Ego (IPPB)

O ego e a culpa

Um dos grandes aspectos que o ego explora é a sua culpabilidade, a sua sensação de culpa. Ele próprio cria esta sensação e você, que se aprisiona a ele, crê-se culpado e com isto para de buscar a Deus.

No livro “Jesus no Lar”, transmitido pelo espírito Néio Lúcio, existem parábolas que Cristo contou durante as reuniões noturnas que não estão na Bíblia Sagrada. Numa delas ele fala de um homem totalmente devotado a Deus que estava sendo observado pelas hordas do inferno que queriam destruí-lo.

Para isto Satanás bolou dezenas de plano. Levou aquele ser humano à falência total, financeira e física; criou diversos embaraços para que o homem ficasse desacreditado pela sociedade e pela família. Em nada resultaram os esforços diabólicos, pois o homem continuava temente a Deus.

Um dia Satanás teve uma grande ideia: orientou seus discípulos a explorarem as supostas “falhas” daquele ser humano acusando-o: foi o bastante: o homem oprimido por suas culpas deitou-se e não mais obrou pelo Pai até o desencarne.

Quem lê esta história pensa que Satanás agiu sozinho, mas isto não é Realidade. No livro de Jó encontramos passagem na qual Deus estava no céu em reunião com seus anjos quando Satanás vai visitá-Lo.

“De onde vem vindo”, pergunta Deus a Satanás. “Estive dando uma volta pela Terra, passando por aqui e por ali”. Aí Deus disse: “viste o meu servo Jó? No mundo inteiro não há ninguém tão bom e honesto como ele. Ele me teme e procura não fazer nada que seja errado”.

Satanás, então diz a Deus que ele só age assim por interesse próprio. “Tu não deixas que nenhum mal aconteça a ele, à sua família e a tudo o que ele tem”. E lança um desafio ao Pai: “Mas, se tirares tudo o que é dele, verá que ele te amaldiçoará sem nenhum respeito”.

O Deus Eterno, para provar a Jó diz então: “pois bem. Faça o que quiser com tudo o que Jó tem, mas não faça nenhuma mal a ele mesmo”. (Jó – capítulo 1 – versículos de 06 à 13)

A parábola não para por aí: existe ainda a segunda prova de Jó, mas já dá para compreendermos o que estamos falando: Deus dá permissão ao diabo para nos tentar no sentido de nossa fé, mas dentro de condições que reflitam o nosso carma ou merecimento.

Mas quem é o diabo? É o ego que a todo momento nos faz as três proposições que constam das “Tentações de Cristo”: “se você é filho de Deus, mande que estas pedras virem pão”; “se você é filho de Deus, jogue-se daqui de cima, pois as Sagradas Escrituras dizem que Deus mandará que os seus anjos cuidem de você”; depois o diabo levou Jesus para um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e suas grandezas e disse a ele que lhe daria tudo isto se o adorasse de joelhos.

 Para se libertar das tentações do ego é preciso acima de tudo, livrar-se da culpa: sua e dos outros e do próprio ego. É preciso compreender que todas as situações da vida são ações carmáticas, ou seja, é aquilo pelo qual o espírito humanizado precisa vivenciar como justa recompensa do que fez anteriormente.

Sendo assim, não há culpas, pois todos recebem aquilo que mereceram e nem um centavo a mais.

Pergunta: Já que o senhor falou em carma, como ficam as culpas daqueles que mataram Cristo, Gandhi, Martin Luther King?

Nos casos onde a exposição à execração pública é muito grande são espíritos missionários que executam estas missões. Neste caso (executando missões) o espírito não gera para si o carma negativo que você quis afirmar na sua pergunta (culpados).

Eles não são culpados porque participam de uma ação que é imperioso que aconteça. Imagine se Cristo houvesse morrido velho, de cama, sem nenhum dos sofrimentos pelo qual passou? Certamente vocês nem teriam ouvido falar deles, assim como não conhecem muitos dos missionários que tiveram este fim.

Portanto, era preciso ser feito o que foi feito e quem fez não teve culpa alguma.

Por isto Cristo diz na cruz: “Pai, perdoa porque eles não sabem o que estão fazendo. Imaginam que estão se vingando contra mim, mas nada estão fazendo além da Sua própria obra”.