Em busca da Felicidade - Prática - Relações trabalhistas

Conversando sobre o trabalho

Participante: é correto eu falar que o Senhor do Universo é o Absoluto em sua Perfeição do Amor Absoluto que se faça por si só Absoluto de si. O senhor mudaria algo nesta frase?

Sim: a ideia de que você está correto. Se você for o correto, terá se tornado o absoluto e Deus deixará de ser.

O erro não está na frase, mas em achar que você está certo, pois neste caso o absoluto é você. Não importa o que lhe venha à mente: não ache nada certo nessa vida.

Participante: somos humanos mapeados. Este mapeamento é definido pelos espíritos superiores intuídos?

Que será este mapeado ao qual se refere? Será que é conhecido? Neste caso sim. Será que é controlado? Sim.

O que você disse é uma verdade, mas há outra coisa que precisa se atentar: no dia a dia você não tem a menor consciência de que isso esteja acontecendo. Vive imaginando que é um ser humano que pensa por si e que toma decisões.

Portanto, esqueça estas questões. Isso é querer entrar por um caminho que não lhe levará a questão alguma. Como disse o Espírito da Verdade, ocupar-se com estas questões pode lhe levar a entrar num labirinto de onde não lograríeis sair. Mais: mesmo que conseguisse ter certeza de alguma coisa neste aspecto, de nada lhe valeria esta informação. O máximo que poderia é lhe deixar mais orgulhoso de sua cultura.

Então, não se preocupe com estas questões. Quando elas vierem, saiba que é apenas a mente lhe iludindo.

Participante: a mente não serviria apenas como pano de fundo gerando consequências previsíveis para a espiritualidade?

Ela só gera consequências para o ser humano. Aqueles que estão libertos da personalidade humana, que são os espíritos, não se importam nem um pouco com as criações mentais.

Só mais um detalhe: estas consequências são apenas imaginárias e não reais. Tudo o que a mente cria é apenas uma probabilidade e não uma certeza.

Participante: quando a pessoa acredita que o trabalho tem uma função espiritual ou mesmo nas comunidades quem acha que é importante aprender para ensinar os outros e não para o seu próprio trabalho individual, que afinal de contar é o que é preciso ser feito, há algum problema?

Essa é uma das coisas que vamos falar hoje. Vamos falar das relações durante o trabalho.

Participante: meu personagem vai fazer uma entrevista para um emprego. A mente diz que devo me apresentar adequadamente, asseado e bem arrumado. Ela diz que isso é o que todos fazem ou devem fazer. Como não acreditar nisso se ela diz que se não cumprir estas condições não terei o emprego?

Tudo o que você está falando é a mente conversando com ela mesmo. O que precisa é observar ela falar.

Não lhe disse para ir a uma entrevista de emprego desarrumado. O que lhe disse foi para observar a mente dizer que tem que ir, não acreditar nas verdades embutidas neste pensamento, mas não para descumprir o que ela fala.

Digamos que você, por não libertar-se da mente, aceite a ideia de que é fundamental ir a uma entrevista de emprego vestido de determinada forma. Acontece que durante o trajeto para a entrevista chove e você fica todo encharcado e sujo. Neste momento a sua razão lhe dirá que deve sofrer e você sofrerá, pois acreditará que aquilo foi um infortúnio.

Agora, imaginemos que você não tenha aceito a verdade inicial. Esse fato não o levará a se vestir de uma forma diferente porque quem se veste é a mente. Ela escolherá a roupa, criará os movimentos do vestir-se e se considerará arrumada. Quando o temporal encharcar a roupa que ela escolheu, poderá não sofrer, pois terá a consciência que desde o início foi tudo feito por ela e não por você.

O sofrimento acontece porque o ser humano compactua com a ideia original. A partir do momento que ele faz isso, as consequências desse ato terão a consciência de terem sido praticadas pelo próprio ser. Por causa do infortúnio que contrariou a ideia original que o ser humano tomou como realidade é que o sofrimento será inevitavelmente vivido.

Compactuar com a mente não é ser ela: é acreditar que as coisas que ela faz são feitas por você. Na verdade, torna-se ela porque compactua com o que ela faz. Por isso, quando ela diz que deve sofrer, você sofre.

Repare na sua pergunta: como vou dizer não para a mente quando ela afirma que sim? Dizendo não para o que ela cria, ou seja, não achando que o sim que ela afirma é realmente sim. Aceitar o que ela cria é compactuar; libertar-se das criações mentais é não aceitar como real e ou verdade o que é gerado.

Diga para mente sempre: não sei.

Participante: num ambiente de trabalho, somos reunidos por pensamentos afins?

Que pensamento afim você quer ter, se cada um está com seu pensamento voltado para uma coisa?

Não, isso não é real. Além do mais, não deve se preocupar com isso. Como falamos agora pouco – e vou voltar ao assunto daqui a pouco – você só tem uma coisa a fazer neste mundo: é resolver a sua relação com a mente. Não há mais nada a ser feito.

O que precisa saber é como você se relaciona com sua mente e não com os outros.

Participante: há duas semanas atrás você disse que estava complicado estabelecer a comunicação aqui, porque o que tinha a ser falado era muito importante. Poderia, caso seja cabível hoje, explicar mais profundamente o que quis dizer?

Explico rapidamente.

O plano espiritual que tem contato com vocês é humanizado, pertence ao mundo dos devas. Nele existem, por exemplo, espíritos que são espíritas, católicos e evangélicos. Para ele, pregar aquilo que acreditam é uma função da vida. É o trabalho da vida deles.

Acha que eles querem perder essa boquinha? Claro que não. Por isso atacarão quando houverem palestras espiritualistas como a nossa para que espíritas não deixem de seguir a doutrina espírita, para que católicos não deixem de seguir a igreja e para que os evangélicos não deixem de seguir as orientações dos pastores.

É esse tipo de ataque que nós sofremos. Agora, claro que em momento nenhum será permitido que esses ataques interfiram naquilo que tem que acontecer. Se interferir, é porque a interferência tinha que acontecer.

Participante: confesso que estava com muita dificuldade de fazer a observação observando a mente. Só que um belo dia vi os estudos monistas e a partir disso estou dizendo dane-se para tudo e por isso estou atingindo mais facilmente o vazio, mesmo os pensamentos vindos.

Continuo falando de monismo sem falar neste assunto diretamente.

Participante: ver a mente funcionando não seria cômodo? Digo isso porque se ela fizer algo errado no trabalho ela pode ser mandada embora, mas se fizer um bom trabalho pode ser promovida. Então, o que fazer? Deixar correr solto? Como podemos ser apenas espectador da vida sem atuar como personagem e induzir a mente a fazer o seu melhor usando a sua inteligência?

Tendo a consciência de que você não manda na sua mente.

Pergunte a qualquer um que tenha sido demitido se ele merecia passar por aquilo. Claro que dirá que não, que era um grande trabalhador, que havia outro pior que merecia ter sido mandado embora no lugar dele. Olha como a mente conta mentiras. Olha como ela conta estorinhas para você.

Agora, se você quer viver a mente, não há problema algum. O que precisa é apenas ter certeza que vive-la é ter o prazer e a dor.

Só mais um detalhe: só quem tem medo de ser demitido é a mente. Se você tiver esse medo ou se quiser ter o emprego, está sendo ela.