Imperfeições do ser - Textos

O código de normas é individual

Frente ao que eu disse sobre os códigos de normas humanos certamente vão me dizer: ‘a culpa é da humanidade e não minha, pois foi ela que criou estes códigos’. Isso é mais uma justificativa que a mente cria para poder usá-los como instrumento da sua busca do poder.

Repare numa coisa: ninguém aceita todos os códigos na íntegra. Também não aceita o código com os mesmos valores que os outros. Há sempre pontos de um determinado código humano que a mente acata ou interpreta de uma forma e outros que ela diz que são besteiras e por isso não os usa. Estes códigos, portanto são individuais e não coletivos e por isso a culpa da existência deles não é da sociedade humana, mas sim de cada ser humanizado.

Cada item de qualquer código humano é formado a partir de conceitos. A forma de se alimentar, o corte da roupa, a combinação de cores do que se está vestindo: todos estes artigos dos códigos humanos são formados por idéias. Estes conceitos ou verdades são individualizados por cada ser humanizado de acordo com suas outras crenças ou gostos.

A combinação de cores verdes e amarelas, por exemplo, está no código de alguns como bonita e em outros como feia. São idéias particulares à respeito desta combinação. Por isso o culpado pela existência do código não pode ser a sociedade humana como um todo, mas cada um que o utiliza.

Por isso os itens dos códigos reguladores que cada ser humanizado acredita não são certos, mas apenas instrumentos avalistas do poder que a mente quer ter para satisfazer o egoísmo. Eles são instrumentos para que a mente possa controlar cada momento dominando os demais seres humanizados, os instrumentos para proteger o seu interesse.

Se todos os seres humanizados aceitassem na totalidade um determinado código, eu não falaria nada, pois pode ser que aquela seja uma verdade universal que não conheça. Mas como vocês só aceitam deles o que querem deles ou os aplicam com valores diferentes, não os posso classificar de outra forma. Acreditar em apenas o que quer: é esta forma de proceder da mente que não me deixa qualificar os códigos humanos como balizadores do certo e errado, mas simples instrumentos para serem usados como armamento para obter o poder e assim possa controlar a situação e levar o outro à submissão do que a mente quer. É também pelo mesmo motivo que não coloco a responsabilidade pela existência dele na humanidade como um todo, mas sim em cada um individualmente.