261 – Nas provações por que lhe cumpre passar para atingir a perfeição, tem o Espírito que sofrer tentações de todas as naturezas?
Sofrer no sentido de passar, não de sofrimento.
Tem que se achar em todas as circunstâncias que possam excitar-lhe o orgulho, a inveja, a avareza, a sensualidade, etc.?
Olha que grande pergunta hein. Excitar esses sentimentos.
Certo que não, pois bem sabeis haver Espíritos que desde o começo tomam um caminho que os exime de muitas provas. Aquele, porém, que se deixa arrastar para o mau caminho, corre todos os perigos que o inçam. Pode um Espírito, por exemplo, pedir a riqueza e ser-lhe esta concedida. Então, conforme o seu caráter poderá tornar-se avaro ou pródigo, egoísta ou generoso, ou ainda lançar-se a todos os gozos da sensualidade. Daí não se segue, entretanto, que haja de forçosamente passar por todas estas tendências.
Aí está o segundo livre arbítrio do espírito.
Você pede a riqueza como prova, para excitar-lhe alguns sentidos, e a partir da vivência nessa situação existe uma gama de amores individualistas ou universalistas que pode usar. Este é o segundo livre arbítrio.
O primeiro livre arbítrio foi usado antes do nascimento escolhendo o gênero de provas e o segundo é dado durante a vivência de acontecimentos que excitam os sentidos. Aquele que defende simplesmente o livre arbítrio do ato, defende a pobreza para o espírito, porque a lei do livre arbítrio é muito mais rica do que vocês imaginam.
O espírito tem o direito de escolher as provas que quer fazer, tem o direito de montar o cenário para realização dessas provas e também tem o direito de responder certo ou errado. Portanto, são duas escolhas que geram dois direitos, duas obrigações.