O evangelho segundo Tomé

Logia 92 - História universal

“092. Disse Jesus: buscai e achareis, mas aquelas coisas que me perguntastes naqueles dias, não vos respondi então; agora, quero contar-vos, mas vós não me pergunteis”.

Alexandre

Irmãos!

A mim foi dada a incumbência de falar sobre a história da evolução do mundo de provas e expiações do planeta Terra até os dias atuais. Claro está que este trabalho não se trata de um compêndio histórico, mas de uma rápida visão da evolução histórica dos ensinamentos transmitidos pelo Mestre, como sugere o texto da logia à qual nos reportamos.

Até a chegada do espírito Jesus para transmitir o ensinamento do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, a motivação religiosa para se conseguir a utilização dos sentimentos positivos do universo era o temor a Deus.

Os ensinamentos religiosos levavam o espírito a buscar os sentimentos positivos não pela felicidade universal, mas para evitar sofrimentos futuros. Todos os apóstolos afirmavam que você deveria praticar o que Deus determinava ou então iria “arder no fogo do inferno”...

Isto era necessário para o entendimento da época. Os espíritos, recém saídos da era das cavernas, possuíam poucos recursos científicos para a compreensão das verdades universais. Esta ausência de conhecimentos deveria ser suprida com uma obediência cega às leis. Para conseguir esta obediência foram criados, então, os castigos para aqueles que não cumprissem os textos legais.

Cristo, através de Jesus, alterou tudo isto. Com a simples informação de que a missão que estava se desenrolando tinha como finalidade “dar o real sentido da lei”, o Mestre alterou o sentido da encarnação. Aqueles que antes encarnavam para cumprir a lei, a partir de então começaram a viver a fase da “provação”.

Todos aqueles que um dia tiveram acesso à fonte borbulhante de amor que era a presença física de Jesus, compreenderam esta guinada no sentido da encarnação. Mesmo quem teve acesso somente àqueles que se “molharam nesta fonte” (os seguidores de Jesus da época), conseguiram compreender parte deste amor.

Foi por isto que os primeiros cristãos não reclamaram das perseguições que sofreram, pois aderiram ao novo mandamento e amaram aqueles que lhes fizeram o “mal”. Mas o tempo foi passando e de geração em geração esta água milagrosa (amor de Jesus) foi sendo alterada.

Houve então a necessidade de uma primeira verificação dos ensinamentos deixados por Cristo através de Jesus.

A humanidade cristã foi submetida a líderes religiosos que se transformaram nos “senhores da lei” combatidos por Jesus.

 A prova era a do amor a Deus acima de todas as coisas. Os espíritos precisavam, apesar da administração com fins materiais das coisas espirituais, escolher se amavam o Pai acima dos lideres ou se abandonavam o Supremo pelo descrédito gerado pelas ações individuais dos líderes.

Infelizmente a grande maioria ficou desacreditada do ensinamento por não ver comprovado na prática o ensinamento dos que deveriam ser os primeiros a exemplificar. Os mesmos sentimentos negativos dos “senhores da lei” começaram a ser nutridos pela humanidade. A corrupção, a utilização dos ensinamentos para adquirir o poder e os feudos que surgiram deste poder calaram mais forte naqueles que deveriam amar a Deus acima de qualquer coisa.

Os espíritos encarnados que não mais possuíam a fonte borbulhante do amor para beber, não conseguiam nem acesso aos ensinamentos deixados por Cristo através de Jesus e dos evangelistas. Todo acesso a esta fonte de ensinamentos foi vetado por aqueles que queriam o poder.

Claro está que isto era mais uma prova. Aquele que ama a Deus não se prende à letra fria das palavras, mas alcança este amor apenas na observação da grandeza do universo. Foi por isto que muitos conseguiram viver baseados neste sentimento.

