2ª Conversa - Relações familiares e relações amorosas

Conversando sobre relações familiares

Participante: o que estou entendendo que você está sugestionando que devemos usar argumentos contra a proposição da mente.

Não estou sugestionando nada. Estou dizendo que este é o único caminho para encontrar a paz.

Se você já a tem com o que a sua mente diz hoje, não precisa fazer nada.

Participante: mas, muitas vezes argumentar contra a mente é arrumar uma briga com ela e percebo que fazer isso é fria, pois a mente inventa mil contra argumentos. É uma luta sem fim. Então, a minha pergunta é essa: quando é uma boa argumentar contra mente e quando a melhor estratégia é ignorá-la e a melhor estratégia é dizer não sei?

Ignorá-la é o que todos que me ouvem vêm tentado e não estão conseguindo.

Participante: primeiro: não sofro pelo que vou perguntar. Sei que o ato é Deus fazendo. O que quero é saber a sua opinião. Meu pai tem alzheimer há três anos. Minha mãe essa semana também foi diagnosticada com uma demência. Ela não aceita isso. Se usar da espiritologia vou mostra-la o sofrer do sofrimento dela. Seria válido fazer isso para ela?

Não, se ela tem uma demência, possui uma incapacidade de trabalhar mentalmente. Por isso não tem como ajuda-la.

Aliás, ninguém tem como ajudar ninguém. Faça por você mesmo, que já está muito bom.

É você que tem que trabalhar o seu sofrimento pela situação dela e não ela mesmo. Sua mãe está feliz dentro da demência dela.

Participante: como fazer depois que nos irritamos com os filhos e passamos dois ou três dias com esses pensamentos e de repente lembra do ensinamento. Olha, irmão, a tristeza é maior e o sofrimento também.

Sim, porque neste caso entra na culpa: ‘estou aqui ouvindo Joaquim e na hora h acabo fazendo tudo errado’.

Não caia nessa. O que você fez era o necessário a ser feito, tinha que ser feito e seus filhos precisavam e mereciam. Pronto, acabou o sofrimento. Aí comece tudo novamente.

Nunca entre na culpa. Se o pai e a mãe tem a obrigação de fazer alguma coisa para o filho que ele não gosta, no sentido da encarnação, terá que ser assim no seu relacionamento com seus filhos. Só isso.

Participante: um dia entrei numa discussão com a minha irmã e comecei a sentir que estava começando a ficar com raiva. Naquele momento comecei a investigar que pensamentos estavam me fazendo perder a paz. Procurei saber se estava querendo ganhar dela na discussão e por não estar estava tendo raiva. Por isso, no meio da discussão comecei um processo mental de investigação. Me deu uma preguiça enorme de fazer este trabalho investigativo. Aí pensei que Deus é Causa Primária de todas as coisas. Em seguida mandei que ela se calasse e desliguei o telefone na cara dela. Afinal, não teria problema algum fazer aquilo, pois não seria eu que estaria agindo, mas Deus que estaria fazendo. Desliguei o telefone e fiquei de boa. Será que usei mal os seus ensinamentos?

Não. Se foi isso que fez, era isso que tinha que fazer. Afinal de contas, seja de que forma for, você precisa procurar um meio de estar em paz e foi isso que fez.

Agora, a partir do momento que desligou o telefone, comece a investigar o que lhe fez discutir com sua irmã, ou seja, que ideia estava defendendo. Isso é o importante de ser feito para se conseguir a paz.

O que é uma discussão? São duas pessoas defendo cada um a sua ideia. Por isso, precisa investigar em si mesmo qual ideia estava defendendo para tentar se libertar dela e com isso amanhã não brigue novamente, já que ela é sua irmã e pelo resto da vida vocês terão que conviver.

É este o trabalho. Para se ter paz não é preciso que você pareça boazinha na frente dos outros, não é conversar com ela na boa. Se gritou, se brigou, se bateu o telefone na cara dela, era isso que tinha que acontecer e você precisa alcançar a paz consigo mesmo por ter agido da forma que agiu.

Agora, depois que as coisas acontecem, é preciso investigar quais armas estavam sendo usadas naquele momento. Assim, posteriormente você terá mais facilmente um argumento para mais facilmente se libertar do sofrimento e da perda de paz nestes momentos.

Participante: desconsiderando os sentimentos e emoções, existe algum tipo de relação primordial entre determinados seres ou que compartilhem de alguma característica específica, caracterizando uma família na espiritualidade?

