore que fica no meio do jardim. Deus nos disse que não devemos comer dessa fruta nem tocar nela. Se fizermos isso, morreremos’.

“Mas, a cobra afirmou: vocês não morrerão coisa nenhuma! Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore os seus olhos se abrirão e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal”.

“A mulher viu que a árvore era bonita e que as suas frutas eram boas de comer. E ela pensou como seria bom ter conhecimento”. (Gênesis, 3, 1-6)

Portanto, se a ação que afastou o espírito de Deus que agora encarna no planeta Terra foi ter comido do fruto da árvore do conhecimento, ou seja, adquirido saber, o que pode aproximá-lo Dele é não mais comer desse fruto. É por isso que a única ação que pode libertar o espírito da sansara (roda de encarnações) é o declarar nada saber. Se esta declaração foi importante ao longo dos últimos sete mil anos de encarnações, imagine agora que estamos entrando na reta final do mundo de provas e expiações.

É isso que vocês precisam compreender. A vida humana nada tem a ver com ela mesmo, mas sim com a encarnação do espírito. A vida humana nada mais é do que um campo de provas para que o espírito evolua e por isso tudo o que diz respeito a ela tem que ser pensado a partir deste ponto de vista e não observado de forma isolada do mundo espiritual.

Porque vocês estão encarnados neste mundo? Porque continuam vivos neste momento? Porque um dia comeram o fruto da árvore do conhecimento. Não é assim? Vocês não julgam que são capazes de perceber as coisas (tem os olhos abertos) e não se acham capazes de distinguir o bom do mal, o certo do errado? Então, são espíritos que ainda cometem diuturnamente o pecado original. Sendo, estão vivos neste momento para poder realizar a ação libertadora que os fará retornar ao Jardim do Éden, ao mundo dos espíritos que vivem próximos de Deus.

Esta é a forma que precisam encarar a vida. Se não fizerem deste modo, vocês continuarão iludidos pelo poder de maya, o poder que dá à ilusão a força de real, e terão que reencarnar novamente até que um dia executarão a ação libertadora que os libertará da sansara.

Diante de tudo o que disse, portanto, volto a afirmar que não é possível se conseguir aproveitar a elevação numa vivência contemplativa, mas somente através de uma ação e essa é a declaração expressa de nada saber, mesmo que a mente afirme ao contrário. Na verdade, quem não dá esta resposta é como a primeira mulher, que ao ser tentada pela cobra acha que as frutas são muito bonitas e boas de comer e quer para si o poder que apenas Deus tem.

34. Como agir para se libertar

Participante: então, segundo o senhor, se regular o horário de chegada do meu filho estarei errando, mas se o libertar também estarei. Como devo agir, então?

Boa pergunta... Falamos agora pouco da ação libertadora que leva o ser a aproximar-se de Deu, mas esta nada tem a ver com a ação humana. Por isso está perdida, sem saber como agir, e quer agora saber como deve proceder fisicamente.

Para lhe responder pergunto às demais pessoas que estão aqui: como acham que ela deve proceder?

Participante: fazer o que for melhor para o filho...

Boa resposta, mas eu lhe pergunto: o que é melhor para o filho?

Se perguntasse aqui o que vocês acham melhor, certamente lembrando-se da adolescência que tiveram me responderão que era deixar o filho decidir o horário que quer chegar. Acontece que uma moça que freqüentava nossas conversas ficava muitas vezes desgostosa com os pais justamente porque eles agiam dessa forma. Quando ela saía com as amigas todas tinham horário para chegar a casa e ela não. Neste momento ela sempre se perguntava por que os seus pais não impunham um horário a ela.

Face a esta pessoa, que tenho certeza não é única neste mundo, pergunto novamente: o que é melhor para uma pessoa?

Participante: pergunte ao filho o que é melhor para ele e faça o que ele disser...

Novamente uma boa resposta, mas será que ela resolve? Acho que não...

Tenho certeza se a liberdade da moça que citei fosse cerceada no seu horário de retorno, de início se sentiria realizada, mas depois, quando a vontade de ficar fosse grande e não pudesse permanecer até hora que quisesse, voltaria no horário determinado pelos pais, mas não estaria feliz por causa disso. Lembra-se da história do escoteiro? Ele foi feliz receber a sua medalha por ter ajudado uma pessoa de idade a atravessar uma rua e recebeu uma bronca, pois a velha já tinha ido se queixar ao chefe dos escoteiros que foi conduzida ao outro lado sem querer atravessar a rua.

Por isso, digo que praticar uma ação imaginando que está fazendo o bem para outro não corresponde a nenhuma libertação.

