As reformas da reforma

Criando verdades

A cada vez que você participa de um acontecimento, a sua mente gera uma idéia sobre o que está acontecendo. Mais: gera uma idéia sobre as pessoas e objetos que estão envolvidos naquele acontecimento. Estas idéias vêm ao consciente do ser humano e ele, então, pode aceitá-las ou não. Se as aceita, elas são arquivadas naquilo que vocês chamam de memória.

Cada vez que o fruto de um raciocínio lhe vem à mente e você aceita as conclusões que ele afirma ser real, elas ficam disponíveis na memória e serão usadas posteriormente em outros acontecimentos para gerar novas conclusões, que se aceitas também são arquivadas na memória.

Por exemplo: você coloca a mão sobre o fogo. O que acontece? Existe a sensação de queimar e isso gerar dor. Esta sensação e conclusão (por a mão sobre o fogo queima e dói), como foram aceitas por você, serão arquivadas na memória. Na próxima vez que puser a mão em um local onde aja fogo, a mente irá às verdades arquivadas e dirá o resultado que você deve viver naquele momento: sentir dor e sentir-se queimado.

O exemplo que usei, apesar de clássico, não nos dá uma noção exata do que estou tentando lhes passar. Isso porque vocês ainda acreditam que a sensibilidade nasce nos órgãos de percepção do corpo físico. Ou seja, ainda acreditam que uma mão se queima e que isso sempre trará dor. Vamos usar outro exemplo que é mais prático para a questão das reformas da reforma íntima para podermos compreender melhor o que estou dizendo.

Digamos que você fale com alguém e quando essa pessoa responda a mente julgue que aquela resposta foi malcriada. Aceitando esta informação, a mente irá gerar informações sobre quem falou. Dirá que ela não presta, que é grossa, que não gosta de você.

Sendo estas teses também aceitas por você, a mente, então, irá começar a especular porque ela não presta. Irá atribuir valores para aquela pessoa que justifiquem as declarações que ela está fazendo qualificando-a de tal forma. Isso gerará uma série de conceitos sobre aquela pessoa que, se aceitos por você, serão arquivados na memória.

Na hora que aquela pessoa novamente lhe dirigir a palavra, a mente usará tudo isso que ela mesma criou, mas que não é verdade, para desqualificar o que a pessoa está dizendo. Com isso você não prestará atenção ao que ela está falando agora, apesar de, como já falamos, muitas vezes o que ela está dizendo pode ser muito útil a você.