Em busca da Felicidade - Prática - Relações trabalhistas

Meditação

Vou começar nossa conversa de hoje contando uma historinha.

Havia um navio muito grande, muito moderno que estava navegando e quebrou. Parou de repente. Nada mais funcionava. Os donos dele, então, chamaram uma pessoa que entendia muito de navios para consertá-lo. Essa pessoa foi a bordo, procurou durante muito tempo o defeito e não achou nada. Resultado: o navio continuada parado. Chamaram, então uma pessoa que era engenheiro naval. Ele também procurou bastante, chegando a desmontar partes do navio em alto mar, mas nada achou.

Por fim, quando os donos já estavam desistindo do navio, apareceu uma pessoa que disse que sabia consertar. Os donos, meio que descrentes, levaram essa pessoa à bordo. A primeira impressão que as pessoas tiveram dele não foi boa, pois ao invés das aparelhagens que os técnicos tinham, ele tinha apenas um martelo. A descrença continuou quando ao invés de revistar o navio, foi para um lugar específico.

Quando chegou no lugar que procurava, o homem ficou passando a mão na parede até que parou. Neste momento, pegou o martelo e deu apenas uma batida naquele ponto. Milagre, o navio voltou a funcionar. Todos se exaltaram. O dono do navio extremamente agradecido perguntou quanto custava o serviço. O homem disse que o preço era cinco milhões de reais. Claro que o dono se exaltou. Ele disse: ‘cinco milhões não é muito dinheiro por apenas uma martelada’?

Com a resposta do homem chegamos à moral da nossa história: ‘pela martelada eu cobro apenas um real. O restante é por saber onde bater’ ...

Esse é que é o grande problema de vocês: não sabem onde bater. Não sabem onde mexer para resolver um problema. Por isso esse toque que quero dar agora.

Dissemos, por exemplo, que o chefe tem a obrigação de mandar. Tem o direito de mandar em você. Por isso avisei que não devem cair na história da mente que diz que ele não tem este direito. Que diz que deveria lhe tratar bem, de ser amigo, de lhe compreender, ao invés de mandar.

Quando se ouve isso, deve se bater na afirmação da mente que diz que o chefe não pode lhe mandar. Só que essa afirmação da razão não está ali a toa, por um acaso. Não nasceu do nada. Vem formada a partir de verdades anteriores, de paixões e desejos anteriores.

Com esta sua ação, pode até desmontar a verdade aparente, mas como não secou a fonte, ela volta outra história e outros personagens. Sei que vocês imaginam que uma situação é única, mas se tirarmos os enredos e os personagens, veremos que todas estão vinculadas a um só gênero. Por isso, a verdade volta dentro do mesmo gênero, mudando o enredo.

Mas, porque ela volta? Porque é preciso atingir a raiz da verdade.

Fiz recentemente um figura muito interessante neste sentido. Para quem está em busca da felicidade de nada adianta se podar a árvore, cortar galhos. Isso porque existe um tronco que está preso a uma raiz que continuará abastecendo e gerando novos galhos que serão iguais aos que foram arrancados. É por isso que se precisa atacar a raiz do problema.

Por isso, quando vê a armadilha da mente, é preciso buscar a raiz da criação mental e não só atacar apenas o que está na superfície, o que a razão lhe cria de consciência. Usando outra figura, também já disse que a mente é um grande general que está longe do campo de batalha. Ela fica num quartel general inexpugnável totalmente resguardado de chapas de aço. Esse oficial não aparece na batalha. Manda sempre soldados para o combate.

Aí está o problema. Você ataca esses soldados, mata alguns e por isso acredita que venceu a guerra. Só que o general possui muitos reforços à sua disposição e por isso manda novos combatentes para a frente de batalha. Esse exército é tão bem estruturado que o comando maior possui, inclusive, soldados descartáveis. São, como vocês dizem, bois de piranha que são sacrificados pelo exército da mente para poder continuar mantendo o poder sobre você.

Por isso é preciso buscar a raiz do problema. Para alcança-la é preciso praticar uma coisa chamada meditação. Não estou falando de ficar em posição de lótus emitindo sons determinados, mas sim em pensar o próprio pensamento. Pensar porque acha que o seu chefe não deve mandar você, por exemplo.

Porque acha que isso não pode acontecer? Será que é porque imagina que ele não sabe nada, porque só subiu porque é peixinho de um maioral? Porque é um puxa saco da diretoria? Essas crenças são verdades que geram o conceito que afirma que ele não pode lhe mandar.

Essas crenças são a raiz do seu sofrimento e por isso precisam ser atacadas por aqueles que querem a felicidade. Descobrindo-as, ao invés de simplesmente lutar contra a proposição mental que diz que ele não pode brigar, precisa atacar essas verdades. Atacar no sentido de libertar-se delas, não trocá-las ou exterminá-las. Não é passar a achar que sabe menos do que ele, mas sim não imaginar que sabe mais.

Só tem um detalhe. Chegou à estas concussões? Saiba que o trabalho ainda não acabou. Essas são ainda parte do exército sacrificável. Por isso, continue a meditação procurando as ideias que deram origem a estas.

Esse processo de aprofundamento mental ou meditação é muito importante para quem busca a felicidade. É preciso ser realizado. Não na hora que está na frente do problema, mas em casa quando está sozinho e a mente reclama do seu chefe, por exemplo. Busque mergulhar na razão para poder ir retirando verdade por verdade.

Face a este alerta dado neste momento, vocês poderiam me perguntar: porque isso ainda não tinha sido falado neste estudo? Esse é um processo inteiramente individual. Não dá para se conversar perfeitamente sobre ele coletivamente. Por isso até agora evitei de tocar nesse assunto.

Eu não conheço o que se passa na mente de cada, quais as ideias vocês têm. Posso conhecer a essência dos seus pensamentos, mas o detalhe não posso saber. E estes detalhes é que importam dentro deste processo. É preciso que conheça cada uma das suas verdades, os soldados que precisa combater, para poder libertar-se delas.

Este, então, é o toque desta conversa: é preciso meditar. Ao invés de assistir televisão, ficar ouvindo música ou ir para um barzinho tomar cerveja, tire tempo para meditar, para tentar descobrir as verdades que geram verdades que estão lhe tirando a paz.

Antes que alguém me pergunte se esse processo não é mente agindo sobre mente, digo que sim, mas você é a mente e por isso não tem mais nada para poder fazer seu trabalho. Portanto, trabalhe, ao invés de ficar se ocupando em saber o que é.