Conhece a ti mesmo

Não acredite em nada

Desta forma, o primeiro trabalho necessário para a reforma íntima é você se conscientizar do que é ensinado, sem buscar compreender aquilo que é dito. Vamos, agora, ao segundo trabalho: não acreditar em nada que o ego lhe diz.

Pode parecer que há entre o primeiro e o segundo trabalho uma redundância, mas não é bem assim. A partir do momento que você se conscientiza de que não pode acreditar em nada que o ego diz, é preciso que você não acredite em nada que o ego diz, ou seja, aja a partir da conscientização.

É este o segundo trabalho necessário para quem pretende promover a reforma íntima: viver sem acreditar em nada que o ego diz.

Por que jamais podemos acreditar no ego?

Como disse, o criador de realidades está constantemente operando, ou seja, criando novas ilusões que ele rotula como verdades. Apesar de ilusórias, estas verdades criadas pelo ego parecerão lógicas, racionais. Perdido na ilusão de que aquilo que o ego criou é real, você vive de uma forma material a encarnação, sem aproveitá-la para a realização espiritual.

Foi exatamente o que acabou de acontecer na última pergunta (ser espírito é ser feliz incondicionalmente, com turbulência ou não na vida humanizada).

Um ego, trabalhando informações novas que foram ouvidas, formulou uma verdade: ser espírito é ser feliz. No momento da pergunta este ego colocou a verdade ilusória que já estava na memória e criou a ilusão do som, do proferir palavras.

O espírito ligado a esta identidade, por não entender que era o ego que estava falando, mas achar que ele se lembrou do que havia dito anteriormente e que ele formulou a pergunta, acreditou que estava certo no que estava dizendo. Mas, como vimos, não foi bem assim.

Nunca se esqueça: o ego pegará tudo o que você ouvir e criará uma lógica, uma razão, que transformará o que foi ouvido em uma realidade. Fará isso para que você se prenda (acredite) no que foi compreendido (tornado racional) e, assim, o ego possa dualizar (certo/errado, bom/mal, bonito/feio) os acontecimentos da vida material, mantendo-o preso às vicissitudes emocionais: prazer e dor.

Desta forma, não importa quem lhe diga qualquer coisa, compreenda que não foi a pessoa que lhe disse aquilo, mas o seu ego é que criou esta ilusória compreensão para que lhe prender no dualismo e no ciclo emocional material (prazer/dor). A partir do momento que se conscientizar deste ensinamento, conscientize-se também de que precisa se libertar de tudo.

Agora, um grande detalhe: tudo é tudo. O ser humanizado não pode identificar algumas coisas para se libertar e ter outras das quais imagina que não precisa se libertar. Tudo é qualquer coisa que exista.

Quando falamos que o segundo trabalho necessário para aquele que pretende promover a reforma íntima é libertar-se das verdades formadas pelo ego, estamos falando de desacreditar de tudo, de todas as coisas. O problema é que existem pessoas que buscam apenas libertar-se daquilo que não gostam ou daquilo que não é espiritualmente correto segundo a humanidade.

Como diz o apóstolo Paulo, ‘quando o corpo mortal se vestir com o que é imortal e quando o que morre se vestir com o que não pode morrer, então acontecerá o que as Escrituras Sagradas dizem: a morte está destruída. A vitória é total!’ Se não podemos compreender o que é imortal (espiritual), pois nos faltam elementos para tal compreensão, pelo menos podemos nos despir do que é mortal, ou seja, de tudo aquilo que o ego cria como real.