Ego (IPPB)

Tudo é carma

Sei que isto soa estranho para vocês, mas é disto que quero falar agora na nossa conversa de hoje. Já falamos da primeira parte, da segunda e da terceira parte do tema de hoje: o que é o ego, como ele é criado e como se desenvolve. Agora pergunto: como destruir o ego?

Entendendo que toda situação é um carma, ou seja, o marido que arruma outra não é um “safado sem vergonha”, mas um missionário de Deus criando uma situação necessária para que o espírito que está encarnado como sua esposa realize a sua prova. Ele cria, sob o comando de Deus uma situação para ver se aquele espírito se subordina ao seu ego que lhe cria a realidade (“ele não presta”), ou se reage ao acontecimento de uma forma universal: amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Sei que as “mulheres” que já passaram por esta situação estão achando que estou justificando as ações dos seus maridos, mas não é isto: esta é a Realidade do universo.

Vocês conhecem a lei do carma na teoria, conhecem a encarnação e a vida espiritual também teoricamente. Apesar disto, no momento que o seu “calo dói”, não consegue colocar em prática os ensinamentos porque está subordinado ao ego que está julgando e acusando pessoas para defender as suas vontades e paixões, que é ele mesmo criou.

Nenhum marido jamais conseguirá arrumar uma amante, se este não for o carma da esposa e vice-versa, pois cada um encarna com o objetivo de, sob as ordens de Deus, auxiliar na obra da criação. Ninguém age porque quer, mas dirigido para que o universo se crie.

Deixe-me dizer uma coisa que talvez choque ainda mais as “mulheres” que passaram por esta situação: se existe um culpado da ação de trair do marido, é a própria esposa, ou melhor, do espírito que está convivendo com aquele ser humano.

Por que? Porque ela é um espírito que precisou passar por aquela situação como resultado de ações anteriores.

Pergunta: Então, devemos aceitar tudo que acontece passivamente?

Desculpe, não estou falando em aceitar passivamente, com resignação, mas em amar. Você tem que amar tudo que lhe acontece, mesmo que isto contrarie os seus desejos.

Você tem que amar o marido, a outra, a separação, porque a lei de Deus é amar a Deus sobre todas as coisas. Agora, se eu O amo acima de algumas coisas, mas não O amo acima de outras, que diferença eu tenho de um ateu?

Pergunta: Então tudo que acontece é carma?

Veja, se não houver carma não há vida, pois a existência carnal de um espírito é o carma em ação. Você não está “viva”, mas vivenciando carma.

Este é o objetivo da encarnação: provar que pode vivenciar seus carmas utilizando-se do amor universal abandonando o seu individualismo. Para isto precisa seguir os dois mandamentos deixados por Cristo: amar a Deus acima do que não gosta e amar ao próximo como a si, mesmo que ele possa ser considerado seu “inimigo”.

Agora, por que não consegue viver estes dois mandamentos? Porque o marido é posse da mulher e vice-versa.

Se você ama mesmo de verdade, por que deixará de amá-lo apenas porque saiu de casa? Quem deixa de amar ao próximo apenas porque lhe contrariou ou se afastou nunca amou: possuiu.

Quem ama mesmo não precisa da presença física do amado. Portanto, o casamento que, quando termina, gera críticas e acusações nunca foi embasado no amor, mas na posse. As pessoas queriam o outro para si porque achavam que eles eram delas. Por isto sofrem se houver separação.

Mas cada ser humanizado não é de nenhum outro espírito, mas de Deus, filho do Pai. Então, amando-o mesmo no momento de suposta traição e desligamento, você pode provar o amor a Deus.

Vivenciando qualquer situação com o amor universal você dá uma compreensão de que crê em Deus e sabe que tudo que aconteceu foi gerado por Ele, como fruto do seu Amor Sublime por cada filho.

Quem compreende que Deus dispõe das pessoas para criar situações que gerem os seus carmas e não vê culpados em ninguém por nada, consegue realizar as sus provas com sucesso e acaba com suas provas alcançando a evolução espiritual.