Sim, no mundo dos devas. Só lá existe isso.

No universo universal existe uma única família à qual todos pertencem e não existem núcleos familiares distintos. Isso só existe no mundo dos devas, no mundo dos humanos sem carne.

Justamente por saber disso é que você, que quer se espiritualizar-se é que deve começar hoje a viver esta realidade.

Participante: como lidar com pais preconceituosos que não aceitam a sexualidade do filho?

Dando a eles o direito de não aceitarem.

Deixe-me falar uma coisa para vocês. Seu pai, sua mãe foram criados num mundo diferente do de vocês.

Alguém hoje me falou em traumas, eu falo em conceitos. Seu pai e sua mãe receberam uma série de conceitos, dos quais não são obrigados a se libertarem porque não querem se espiritualizar, que vocês não receberam. Esses conceitos, assim como o que vocês chamam de trauma, trabalham inconscientemente dentro do seu pai e da sua mãe. Por isso, eles não são obrigados a aceitar a sexualidade do filho.

Só que vocês de hoje não possuem mais estes preconceitos. Ao contrário, dizem que não se deve ser preconceituoso. Por isso afirmo que vocês é que devem aceitar a forma deles serem para não demonstrarem preconceito contra quem pensa dessa forma.

Sim, é isso mesmo: não são os seus pais que têm que respeitar a opção sexual dos filhos, mas sim ao contrário, se são os filhos que querem se espiritualizar. Eles não querem se espiritualizar por isso podem estar apegados àquilo que desejam. E, o que eles desejam? Que o filho mude, que o filho tenha outra orientação sexual.

O que eles querem é isso – e têm todo o direito de quererem – e não a paz. Quem quer tê-la é você, por isso neste caso, é você que tem que respeitar as escolhas deles e não ao contrário. Por isso é preciso que trabalhe dentro de si mesmo.

Este é o primeiro aspecto que poderia lhe falar sobre o assunto, mas há mais um que quero abordar e sobre o qual já fiz citação nesta resposta. Vocês podem me falar que os pais não podem ser desse jeito porque senão serão preconceituosos. Certo, é um conceito formado anteriormente. Agora, o filho que não aceita a ideia do pai não aceitar a sua opção sexual também não é um preconceituoso?

É, a questão do preconceito é mais ampla do que vocês imaginam. Ele não se restringem apenas àqueles que vocês consideram como preconceito, mas atinge a todas as ideias formadas anteriormente sobre um assunto.

Por isso, o homossexual que exige que seja respeitado e que não haja preconceito é um preconceituoso. Ele está cobrando de outro o que não use ideias preconcebidas, mas ele mesmo está tendo ideias deste tipo, pois parte da verdade que todos devem aceitar a posição sexual escolhida.

É isso que a mente de vocês não lhes fala. Porque? Porque o não entender esta questão dentro do aspecto que levantei é um individualismo, de uma das armas que os combatentes da paz usam. Ela não levanta esta hipótese por quer que você exija que os outros façam o que você acha certo.

Portanto, aceite seus pais se você tem a orientação homossexual e eles não aceitam isso. Os aceite do jeito que são, sejam de que jeito forem, e não queira muda-los, porque isso é ser preconceituoso.

Participante: uma pessoa idosa e doente na família causa às vezes uma situação desconfortável porque as pessoas são materialistas e não querem se espiritualizar não encontram respostas para o motivo de estar perdendo as suas vidas cuidando de alguém que não tem mais recuperação. É possível ajudar os indivíduos que lidam com esses episódios?

Você está abordando a questão de ajudar os outros e não estamos tocando neste ponto neste trabalho. Estamos conversando no sentido de que ajude a si mesmo a ter a paz. Apesar disso, vou lhe dar uma resposta curta sobre o assunto.

Há sim. Pergunte a eles se há outro jeito de viver. Pergunte para eles se podem abandonar a pessoa doente à própria sorte.

Não há outro jeito. A pessoa está no hospital ou no asilo e precisa de cuidados. Tem outro jeito senão cuidar dela? Tem sim: matá-la.

Diga isso para estas pessoas. Convide-as a matar a pessoa que está doente para poder acabar com o problema que ela está gerando.

Faça isso. Se fizer, é claro que elas não aceitarão. Quando isso acontecer diga: se não aceitam a única solução, plausível, vejam que o que podem fazer é cuidar dela. Aceitem isso.