A lei e a fé - Carta aos romanos

O poder do evangelho

Reproduzir todos os áudiosDownload
Parte única

Em primeiro lugar, por meio de Jesus Cristo dou graças ao meu Deus por todos vocês, pois no mundo inteiro se ouve falar a respeito da fé que vocês têm. Pois Deus, a quem sirvo com todo coração, anunciando a Boa-Notícia a respeito de seu filho é testemunha que digo a verdade. (Capítulo 1 – versículos 8 e 9).

Só gostaria de fazer um lembrete.

A igreja apostólica diz que Cristo e Deus é o mesmo espírito, mas o apóstolo sobre cujos ensinamentos foi formada a doutrina dela afirma que ele serve Deus por meio de Cristo, ou seja, que são dois seres diferentes. Alguma coisa está enganada, não?

Deus é Deus, Cristo é Cristo. Por isso Paulo deixa bem claro: Deus me chamou para passar os ensinamentos transmitidos por Cristo.

 

Deus sabe que eu sempre me lembro de vocês e oro por vocês. E peço a Deus que, na sua boa vontade, faça que agora eu possa ir visitá-los. Pois desejo muito vê-los, a fim de repartir bênçãos espirituais com vocês para fortalecê-los. O que quero dizer é que todos nós, tanto eu como vocês, seremos ajudados ao mesmo tempo: vocês pela minha fé, e eu pela fé que vocês têm.

Meus irmãos, quero que saibam que muitas vezes pensei em visitá-los, mas sempre aparece alguma coisa que não me deixa ir. Pois quero que o meu trabalho produza resultados entre vocês também, como tem acontecido entre outros não-judeus. Porque eu tenho obrigação para com todos, sejam civilizados ou não, sejam educados ou ignorantes. Portanto, estou pronto para anunciar a Boa-Notícia do Evangelho também a vocês que vivem em Roma.

Eu não me envergonho do Evangelho, pois é o poder de Deus para salvar todos os que crêem: primeiro os judeus e depois os não-judeus. (Capítulo 1 – versículos 10 a 16).

A citação de Paulo a judeus e não-judeus é muito usada nas suas cartas. Por isso, vamos desde já falar sobre a interpretação que damos a essas palavras em nosso trabalho.

Paulo chamava de judeus aqueles que já acreditavam no Deus Eterno; os não-judeus eram os que seguiam outras crenças. Como para Paulo a verdadeira religião era a do Deus de Israel, podemos afirmar que judeus eram os religiosos desta seita, enquanto que os não-judeus eram os não-religiosos.

Será essa mesma conotação que daremos a esses termos no nosso trabalho. Só que no nosso caso, estamos falando do Novo Testamento, ou seja, do ensinamento do Cristo.

Dessa forma, mais do que simples religiosos, teremos em mente os cristãos (aqueles que seguem os ensinamentos de Cristo) quando Paulo se referir aos judeus e como não-judeus os demais religiosos que seguem doutrinas elaboradas a partir de ensinamento de outros mestres.

A partir dessa visão podemos, então, comentar o presente ensinamento de Paulo: o Evangelho é para todos. Ou seja, os ensinamentos do Cristo trazidos através dos Evangelhos não são apenas para os cristãos, mas para toda humanidade. Mas, este não é um raciocínio que coloque Cristo acima dos demais mestres. Usando este mesmo pensamento com relação ao ensinamento dos outros mestres, podemos dizer que estes também são para os cristãos.

Paulo coloca, ainda, uma escala: o Evangelho salvará primeiro os judeus (cristãos) e depois os não judeus (os religiosos de outras religiões). Isso quer dizer os cristãos podem se salvar mais rápido se seguirem os ensinamentos do Cristo do que os mulçumanos, por exemplo.

Utilizando a mesma linha de raciocínio anterior, podemos também afirmar que os mulçumanos podem se salvar mais rápido que os cristãos se seguirem os ensinamentos trazidos pelo anjo Gabriel ao Profeta Maomé. Tudo o que dissermos com relação a um mestre deve valer para todos. Os hindus se salvarão antes dos outros utilizando os ensinamentos de Krishna.

Na verdade Paulo está nos falando em religiões, ou seja, em instrumentos que Deus coloca para auxiliar o espírito encarnado de acordo com a sua necessidade. Cada ser que encarna prepara na sua vida a ligação com determinada religião por saber que aquela é um instrumento importante para a sua elevação espiritual. Liga-se a ela para poder executar o seu trabalho na vida: promover a reforma íntima.

Por isso, a submissão aos preceitos religiosos da doutrina que seguem é importante. É exatamente sobre isso que Paulo está falando...

Os cristãos se salvarão mais rapidamente se utilizarem os ensinamentos de Cristo no sentido da sua elevação espiritual. Se, pelo contrário, o ser humanizado se dizer cristão, mas não aceitar os ensinamentos deste mestre, de nada adianta seguir esta religião.

Os ensinamentos de cada mestre são como um caminho que cada espírito escolhe, antes da encarnação, para a sua elevação. Segui-los é percorrer este caminho; contestá-los é não caminhar para Deus.

Não estou dizendo que os cristãos, por exemplo, não podem beber dos ensinamentos dos outros mestres. O ecumenismo, ou seja, a fusão do ensinamento de todos os enviados de Deus, é uma das características necessárias para a universalização. Mas, este conhecimento deve servir para auxiliar na compreensão dos ensinamentos do mestre que cada um adotou e não para gerar idolatria por outros.

É isso que Paulo está nos ensinando... Existe muito cristão que se envergonha de citar a Bíblia, os ensinamentos de Cristo, etc. Prefere, por estar na “moda” ou para mostrar a sua cultura, citar doutrinas que, na maioria das vezes lhe são estranha. Paulo não. Ele diz claramente: porque sou cristão não me envergonho do Evangelho que, para mim, é o poder de Deus para salvar todos os que crêem.

Esta é a fidelidade que Cristo cobrou quando disse que para entrarmos no “reino do céu” teríamos que ser extremamente fiéis...

Nesse ensinamento não falamos da religião corporativa, mas um determinado rito e ensinamento para se religar a Deus. Os cristãos devem ser fiéis ao ensinamento do Cristo, pois assim terão mais oportunidades de alcançar a elevação espiritual, mas os mulçumanos devem ser fiéis aos ensinamentos trazidos pelo Profeta Maomé para atingir ao céu.