As reformas da reforma

Liberdade

Participante: mas, nós não temos que cuidar de nossos filhos?

Sim, você está certa nesta afirmação, mas o que é cuidar de um filho? Quem disse que o que você imagina que seja cuidar é realmente cuidar dele?

Quem disse que para cuidar dele tem que transformá-lo em cópia sua ou que ele alcance aquilo que desejou para si e não conseguiu? Sei que este não é o seu caso, mas a vida está repleta de exemplos de pessoas que obrigam o filho a ter uma determinada profissão para que ele se sinta feliz porque não conseguiu tê-la. Quem disse que isso é certo?

Acabamos de dizer que a terceira postura que denota a existência do amor é a igualdade. Quando esta igualdade existe, cada um dos membros da relação amorosa vive em perfeita liberdade. Para que exista um amor verdadeiro entre dois seres é preciso que cada um deles dê liberdade irrestrita para o outro.

É preciso que você lide com igualdade com o seu filho para poder afirmar que realmente o ama. No entanto, o amor materno e paterno neste mundo não leva o ser a agir assim. Os pais e as mães, em nome do amor, transformam-se em senhores de escravo.

Você quer educar seu filho do jeito que acha que deve educá-lo, mas ele não é seu escravo para você poder obrigá-lo a ser, estar e fazer aquilo que anseia. Sabia disso? Porque, então, insiste em colocar regras e normas coercitivas para ele?

Sabe o que é viver em igualdade? É ser igual, tanto nos direitos quando nos deveres. Ser igual não é ser cópia. Por isso a igualdade do amor universal baseia-se fundamentalmente no direito de ser diferente. Para poder dizer que ama realmente seu filho, você tem que dar a ele o direito de ser diferente do que deseja para ele.