O evangelho segundo Tomé

Logia 91 - Deus, Causa Primária

“091. Disseram a ele: Dize-nos quem és para que acreditemos em ti. Ele lhes disse: observais o aspecto do céu e da terra e não conheceis aquele que tendes diante de vós e não sabeis avaliar este instante”.

Damião

Jesus ensinou que Deus era a Causa Primária de todas as coisas, agindo com a Inteligência Suprema, Justiça Perfeita e Amor Sublime. Este conhecimento, fundamental para se ter a fé necessária para alcançar a evolução, foi também a base dos ensinamentos de todos os enviados de Deus.

Em todos os ensinamentos transmitidos, Jesus alerta a todos os que duvidam desta Verdade Universal para que verifiquem e compreendam que ela pode ser constatada em todos os cantos do planeta.

Para auxiliar os irmãos nesta tarefa, aproveito a oportunidade que me foi dada para fazer apenas uma das centenas de perguntas feitas por Deus a Jó, no livro bíblico do mesmo nome e que tem a mesma finalidade: provar a origem de Deus, Causa Primária.

“As suas palavras mostram a sua ignorância; quem é você para pôr em dúvida a minha sabedoria? Mostre que é valente e responda às perguntas que lhe vou fazer”.

“Onde é que você estava quando criei o mundo?” (38,4).

Lembro-me de uma história que foi intuída por um membro da Academia a um encarnado. Ela dizia que os cientistas do planeta, depois da descoberta e mapeamento do “DNA” que permitiu a clonagem, resolveram que deveriam ter uma conversa com Deus para dizer-lhe que não mais precisavam Dele, pois o último “segredo” do universo havia sido descoberto. Depois de muito debate um deles resolveu se aventurar a ter esta conversa. Ao chegar frente ao Onipotente transmitiu o recado do qual era porta voz e Deus, na sua infinita bondade, deixou o cientista falar à vontade. Então respondeu:

“Está certo, mas acho justo que cada um monte novamente um corpo de ser humano e depois voltaremos a conversar se realmente vocês daqui para a frente podem viver sem Mim.”

O cientista achou justo e aceitou o desafio de Deus. Correu ao laboratório, pegou uma das células que estavam congeladas e voltou à presença de Deus.

“Estou pronto. Podemos começar a prova”, afirmou o cientista.

Neste momento, Deus, com sua Suprema Sabedoria, disse ao cientista:

“Desta forma não vale. Se vocês querem ser os criadores do ser humano, têm que começar criando a própria célula base, para depois poder construir o homem...”

Este ensinamento reflete muito bem a situação atual da humanidade. O ser humano, orgulhoso e vaidoso de sua capacidade de raciocínio, se acha superior a tudo no Universo, mas, no entanto não consegue realmente criar. Ele apenas aprende a modificar as coisas que Deus criou para alcançar os resultados que Ele próprio deseja.

Um verdadeiro criador precisa partir do zero e construir, além da peça final, toda a base que utilizará no seu projeto. Se não agir desta forma, será um “adaptador” e não um criador...

Todo aquele que cria algo se torna responsável por sua criação. Como então o Pai, que é a Justiça Perfeita, poderia criar elementos no universo e depois deixá-los “soltos” para serem utilizados por seres que pensam exclusivamente na sua própria felicidade? Este é o raciocínio que pode levar o ser humano a compreender a necessidade da existência de uma Causa Primária alheia à sua vontade!

É preciso que se entenda que Deus é o criador de todos os elementos universais. Porém, se de acordo com o homem o universo foi criado a partir de uma explosão cósmica, é sinal de que esse universo não existia. Assim sendo, o que teria então explodido? São questões simples que o ser humano evita fazer a si mesmo, pois sabe que precisará abrir mão do seu suposto “poder” para respondê-las.

A observação de todas as coisas universais pode mostrar ao homem a sua “incapacidade” frente ao todo universal para que ele deixe de querer se transformar na causa dos acontecimentos.

O ser humano acha que consegue superar as leis da natureza, mas Deus vive provando que ele apenas pensa que tem esse poder de criação ou mudança. Quando Deus deseja, é Ele quem acaba com o que foi construído. As grandes construções, “Torres de Babel”, que têm sido erguidas desde a antiguidade até hoje, não resistem a uma pequena ordem do Pai. Não são bombas ou catástrofes que derrubam essas obras, mas o Pai que se utiliza destes artifícios materiais e dos seres humanos como instrumentos da Sua vontade, para lembrar ao homem que sem Ele nada existe.

 O ser humano constrói diques e barragens, aterra o mar, pensando que dominou a “fúria da natureza”. Mas, quando é necessário, Deus cria mais e tantos outros “fenômenos naturais” que acabam com toda a vaidade e soberba dos seres humanos.

Deus utiliza meios materiais para a realização de suas determinações porque “Eu sou quem sou” (resposta de Deus a Moisés) e não precisa criar “milagres” para gerenciar os acontecimentos do planeta. Cabe ao homem entender que por mais que faça para proteger as “suas” obras, nunca estará no comando da situação.

Por este motivo a pergunta feita a Jó sobre onde estava o ser humano quando Deus criou os elementos da natureza... Como agora ele se acha no direito de fazer alguma coisa utilizando as obras de Deus sem a parceria Dele? Tudo o que o homem conseguir erguer sob o comando de Deus, que tenha sido gerado com o sentimento do amor universal, será mantido pelo Pai, mas tudo aquilo que for originado por Deus como merecimento de um sentimento negativo, será extinto pelo seu real Criador.

Se estes ensinamentos são verdadeiros para as matérias do universo, que dirá para um ser que foi gerado à imagem e semelhança de Deus? Será que o Pai não tem poder suficiente para proteger alguém semelhante a Ele e que foi Sua geração?

Por isto, o ensinamento Deus Causa Primária atende a toda lógica que o ser humano quiser utilizar para filtrá-la: se Deus protege as matérias do universo da ação dos seres humanos, por que não iria proteger seus próprios filhos?

É o ser humano que não quer reconhecer esta ação divina, pois sabe que desta forma terá que também aceitar que os momentos negativos de sua existência foram criados por ele mesmo quando, em algum momento, utilizou sentimentos negativos. Fica mais fácil acusar os outros do que buscar dentro de si mesmo os motivos que levaram o Pai a ter que transmitir o ensinamento pela dor.

Irmãos universais, somente positivando o negativo nós podemos avançar na jornada espiritual. Somente com a ação do amor sobre todos os acontecimentos do planeta, sejam eles feitos ou recebidos por nós mesmos, é que conseguiremos a tão sonhada evolução.

Cristo nos ensinou isto e durante milênios ficamos procurando interpretações outras para as palavras ditadas pelo Mestre. Para auxiliar nesta reforma é que utilizo hoje esta chance que me foi dada para conclamar a todos os irmãos universais a se olharem de frente e, acabando com suas falsas verdades, positivarem todas as situações de suas vidas.

Viver com Cristo é viver em paz, harmonia e felicidade. Esta felicidade não pode ser adquirida pela promoção da “causa” que o espírito deseja, mas sim no amor incondicional e supremo ao Deus Pai.

Lembrem-se que se tivermos a fé do tamanho de um grão de mostarda, tudo conseguiremos.

No entanto, não poderá existir fé enquanto não houver submissão e confiança completa e irrestrita no Pai e no Seu comando sobre as coisas do universo.

Que a paz esteja com todos.