Ego (IPPB)

O ego e o mal

Pergunta: É, realmente é difícil compreender o que está sendo dito, porque nós achamos que ser estuprado não é legal, mas concordo que realmente pode ser uma prova extremamente necessária ao espírito.

Sim, isto é verdade. E se isto é necessário, porque Deus utilizaria um espírito que se sujaria aproveitando-se da ação (sentindo prazer ou dor) contribuindo assim mais ainda para aumentar a distância entre ele e Deus?

É por isto que o Pai envia missionários, ou seja, aqueles que podem realizar a missão sem se prejudicar com isso, para realizar os grandes crimes bárbaros e em série. Ele aproveita a vinda destes missionários e coloca diversos espíritos que precisam passar pela mesma situação frente a eles.

Com isto dá a cada um o que precisa sem expor diversos espíritos que poderiam se prejudicar, espiritualmente falando, para servir ao próximo. Sendo assim, Deus aproveita a encarnação de um missionário e faz ele matar logo um monte e com isto os carmas são realizados.

O ser humano criado pelo missionário para cumprir a sua missão não é culpado destas mortes, espiritualmente falando, mesmo que condenado pela lei humana, pois uma das grandes características dos psicopatas (os assassinos em série) é não ter intenção quando pratica o ato.

Se perguntarmos a eles porque fizeram aquilo, não saberiam responder. Diriam que uma força interna o levou a realizar sem que ele conseguisse se deter. Ou seja, eles não saberiam dizer quais foram as suas intenções ao agir.

Cristo ensinou que Deus julga as intenções de cada um. O Pai não julga os atos, o que se faz, mas a intenção com que cada um pratica as suas ações. Estas intenções são a característica da subordinação ao ego, ou seja, a explicação lógica e racional para o que foi feito.

O psicopata não tem isto, ou seja, não conhece a intenção de matar, mas age apenas por agir. Portanto, não pode ser considerado culpado pela lei de Deus. Pode até ser condenado pela lei humana, mas não pela lei divina, que afinal é o que vale para a existência eterna do espírito, não?

O pecado (culpa pela lei divina), portanto, não está no que se faz, mas na intenção com que se participa das ações. Se alguém faz alguma coisa com a intenção de ter “prazer” individual, isto é pecado, porque demonstra que o espírito fez para se servir e não servir ao próximo. Mas, se não existe esta busca, não é pecado.

Deixe-me contar simbolicamente para vocês uma coisa que acontece no mundo espiritual. Talvez assim consigam compreender a vida humana.

Lá no céu tem uma rádio que fica tocando música o tempo inteiro. De vez em quando a música para e são ouvidos avisos para os espíritos trabalhadores na seara de Deus.

Um destes avisos, que está ficando cada vez mais comum, diz o seguinte: “atenção senhores espíritos! O avião que vai sair da cidade para tal para a cidade tal à tantas horas vai cair. Ponham dentro quem precisa morrer de acidente de avião”.

Na natureza nada se perde. Quem não precisa morrer é induzido a perder a hora e quem precisa é induzido a trocar de voo: do dia de amanhã para o de hoje.

Ou vocês ainda acham que no atentado terrorista dos Estados Unidos morreu alguém que não precisava?

Quando achamos que morre quem não precisava, que não merecia, estamos julgando Deus. Afirmamos que ele errou ou que pelo menos foi omisso: não ajudou quem não merecia.

Acusar omissão em Deus é o mesmo que dizer que ele é a fonte de uma injustiça, pois deixou acontecer algo para quem não merecia aquilo. No entanto, como buscadores religiosos, acreditamos que Deus é absolutamente justo.

Como acreditar numa coisa e viver em outra realidade, ou seja, acreditar que Deus é soberanamente justo e ao mesmo tempo acusá-lo de omisso?

Isto só pode acontecer porque, mesmo os buscadores, se prendem às verdades ditadas pelo ego: isto é bárbaro, é um crime.