Ego (IPPB)

Meditação

Continuando no nosso estudo de hoje. Você programou as verdades para a sua encarnação e ao longo do que chama de infância e juventude elas vão sendo reforçadas até a ponto de se alguém lhe disser que o está ali arquivado é mentira, você dirá que o mentiroso é ele, porque acredita e confia piamente nas verdades arquivadas na sua consciência material.

Para o ser humano a consciência material é o guia infalível: a razão. Por isto se auto proclama o ser racional. Mas, pelo que estudamos isto não é virtude. Pelo contrário, significa um espírito que se prende à uma consciência material em detrimento da sua Realidade: as verdades espirituais.

Por isto afirmo: toda vez que você busca qualquer informação racionalmente fugiu da razão espiritual. Isto porque trabalhou a partir da sua verdade individual e passageira e não da espiritual que é eterna e universal que está abaixo desta.

Pergunta: Então é para isto que existe a meditação? Para que nós fujamos da memória material e consigamos acessar diretamente a consciência espiritual?

Exato, mas a meditação que está falando (estado onde não há pensamentos) é impossível de ser realizada pelos seres humanizados.

A característica fundamental do espírito é ser inteligente. Ele é o princípio inteligente do universo e na carne se confunde com a inteligência do homem: estas duas informações estão em O Livro dos Espíritos.

Para você, viver é estar se mexendo, em atividade, pois algo não possui movimentação aparente não acredita que exista vida. Então, sem medo de errar, posso dizer que para você ser humano vida é sinônimo de movimento.

Pergunta: Pergunto-lhe então: qual é o movimento que uma inteligência faz? Raciocinar. Portanto, a inteligência que não raciocina é uma inteligência morta.

Desta forma o calar a mente que procura hoje através da meditação (deixar de raciocinar) é impossível porque significaria a sua morte e você jamais se suicidaria.

Tanto isto é realidade que, se perguntarmos, e olha que aqui tem muita gente que faz meditação, quando cada um consegue realmente silenciar a mente, ninguém diria que consegue.

Mesmo que dissesse eu provaria que não, pois vocês só fazem meditação ouvindo músicas ou sons. Neste caso, a mente continuaria funcionando, pois quando isto está acontecendo a mente está trabalhando.

Pergunta: Mas na meditação entramos em contato com outra vibração.

Não, você não entra em contato com outra vibração externa porque está preso ao ego (mente). A outra vibração que alega que entra em contato é compreendida através da razão e por isto afirmo que foi criada dentro de você pelo seu ego.

Portanto, esta vibração que acha linda e maravilhosa faz parte do seu ego e não algo que alcançou no universo. Seria, vamos dizer assim, a programação de maravilhoso que você fez antes de encarnar. Para que realmente alcançasse algo extra isto teria que ser compreendido sem a utilização da razão e isto é impossível para o ser humanizado.

Aquilo que você sente durante o processo de meditação não é algo externo, novo, mas apenas o que você padronizou na formação do ego para ser avaliado como maravilhoso.

Este é o meditar ao qual você se reporta. Mas, deixe-me colocar no sentido espiritual da reforma íntima o que deve ser a meditação para você.

É silenciar a mente, mas não calá-la: silenciá-la. “Hoje eu estou tão cansado! Cala a boca mente; eu não estou cansado”. “Eu queria tanto comprar aquilo! Cala a boca mente; eu não quero comprar nada”.

É isto que podemos chamar de meditação espiritualmente falando: raciocinar o raciocínio para silenciá-lo, não deixá-lo agir conduzindo você dentro das verdades dele na vida.

Pergunta: Então meditar é ir contra a mente?

Não, você não vai contra ela: você a desmente. Você precisa deixar de acreditar no raciocínio e não lutar contra ele.

Esta meditação à qual estou me referindo é fundamental para a elevação espiritual, pois se não desmentir as ideias que lhe veem à mente não está lutando contra o ego porque elas compõem o seu ego. Então, o processo de meditação que auxilia o espírito a elevar-se é raciocinar o seu próprio raciocino.

“Eu quero comprar um carro”. Neste caso meditar seria perguntar “por que eu quero comprar carro, para que eu quero isto”?

Claro que o ego não vai se entregar logo na primeira meditação: terá sempre respostas prontas: “porque é preciso ter um carro”. Continue meditando: “por que eu preciso ter um carro”? “Para andar mais rápido”. “Para que eu quero andar rápido?” E assim sucessivamente.

Meditar é questionar todo raciocínio que surge até que você desmoralize o ego, a verdade que ele propõe, deixando-o sem ação.