Participante: deixe-o decidir o que quer fazer sem criar regra alguma.

Mais uma boa resposta. Mas, me diga uma coisa: o que você acabou de criar? Uma regra... A regra de que ele é que decide o que fazer. Criando-a estabeleceu um item do pacote de regras de um sistema humano. Submetendo-se a ela ainda estará servindo a humanidade e não a Deus e por isso não está evoluindo...

Saiba de uma coisa: não há como você decidir o que fazer, pois qualquer que seja a sua decisão sobre a forma de agir, esta sempre se transformará numa regra criada pela mente. Seguindo-a, continuará sempre preso à humanidade que vive neste momento e com isso jamais conseguirá aproximar-se do Pai.

Sempre que falo em ação, vocês se preocupam com atos físicos. Como estamos falando de relação entre mãe e filho, a preocupação de vocês é saber como agir com o filho, mas esta relação em nada influi no seu trabalho de reforma íntima. O trabalho necessário para a aproximação de Deus se executa na sua relação com a mente e não com outros elementos do mundo carnal. Um ser humanizado não consegue a elevação espiritual porque se relaciona com o filho desta ou daquela maneira, mas sim como ele se relaciona com as criações da sua mente enquanto está se relacionando com o filho.

Lembram do que disse à pessoa que me perguntou como ficaria após o dia 21 de dezembro de 2012 os seus relacionamentos sentimentais? “... na verdade não é você que gosta ou não do filho, mas a emoção com que se relaciona com personagem da sua história é gerada pela mente a partir de um subsistema de vida”. Disse mais: “Todas as imagens, a descrição do que está acontecendo e a reação, elementos que formam a vivência que vocês têm, são criações mentais que são formadas desta forma porque esta é a representação necessária que o espírito precisa vivenciar para que os gêneros de provação que ele pediu antes da encarnação aconteçam. A este, só resta escolher entre viver tudo isso ligado a Deus, no bem, ou apegado às criações mentais, no mal”.

Sendo isso verdade, pergunto: quem está se relacionando com o filho: você ou a mente? Tudo o que disser respeito a este relacionamento, interna ou externamente, será sempre gerado pela mente e não executado por você. Esta criação não sofre a menor ingerência sua, a não ser antes da encarnação, já que ela é uma provação sua e do espírito que hoje ocupa o papel de seu filho. Por isso digo: não se preocupem em como agir fisicamente...

Toda ação será comandada pela mente. Na verdade, será criada por ela, pois como já disse não há nada no mundo externo, mas apenas uma propositura de haver, para você decidir se irá apegar-se ao que foi criado ou se manterá ligado a Deus. Portanto, se você como mãe liberar seu filho para chegar tarde, isso não terá sido uma ação sua, mas algo criado pela mente. Se não o liberar, é a mesma coisa. Sendo assim, para que se preocupar com isso?

Este é o grande problema que não deixou vocês aproveitarem as encarnações até hoje. Estão sempre preocupados em como agir fisicamente e não no sentido de sua elevação espiritual. Estão preocupados em ser, estar e fazer fisicamente falando e não espiritualmente. Isso só denota que ainda servem a humanidade e não a Deus.

Aquele que se reconhece como sendo algo além da matéria, que sabe que a vida é só uma encarnação e que ela existe apenas para a realização do trabalho da reforma necessária para que possa na sua existência eterna aproximar-se do Pai e viver a felicidade que Ele tem prometido, não se preocupa em como agir fisicamente, mas sim espiritualmente. Ao invés de estar preocupado com o que fará a outras pessoas, este ser preocupa-se apenas em como manter-se afastado da humanidade para poder viver a sua espiritualidade.

35. Responsabilidades

Participante: diante do que o senhor fala, nós não temos nenhuma responsabilidade neste mundo?

Com relação às coisas deste mundo, realmente não têm. Aliás, se Deus é Onipotente, Onipresente, Onisciente, Causa Primária de todas as coisas, Inteligência Suprema, Justiça Perfeita e Amor Sublime, será que alguém mais pode ser responsável por alguma coisa neste mundo?

Lembro-me de uma pessoa que nos ouvia e que um dia me fez a mesma pergunta que você agora. Ele me disse: ‘o senhor está dizendo que devo ser irresponsável’? Para compreender o alarme que aquela pessoa estava vivendo, saiba que ele era contador, ou seja, uma pessoa que precisa ter um senso de responsabilidade muito grande. Respondi da seguinte forma: ‘não estou dizendo que você deve ser irresponsável; estou afirmando que deve ser totalmente irresponsável’...

