O evangelho segundo Tomé

Logia 81 - Política e religião

“081. Disse Jesus: aquele que se tornar rico, que venha a ser rei, e aquele que tiver poder, que renuncie a ele”.

Na logia 07 foi falado sobre o poder, ou seja, sobre a humanização do poder. No entanto, nunca é demais falar sobre o assunto.

O tema será os dois poderes existentes sobre o planeta: o poder material e o espiritual.

Utilizaremos neste capítulo trecho do livro “Visão Espiritualista”, onde o espírito, que ficou conhecido em uma de suas encarnações como Prudente de Morais, presidente do Brasil, nos fala sobre a política.

POLÍTICA E RELIGIÃO

Prudente Barros de Morais

Gostaríamos, antes de qualquer coisa, deixar bem claro que religião e política não têm diferença: a religião é a política do espírito. Se a política é a arte de servir ao povo, da mesma forma o é a religião: é a arte de servir aos espíritos encarnados. Portanto, política e religião em nada se distinguem no seu objetivo final que é conduzir a massa encarnada para melhores lugares e com melhores resultados para suas vidas.

O político, o espírito que nasce com a liderança, nada mais é do que um servidor do Plano Espiritual como guia de um grupo de espíritos para servir de instrumento de Deus. Esta deve ser a sua postura. O político não pode pensar em vida própria, pois ele nasceu, além das suas missões individuais, com a missão de liderar populações buscando melhores condições para a vida material.

Quem nasce com esta missão coletiva (líder) tem sempre o sucesso de suas missões individuais ligadas ao sucesso da missão coletiva. Portanto, levando a cabo a missão coletiva com o amor universal estará cumprindo todos os seus “trabalhos”. Apenas buscar solucionar suas missões individuais, poderá deixar serviços para trás.

O espírito que nasce com a vocação política em suas veias deve ter a certeza absoluta de que sua vida está à disposição dos outros espíritos na carne. Alguns, entretanto, mesmo que não nasçam com esta missão, se evocam o direito de procurar a vida política como meio de subsistência material.

Esses espíritos se carregam de muitos erros, pois não têm essa missão. Não podem fazer aquilo para o qual não se encontram preparados. Política é para aquele que vem com esta missão, ou seja, para aqueles que abandonam objetivos individuais para pensar no coletivo. Aos outros, Deus dá como prova a carreira política.

Mas, como identificar aquele que vem com essa missão? Procure no político a liderança. Necessita o político ter a liderança natural, ou seja, quando ele fala as multidões compreendem e o seguem, pois sabem que ele está falando para o “bem” coletivo. Já aquele que não tem essa missão, procura através da corrupção, da compra dos votos, da compra e aquisição de destino dos outros, um lugar para “ganhar dinheiro”.

Não tem esse político o menor pensamento no sentido de servir ao próximo. Não consegue arrebatar da multidão sentimentos positivos e somente com troca de favores consegue o mandato. É como um padre, um pastor, um mentor espiritual ou um guia que trabalha para auxiliar os irmãos cobrando por seus atos.

A vocação em política ou na religião traduz-se pela liderança natural. É líder aquele que é capaz de transmitir a sua mensagem de tal forma que possa o espírito ouvinte compreendê-la, entendê-la e segui-la.

É por este motivo que existem tantos casos de corrupção política. Eles acontecem não só nos dias de hoje, mas no decorrer de todos os milênios. Aquele que sobe ao poder sem ter liderança sobe para satisfazer suas próprias necessidades. É o mesmo que um padre ou um pastor sem vocação.

Muito se fala das igrejas adventistas, das Assembléias de Deus, mas muitos destes lugares fazem trabalhos magníficos quando o pastor é um líder nato. Por esses motivos, todo aquele que tem a função de líder possui a missão para exercer a liderança.

Um outro fator importante: quem assume a posição de líder, assume a responsabilidade pelos atos que praticará ou que fará outros praticarem. O acúmulo de erros daqueles que buscam a sua satisfação pessoal na política é muito grande porque se o grupo erra por determinação do líder, certamente o acúmulo de erros do grupo será todo lançado sobre ele. Não pode nunca o líder pensar em si para resolver. E aquele que não tem essa missão e se avoca, o “erro” é muito maior.

Portanto, política e religião em nada se diferenciam: são dois instrumentos de Deus para colocar espíritos à prova e trazer o benefício para a humanidade.