Para auxiliar aqueles que não conseguiam se desligar das ondas negativas lançadas pelos líderes religiosos, Deus ordenou que os ensinamentos fossem colocados à disposição deles. Pelo menos assim o espírito teria um “mapa” para achar o tesouro: a felicidade universal prometida por Cristo.

Foi por isto que aconteceram revoltas que deram origem às igrejas reformistas: protestantes e evangélicas. Os espíritos que não mais podiam beber na fonte borbulhante do amor poderiam então entender como chegar a ela.

Claro que a prova teria que ser novamente aplicada e aos espíritos missionários que promoveram a reforma sucederam outros que também utilizaram sentimentos negativos. Mesmo de posse dos ensinamentos, os espíritos que foram direcionados para as diversas religiões passaram a adorar os ídolos que tanto negaram: os “senhores de suas leis”. Apesar da nova oportunidade, muitos espíritos foram “reprovados” outra vez, porém muitos aproveitaram a chance e conseguiram fazer a sua evolução.

Deus não seria o Amor Sublime se desistisse de auxiliar seus filhos no caminho da evolução e, assim, gerou mais e novas chances aos espíritos que O procuravam e que não tinham se aliado à fileira daqueles que adoravam os “senhores das leis” das religiões existentes.

Foi para isto que surgiu o espiritismo: combater a prepotência dos “senhores da lei” com uma doutrina que estaria em constante evolução e sempre objetivando passar novos ensinamentos para auxiliar os espíritos a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmos.

Toda a base da nova doutrina trazida por ordem do Pai começa com a seguinte frase: “Deus é a Inteligência Suprema do universo, Causa Primeira de todas as coisas”, ou seja, mostrando que o amor ensinado pelo Mestre só se alcança com esta compreensão.

Como sempre, um ensinamento “novo” precisa de uma verificação de seu aprendizado. Também o comando desta doutrina foi retirado da mão de espíritos missionários e entregue nas mãos de “senhores da lei”. A prova, como sempre, consistia em que os espíritos continuassem a praticar os ensinamentos como haviam sido trazidos e não pela interpretação passada a eles.

A interpretação que os “senhores da lei” da doutrina espírita fizeram a respeito da palavra “coisas” da frase “Deus é a Inteligência Suprema do universo, Causa Primeira de todas as coisas”, é que Deus comandava apenas o acontecimento das “matérias” e não dos seres humanos, pois estes não eram “coisas”. Desta forma, colocaram o homem independente da vontade do Pai e para isto inventaram o “livre arbítrio” do ato.

Como visto no trabalho da Academia neste evangelho, o Livro dos Espíritos é acima de tudo um tratado sobre a Causa Primária exercida por Deus sobre os espíritos. Os “senhores da lei” abandonaram esta visão para poder exercerem o seu controle sobre os outros seres humanos. Muitos acreditaram neles e deixaram de utilizar mais esta oportunidade para alcançar a evolução, ou seja, amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmos.

Novamente, gerando mais uma oportunidade da prática das verdades universais, Deus enviou novos líderes para este planeta denso. Foi assim que surgiu a equipe espiritual liderada por um espírito que recebeu o nome de “Chico” Xavier. Utilizando-se dos ensinamentos enviados pelo Mestre e aliados às informações codificadas por Kardec, este espírito encarnado e toda uma plêiade de desencarnados procuraram retornar os ensinamentos ao seu conteúdo original.

Assim Emmanuel, André Luiz, Ramatís e tantos outros espíritos utilizaram-se de médiuns para conclamar os espíritos encarnados a não se deixarem levar pelos “senhores da lei”, mas amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmos.

Como este último movimento gerado por Deus produziu uma “boa colheita”, foi criado então o lema “Brasil – Pátria do Evangelho”, ou seja, o país onde acontecerá a divulgação da decodificação dos evangelhos trazendo as Verdades Universais de volta ao planeta.

É neste momento que se encontra a humanidade. O que acontecer de agora em diante será história que um outro narrador contará algum dia. Que cada um possa aproveitar a sua oportunidade.

Amém!