O que é ser responsável? Fazer as coisas certas... Para isso, o responsável precisa saber o que é o certo, o que é o bom, o que é o limpo. Quem se imagina capaz de conhecer estas coisas o que faz? Pela parábola da Gênesis da Bíblia (história de Adão e Eva) são os seres que imaginam bom ter o poder que é de Deus. Ou seja, são os espíritos que precisam encarnar até que um dia abram mão deste poder e assim poder voltar à convivência com o Pai.

Frente a tudo isso, afirmo que qualquer responsabilidade que você chame para si mesmo nada mais é do que engolir um fruto da árvore que Deus lhe disse para não se alimentar. Portanto, afirmo que você deve ser completamente irresponsável.

Sei que vocês não gostam desta afirmação, pois acham que desta forma poderão sofrer algum prejuízo, mas será que isso é verdade? Vamos ver...

Digamos que você se considere responsável, ou seja, se preocupe sempre em fazer o certo, o bom, o limpo. Pergunto: esta preocupação ao longo da sua existência lhe levou sempre a acertar, ou seja, sempre a conseguir fazer o que era certo ser feito? Tenho certeza que não. Por maior que seja o seu critério de responsabilidade acho que algum dia você falhou, não é mesmo? Sendo assim, de que adiantou a sua responsabilidade?

Lembram-se do que falamos? Não existe o mundo externo, mas apenas criações mentais que sofrem a ação de maya e por isso parecem para vocês como realidades. Sendo assim, quem faz o que vai acontecer? A mente. Eu lhe garanto que ela não tem nenhum senso de responsabilidade, a não ser com a provação que o espírito tem que realizar.

Tudo que a mente cria está sempre relacionado com a provação do espírito e não com o certo. Se for preciso para que esta provação aconteça que a mente crie ações que vocês consideram como erradas, ela criará e não terá nenhuma preocupação em fazer isso.

Portanto, não se preocupe com a questão da responsabilidade com relação às coisas deste mundo, mas torne-se espiritualmente responsável. Espiritualmente responsável é aquele que vive esta vida estando sempre consciente da necessidade de promover a sua reforma íntima, ou seja, de não mais alimentar-se do fruto da árvore do conhecimento.

36. A história de cada um

Acabei de dizer que você, se quer aproveitar esta encarnação para alcançar a elevação espiritual, deve se tornar espiritualmente responsável, mas para que consiga isso lhe digo uma coisa: é preciso que se desligue das histórias que a mente cria.

A história de cada um são os acontecimentos que são vivenciados pelo ser encarnado. Esta história, como ensina o Espírito da Verdade, não é determinada neste momento, mas trata-se de um reflexo da escolha deste ou daquele gênero de provação pelo espírito.

“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito faz, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou resistir”. (O Livro dos Espíritos, pergunta 851)

Não importa como você vivencie o momento de agora, o que irá acontecer futuramente já está programado e não poderá ser mudado pela sua ação de agora, pois se isso acontecesse, a sua escolha de antes poderia ser alterada. Portanto, qualquer que seja a história que sua vida conte, ela não tem importância.

Se você fez ou deixou de fazer, comprou ou não, foi ou não a um lugar, isso não importa. O importante é como se relacionou com o que a mente diz que está acontecendo. Ligando-se ao bem, ou seja, a Deus, terá aproveitado a oportunidade para aproximar-se do Pai; ligando-se ao mal, ou seja, às conclusões emitidas pelo tentador, estará ligado à humanidade e com isso se afasta do Senhor.

Respondendo, então, definitivamente a quem me perguntou como agir durante a vida para promover a elevação espiritual, respondo: seja espiritualmente responsável. Para isso, desligue-se da história da sua vida e vivencie a história de sua existência eterna: a encarnação que está vivendo.

Enquanto encarnado, esta história não é formada pelos acontecimentos do mundo, mas pelos valores criados pela mente. Por isso, concentre todos os seus esforços na convivência com estes valores e busque saber o que fazer nesta relação e não o que fazer exteriormente. O que acontece fora do seu mundo mental é apenas teatro e por isso não deve ser motivo de preocupações.

A história que a mente cria para a existência de um ser apenas servem para dar a força de realidade aos valores que ela cria. Por exemplo: se ela cria a história de que você não impõe horário para o retorno do seu filho, ela está fazendo isso apenas para poder lhe dar o valor de pessoa muito boa de uma forma que isso pareça real. É sobre este valor que precisa agir e não sobre a história, mas não consegue fazer isso porque está apegado na história.

