Conversando com um espiritualista - volume I

Depressão

Participante: vamos dizer que um espiritólogo se depare com pessoas pedindo ajuda relatando a seguinte vivência: tenho problemas com a ansiedade há muitos anos. Família, futuro, qualquer coisa me aflige. Recentemente tive que procurar um psiquiatra e tomo remédios para depressão e sono. Acho que se trata de um problema genético. Sou católica mas a religião não impediu a formação desse quadro. Preciso de ajuda.

NOTA: Espiritólogo é o ser encarnado que auxilia outros seres a alcançar a felicidade incondicional através da espiritologia, a ciência que o espírito usa para investigar a mente humanizada.

Você quer que responda essa questão como espiritólogo, ou seja, como ajudaria uma pessoa que me fizesse um relato desse tipo a alcançar a felicidade incondicional. Vamos lá...

Como conversei com os espiritólogos, temos que usar a própria ideia da pessoa e não combatê-la. Portanto, não posso ajudar um depressivo dizendo que a depressão é errada. Não posso dizer a um depressivo que a depressão é uma doença e que ela precisa de um médico ou de remédio. Isso não a ajudaria em nada. Eu preciso orientá-la usando a ideia que ela passa.

Ela relata que tem problemas com ansiedade. Não posso dizer que ser ansioso é ruim, por isso tenho que concordar com ela: realmente você é ansioso.

Segundo detalhe da conversa onde orientei os espiritólogos: tenho que fazer ela ganhar alguma coisa com a ansiedade que tem. Sendo assim, tenho que tirar da ideia dela que ansiedade é perder, que ser ansioso é perder.

Por isso, diria para essa pessoa: ‘está certo, você é ansiosa. Agora me diga uma coisa: quantas vezes você conseguiu antecipar alguma coisa com a sua ansiedade? Você vive ansiosa, esperando alguma coisa acontecer, querendo que alguma coisa aconteça, mas isso não faz a coisa acontecer mais rápido. O mundo não conspira a seu favor. Por isso, continue sendo ansiosa, mas saiba que tudo tem sua horta para acontecer. Viva a sua ansiedade com a certeza de que as coisas vão acontecer na hora que tiverem que acontecer. Quando viver assim, você não vai deixar de ser ansiosa, mas a sua ansiedade não vai mais lhe fazer sofrer’.

Ao responder assim a essa pessoa o que estou fazendo? Não estou atacando a verdade dela e estou fazendo com que ela ganhe alguma coisa com o que ela tem. Ganhar o que? O não sofrer enquanto a coisa não acontece.

Seria essa basicamente a resposta. Claro que se fosse um caso verídico, se uma pessoa viesse falar comigo, ela me daria mais subsídios e teríamos mais coisas para falar, mas como você colocou resumidamente, eu tive que abordar resumidamente.

Outro detalhe que quero ressaltar. Você acha que o trabalho da espiritologia é realizado apenas por aquele que fala. Isso não é real. Como o próprio nome diz, esse é um trabalho de espírito e nenhum ser trabalha sozinho. Enquanto um está aparentemente falando, há outros agindo sobre quem está ouvindo e outros sobre quem está falando.

Como esta não é uma situação real, neste momento não existe este outro trabalho. Por isso, a minha resposta de agora se analisada fora deste contexto pode parecer muito fútil, muito fraca, sem argumentos para tirar alguém da depressão. Só que numa conversa real, essas palavras seriam acompanhadas de um trabalho espiritual que não é percebido. Com isso, elas cairiam junto à mente de uma determinada forma, o que não aconteceu enquanto você estava ouvindo o que respondi.

Por isso, lhe digo que vou responder a todas as suas questões sobre a espiritologia, mas quero deixar bem claro: o que eu disser vão parecer palavras fúteis, pois não há todo o envolvimento espiritual que existiria se essa fosse uma consulta real. Outro detalhe: a única coisa que vamos fazer nessas respostas é lhe dar a prática da ação do espiritólogo, ou seja, reconhecer o problema, usar o problema e fazer a pessoa ganhar com o problema. Não vamos entrar no mérito das questões que serão levantadas.