O evangelho segundo Tomé

Logia 73 - Crescei e multiplicaivos

“073. Disse Jesus: a colheita é verdadeiramente grande, mas os trabalhadores são poucos; por isso, implorai ao Senhor para que Ele mande mais trabalhadores para a colheita”.

“a colheita é verdadeiramente grande”

Jesus nos fala da quantidade de espíritos que “vivem” no planeta Terra, encarnados ou não, que buscam a sua evolução. Para cada espírito hoje encarnado, existem aproximadamente seis esperando a sua chance de evolução (encarnação).

“mas os trabalhadores são poucos”

Os “trabalhadores” da colheita de Deus não são espíritos especiais, elevados, que vêm ao planeta para auxiliar na evolução dos demais. Como comentamos na logia anterior, a comunhão universal de todos é que serve de amparo para a evolução de cada espírito.

Desta forma, ao afirmar que os trabalhadores para a colheita de Deus são poucos, Jesus está dizendo que existem poucos espíritos encarnados para auxiliar os que se encontram na mesma situação.

“por isso, implorai ao Senhor para que Ele mande mais trabalhadores para a colheita”

A espiritualidade narrou a Kardec e a outros médiuns a existência de um mundo espiritual ativo, onde os espíritos buscam sua evolução através de estudo ou de prestação de serviço a outros espíritos. Apesar disso, a evolução real só acontece quando um espírito vive uma “encarnação”.

Viver no mundo espiritual, com apenas parte do véu do esquecimento bloqueado, o que proporciona lembrança de algumas verdades universais, é muito mais fácil do que viver encarnado e ter que professar a fé em Deus sem lembrança alguma. Por isto a importância e a necessidade da encarnação para a evolução espiritual.

Fora da encarnação o espírito aprende as verdades espirituais e consegue facilmente ter a fé pela comprovação que tem destas verdades. Para que ele prove realmente que aprendeu esta fé é que o espírito assume uma encarnação, onde estará afastado destas lembranças.

A afirmação de Jesus nesta logia (implorar ao Pai por mais trabalhadores) está de acordo com as palavras de Deus a Adão e Eva: “Crescei e multiplicai-vos”.

Nos dias atuais, os espíritos que servem a materialidade possuem sentimentos que fazem com que Deus lhes dê o raciocínio de buscar métodos anticoncepcionais. Com esta forma de proceder estão atrasando a sua própria evolução, pois o planeta irá alterar o seu sentido de encarnação quando uma maioria de espíritos atingir um determinado grau de evolução e não quando todos evoluírem.

Aqueles que utilizam de métodos anticoncepcionais para não gerar filhos estão indo contra a lei de Deus para servir à materialidade. Alegam que na vida atual não há como se gerar novos filhos sem a garantia do sucesso material e com isto impedem que novos espíritos busquem a sua evolução.

Cada espírito encarnado é um trabalhador para, acima de qualquer glória individual, servir à coletividade espiritual na busca de sua elevação. Sua primeira tarefa é dar a chance de evolução a um maior número de espíritos possível. Esta é a lei passada a Adão e Eva. Quando esta chance é restrita, os espíritos estão atrasando sua própria evolução, pois seu retorno à carne também será adiado pelo conceito (controle da maternidade) que se estabeleceu.

Alguns alegam fenômenos materiais para não conceber: fome, carência de habitação, etc. Não compreendem que Deus é que provê tudo, pois mesmo com o planejamento familiar que hoje impera no planeta, a fome e a carência de habitação não diminuíram ou acabaram.

Mesmo aqueles que se dizem seguidores de Jesus utilizam-se de métodos anticoncepcionais, apesar do Mestre ter ensinado:

“Não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam nem com a roupa que precisam para vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida?” (Mateus – 6,25)

Outros falam da situação do planeta: têm medo de colocar um filho no mundo por causa da violência e da situação do planeta (sofrimentos). Não compreendem que estes sofrimentos são gerados por eles mesmos quando quebram a lei de Deus. Como também nos ensinou o Mestre, o Pai dá a cada um de acordo com o seu merecimento...

Neste ensinamento Jesus nos pede que imploremos a Deus para que mande mais espíritos para que um ampare o outro, mas o Pai não pode agir desta forma enquanto o sentimento do ser humano for direcionado ao bem individual e não ao coletivo.

Compete ao espírito promover a sua reforma íntima e pedir, como Jesus, a cada instante que ele sirva de instrumento a Deus para a execução dos trabalhos necessários para o todo. Para isto é preciso “abrir mão” de seus prazeres individuais.

Como já explicado, a vida carnal está toda escrita no livro da vida, feito pelo espírito antes de sua encarnação e que serve para Deus como guia da causa primária. No entanto, os sentimentos dos espíritos também “escrevem” este livro diuturnamente como “carma da vida atual”.

Todas as missões que o espírito irá realizar estão descritas no livro, mas Deus só dará a este espírito aquelas que ele puder suportar. O Pai não seria o Amor Sublime se fizesse o espírito passar por determinadas provas, expiações ou missões se isto não fosse contribuir para ele evoluir.

Assim, no livro da vida do espírito pode estar descrita a geração de algumas novas massas carnais que servirão de morada a espíritos (filhos) que precisam conviver com aqueles pais para sua evolução. Os sentimentos desta vida, porém, podem fazer com que Deus não utilize algumas destas encarnações previstas.

Deus age desta forma para não sobrecarregar os espíritos geradores (pais) com provas que certamente não terão sucesso, por não possuírem os sentimentos necessários para essa missão. O espírito que não teve a sua chance de encarnação não ficará desamparado, sendo providenciada nova encarnação para ele, pois Deus é a Justiça Perfeita. No entanto, aqueles que eliminaram a chance de um novo nascimento, sairão desta vida “devedores” e terão que buscar uma nova chance para sua evolução.

Mais uma vez, nesta logia, o conselho de Jesus objetiva a evolução espiritual. Aqueles que conseguirem eliminar seus conceitos poderão ser úteis ao todo universal gerando outras formas para que espíritos evoluam e, com isto, também conseguirão a sua própria evolução.