Quem tenta viver a história fica perdido numa multidão de assuntos a serem resolvidos, quando na verdade só existe um assunto a ser resolvido: o seu apego a uma norma de um sistema de vida. Quem não compreende a origem da formação mental quer resolver se prende ou não o filho, se faz isso ou aquilo, se trabalha ou passeia, mas tudo isso é só história que se resolverá por si só e não por causa de qualquer ação sua. Já quem compreende a função da mente para a encarnação do espírito, liberta-se de qualquer questão e com isso consegue concentrar-se na única coisa que precisa resolver nesta existência: a questão de não mais comer o fruto proibido.

A multidão dos assuntos que existem nas mentes dos seres humanizados é apenas uma forma de distrair os espíritos encarnados. Gerando uma quantidade infinita de assuntos, a mente retira o foco do ser encarnado do que ele realmente precisa fazer. É justamente para lembrá-los da sua realidade que os mestres e os espíritos enviados por Deus trazem à consciência humana ensinamentos sobre o trabalho da reforma íntima. Concentrando-se neles ao invés de se concentrar nos assuntos das histórias criadas pela mente, o espiritualista pode, então, realizar o trabalho necessário para aproximar-se do Pai.

37. Viver

Tudo o que falamos até aqui é importante para aquele que pretende aproveitar esta encarnação no período que começará no próximo dia 21 de dezembro de 2012. Isso porque para poder usar este tempo em favor da elevação espiritual, os seres humanizados vão ter que reaprender a viver. Se não fizerem isso, passarão realmente situações catastróficas como as previstas pela lenda que está relacionada com este período.

Viver hoje para vocês é participar da história dos acontecimentos, seja como agente ou como receptor das ações. Viver, para os seres humanizados, nada mais é do que estar consciente de acontecimentos a cada momento. Isso porque acreditam nas histórias que a mente cria, acreditam no valor de real que a força de maya concede às histórias criadas pelo tentador do espírito. Vivem desta forma, também, porque acreditam que são vocês que criam não só as ações, mas as formações mentais e emocionais. Enganam-se: tudo é só uma peça que é encenada para que algo seja transmitido a quem a assiste e este algo é o gênero de provas que o espírito pediu antes da encarnação.

Agora pouco alguém veio me perguntar como ficava a partir do próximo dia vinte e um a questão emocional, já que eu estava falando apenas de ataques a valores ligados a objetos materiais. Porque me foi feita esta pergunta? Porque vocês acreditam que o valor emocional, que as relações emocionais, são diferentes das relações com os objetos deste mundo. Acreditam que há alguma diferença entre o querer que uma televisão funcione e o querer que o seu filho alcance o sucesso material. Acreditam que esta última emoção é alguma coisa mais sublime, mais pura, mais elevada. Engano: todas as duas emoções são subprodutos de um sistema humano de vida, ou seja, são reações emocionais nascidas por conta de regras e normas que geram obrigações e necessidades.

Na verdade a única coisa que muda entre o desejo de ver televisão e o de que seu filho se realize são conteúdos da história: os personagens, o cenário, os objetos cênicos e as falas do script. A moral da peça não muda. Isso porque um desejo é sempre um desejo, não importa o que se deseje. Como a moral da prova está ligada à vivência da felicidade que Deus tem prometido, que é incondicional, ter desejos, de qualquer ordem, não lhe deixa vivê-la, pois o desejar leva inexoravelmente a só se ser feliz quando o que é desejado é alcançado.

Saiba de uma coisa: não há atos, não há normas ou regras, obrigações ou necessidades geradas pela mente que seja espiritualmente mais puras, mais elevadas. Nesta vida não existe pureza e já provei isso em momentos anteriores quando mostrei claramente que o Dalai Lama, apesar de ser considerado muito desapegado ainda quer que a China abandone o Tibet. Já provei também quando mostrei que Ghandi, apesar de ser considerado um pacifista, fez sim guerra contra a Inglaterra para libertar a sua terra natal. Pode não ter sido uma guerra armada, mas foi uma ação contra alguém e viver esta ação é guerrear.

No mundo material não existe a pureza que vocês querem, pois aqui é a terra do Diabo. Não o Diabo no sentido da figura mitológica de rabo que quer fazer o mal para os seres humanos, mas do diabo como o tentador dos espíritos que, ao tentá-los, gera a provação que cada um precisa para a sua evolução. Esta é a terra do tentador e por isso, qualquer coisa que aqui aconteça só tem como finalidade gerar uma provação para o ser universal. Tudo que aqui existe surge a partir deste tentador.

