Ego (IPPB)

O ego e o livre arbítrio

Continuamos no nosso assunto, apesar de parecer que saímos dele completamente: o desenvolvimento do ego. O ego se desenvolve justamente assim: acreditando nele e não em Deus.

Pergunta: Mas os espíritos não têm o livre arbítrio?

Sim, mas o livre arbítrio de um não pode ser ferido pela ação do livre arbítrio do outro sem que com isto se castre este dom que Deus concedeu a todos.

O livre arbítrio de quem quer jogar o avião dentro do prédio não pode ferir o livre arbítrio de quem está no prédio e não quer morrer. Senão este mundo seria o caos seria a injustiça completa.

Estaria tudo abandonado ao acaso: “eu por acaso fui no prédio, o outro por acaso neste momento decidiu que ia jogar o avião no prédio e eu por acaso morri”.

Este espírito ao desligar-se da carne e teria o direito de colocar as mãos nas cadeiras e questionar Deus que se diz Onipresente, Onipotente e Onisciente, mas que nada fez para controlar os acasos que interferiram decisivamente na ação universal.

Neste caso o espírito teria desculpas para lançar sobre Deus pelo seu fracasso na sua encarnação. “Eu não venci o meu carma, o meu ego, porque o Senhor não agiu para frear o livre arbítrio do outro. Então, a culpa é sua. Por isso, vamos fazer uma coisa: apaga tudo o que eu devo e me considere elevado”.

Na verdade este era o sonho dos espíritos humanizados: ganhar sem fazer por onde merecer, receber de graça. Mas isto, universalmente falando, é impossível, pois cada um recebe apenas de acordo com as suas obras.

Por isto Deus é o Supremo Administrador dos carmas, ou seja, da decisão de realizar provas fruto de um livre arbítrio do espírito. Portanto, tenham a certeza: quem estava dentro dos prédios ou quem estava dentro dos aviões que se chocaram contra eles, ali estavam como fruto do seu livre arbítrio espiritual, Pediram tal prova para sua existência e Deus os colocou administrando o que cada um desejou quando ainda de posse da sua consciência espiritual.

Pergunta: É, realmente seria mais fácil se ganhássemos de graça a elevação espiritual. Por isto nos deixe sonhar com esta possibilidade, pois afinal sonhar não custa nada.

Custa muito caro: sonhar custa a fuga da realidade.

Quem sonha com o futuro vive num mundo ilusório cedendo ao ego cheio de ilusão enquanto a Verdade, a Realidade, a vida, a oportunidade de elevação está passando à sua frente.

Sonhar que este mundo pode ser totalmente constituído de atos santificados sem ter feito por onde merecer que isto ocorra, é uma ilusão que o leva a transformar a Realidade (a ação carmática justa e merecida) em horror, sujeira.

“260a. Assim, se não houvesse na Terra gente de maus costumes, o Espírito não encontraria aí meio apropriado ao sofrimento de certas provas? E seria isso de lastimar-se? É o que ocorre nos mundos superiores, onde o mal não penetra. Eis porque nesses mundos, só há Espíritos bons. Fazei que em breve o mesmo se dê na Terra”. (O Livro dos Espíritos)

 

Pergunta: Então a eutanásia não é errada?

Não. Sendo praticada é porque tinha que ser e era naquela hora e daquela forma que deveria acontecer o desencarne. Se não foi praticada não era para ser. Não era ainda aquele o momento nem a forma que o espírito deveria desencarnar.

“853a. Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos? Não, não perecerás e tens disso milhares de exemplos. Quando, porém, soe a hora de tua partida, nada poderá impedir que partas. Deus sabe de antemão de que gênero será a morte do homem e muitas vezes seu Espírito também o sabe, por lhe ter sido isso revelado, quando escolheu tal ou qual existência”. (O Livro dos Espíritos)