Claro que não estou dizendo que esta é uma terra sem lei, um local onde o tentador possa agir livremente fazendo aquilo que quer. Já estudamos que existe uma Causa Primária de todas as coisas e que é ela que gera primariamente qualquer coisa que acontece. Sendo assim, tudo o que o tentador faz, tem início em Deus. Por isso digo que esta terra é a terra da tentação que é gerada pelo tentador que Deus cria.

Mas, porque este tentador cria estas coisas? Será que é para ferrar com a vida de vocês? Será que é para lhes causar prejuízo? Até poderia ser se ele não fosse gerado pela Inteligência Suprema, pela Justiça Perfeita e pelo Amor Sublime. Como é gerado pelo Pai, tudo o que ele faz tem como finalidade lhe dar uma oportunidade de realizar um trabalho que o ajude na aproximação de Deus. Tem como finalidade lhe dar a oportunidade de amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Como ensinou Cristo, se você só ama os seus amigos, que vantagem espera alcançar? Até os pagãos fazem isso... Portanto, o tentador quando cria um inimigo, alguém que não satisfaz seus anseios, está lhe gerando uma oportunidade de fazer algo que lhe traga um benefício, que lhe dê um merecimento. Este inimigo pode não ser uma pessoa, mas uma televisão que não funciona, um dinheiro que não consegue receber, um carro que não funcione quando você está atrasado para chegar a algum lugar. Quando o tentador cria estas coisas, está lhe dando a oportunidade de permanecer em felicidade, o que denota o seu amor por Deus acima do que está acontecendo, e em harmonia com o inimigo, o que mostra que o ama.

Se esta é a terra do tentador, ou seja, todo o que existe é gerado por ele seguindo o que a Causa Primária determinou, e se a função da criação dele é esta, saiba que tudo aquilo que aqui é produzido é apenas uma tentação e não uma realidade. Portanto, nada neste mundo pode ser considerado como certo, bom ou limpo. Se fosse, esta criação não serviria para a função que existe.

Quando disse à pessoa que me falou que é uma mãe diferente porque não tolhe o filho com restrições que ela não tem nada de especial por agir assim, vocês não compreenderam, mas acho que agora podem fazê-lo. Como esta liberação atende os seus anseios acharam que ela é muito boa por se relacionar com o filho deste jeito, mas não há bondade alguma nesta ação.

Quando, na compreensão de vida de vocês, uma mãe não tolhe com restrições um filho? Quando ela acha que isso é certo. Na realidade, ela só age assim porque esta forma de agir atende a uma verdade que ela tem. Se para ela não fosse certo não restringir a ação do filho, será que agiria da mesma forma? Tenho certeza que não.

Olhando-se por este lado, pergunto: o que há de bondade para o outro naquele que só faz o que acredita que deva fazer? Realmente não consigo ver nada de bondoso numa ação desta estirpe, mas encontro apenas um fundamento egoísta, ou seja, não vejo ninguém bonzinho, mas alguém querendo ter suas verdades atendidas acima da dos outros. E se o seu filho pensar como a moça que conheci que se sentia mal porque os pais não cobravam um horário de chegada?

Em tudo o que o tentador cria não existe amor ao próximo. Sei que você acredita que libera seu filho por amor a ele, mas se só faz isso porque você acha certo fazer, está amando a quem? Acho que a si mesmo. O amor ao próximo só existe quando você não subordina o que faz ao que acha certo ser feito. Enquanto a sua concepção mental estiver subordinada a alguma opinião individual, o amor é a si mesmo e não ao próximo.

Como a partir do dia 21 de dezembro de 2012 estas opiniões serão atacadas fortemente como já conversamos, há realmente uma necessidade imperiosa de se alterar a forma de viver. Aquele que viver ainda crendo nas normas e regras do seu sistema humano de vida terão seus valores questionados e por isso não conseguirão viver a felicidade que Deus tem prometido.

A nova forma de viver que se faz necessária para suplantar as questões que serão levantadas no novo tempo que se iniciará terá que ser fundamentada no nada saber, pois quem ainda souber alguma coisa não conseguirá viver feliz quando suas verdades forem fortemente questionadas.

 

38. Normalidade

Participante: pelo que o senhor fala, para podermos viver este novo tempo teremos que ser como os idiotas, os doentes mentais de hoje. Eles vivem sem um sistema de vida...

Quem disse que eles não têm sistemas? Eles podem não ter o mesmo sistema que vocês, mas possuem regras e normas próprias que geram a eles obrigações e necessidades.

O que caracteriza um sistema de vida não é uma regra especifica, mas a existência de uma normatização. Isso o idiota, o doente mental que viva uma realidade diferente da sua, possui.

Outro detalhe sobre o assunto: o sistema dele está errado, é falso? Não... Para ele aquil