Imperfeições do ser - Textos

As imperfeições humanas

Como vimos, aproveita a encarnação aquele que consegue se harmonizar com a sua vida carnal. Por este motivo, seria justo se imaginar que o espiritualismo, a doutrina que contempla o algo além da matéria, se dedicasse a este aspecto da encarnação. No entanto, não é isso que acontece. O espiritualismo, e o espiritismo também, concentram nos dias de hoje seus rituais em coisas bem diferentes: ou executam o estudo dos elementos do mundo espiritual, ou realizam trabalhos mediúnicos. Será que esta forma de proceder ajuda os seres humanizados no objetivo de sua encarnação? Vamos ver isso...

Os rituais de busca do conhecimento das coisas além da matéria expressam-se através de cursos onde os seres humanizados estudam fenômenos e elementos do mundo espiritual. Esta busca seria até interessante para aquele que acredita na existência além da matéria, mas será que ela consegue resultados ou é um aspecto necessário sob o ponto de vista espiritual?

“227. De que modo se instruem os Espíritos errantes? Certo não o fazem do mesmo modo que nós outros? Estudam e procuram meios de elevar-se. Vêem, observam o que ocorre nos lugares aonde vão; ouvem os discursos dos homens doutos e os conselhos dos Espíritos mais elevados e tudo isso lhes incute idéias que antes não tinham”.

“230. Na erraticidade, o Espírito progride? Pode melhorar-se muito, tais sejam a vontade e o desejo que tenha de consegui-lo. Todavia, na existência corporal é que põe em prática as idéias que adquiriu”.

O período de estudos do espírito, segundo O Livro dos Espíritos, é realizado na erraticidade. Quando encarnado, seu trabalho é de colocar em prática aquilo que aprendeu. Sendo assim, repetir na vida carnal os estudos que já havia feito é não realizar cada coisa ao seu momento adequado. Além do mais, enquanto apenas estudam, os espíritos agora humanizados não colocam em prática o que aprenderam e com isso não aproveitam a oportunidade da encarnação.

Por estes motivos, afirmo que o espiritualismo concentrar seus rituais em cursos e estudos sobre elementos do mundo espiritual não é válido.

“10. Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus? Não, falta-lhe para isso sentido”.

Além de não ser válido, é infrutífero. Quando humanizado o espírito perde um sentido que lhe faz compreender perfeitamente as coisas do Universo. Vou chamá-lo de ‘sentido espiritual’.

Sem este sentido o ser humanizado acaba partindo para a compreensão das coisas universais de elementos identificando-as com elementos que existem em seu próprio mundo. Como esta identificação não traduz uma realidade do que existe no Universo, o resultado é falho. A energia espiritual com a qual convivem os espiritualistas nos seus rituais é um exemplo disso...

“27a Esse fluído será o que designamos pelo nome de eletricidade? Dissemos que ele é suscetível de inúmeras combinações. O que chamais de fluído elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido universal, que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar independente”. (O Livro dos Espíritos)

Existe uma energia universal, mas ela não é a onda eletromagnética que os humanos conhecem. Como ensina o Espírito da Verdade, o que é conhecido como energia elétrica pelos humanos já é um elemento formado pelo princípio universal. Por não compreenderem esta questão, os seres humanizados continuam tratando a energia universal como se ela fosse a terrestre. Por causa disso subordinam aquela as leis referentes as que conhecem e com isso acabam não compreendendo de forma plena o que é a energia universal.

Outro exemplo da confusão causada pela busca dos espiritualistas, está o próprio espírito. Muitos dizem que já viram espírito, que conhecem coisas sobre ele, mas o Espírito da Verdade ensina o seguinte:

“23a Qual a natureza íntima do espírito? Não é fácil analisar o espírito com a vossa linguagem. Para vós ele nada é, por não ser palpável” (O Livro dos Espíritos)

Como alguém pode conhecer a natureza do espírito se ele nada representa para o ser humanizado? Como alguém pode saber o que pensa o espírito, o que ele faz e como se comporta se nem a ele mesmo se consegue ter acesso?

Apesar da completa incompetência do ser humanizado para se relacionar com os espíritos, muitos afirma que já viram ou falaram com alguns sem a necessidade do processo de incorporação.

“88 Os espíritos têm forma determinada, limitada e constante? Para vós, não; para nós sim. O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão ou uma centelha etérea”. (O Livro dos Espíritos)

Como algo que não possui forma conhecida pelos humanos pode ser visto por este? Como pode uma chama ou clarão falar se não possui os órgãos da fala?

Reparem como a busca de conhecer o que o ser humanizado não possui a capacidade de conhecer por não possuir o sentido espiritual lhe leva a comprar gato por lebre. Reparem ainda, como o Espírito da Verdade sempre coloca que para os espíritos os elementos do Universo são conhecidos. Acreditando que as verdades que alcançam no mundo material, o ser quando se libertar da influência da matéria, não conseguirá viver no seu próprio mundo.

Este é um problema que a busca do conhecimento dos elementos do mundo espiritual causa ao espírito quando encarnado. Por isso o Espírito da Verdade recomenda:

 “14. Deus é um ser distinto, ou será, como opinam alguns, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas? Se fosse assim, Deus não existiria, porquanto seria efeito e não causa. Ele não pode ser ao mesmo tempo uma e outra coisa. Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis sair. Isso não vos tornaria melhores, antes um pouco mais orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis”. (O Livro dos Espíritos)

O Universo espiritual existe: não vá além disso... Deixem de querer formular sistemas que expliquem o que não pode ser alcançado, pois neste momento não possuem o sentido espiritual que os faça compreender os elementos do Universo. Além disso, por acreditarem que o conhecimento que obtém através desta busca é real, conquistam um saber, ou seja, algo que irá lhes fazer desarmonizarem-se com o mundo em que vivem. Além disso, ele será um estorvo quando do regresso à pátria espiritual.

Parem de analisar cientificamente as coisas do mundo. Isso porque esta busca os prende também a querer conhecer o porquê, para que, como, quando e onde, dos ensinamentos que receberam dos mestres para poderem realizar o trabalho desta vida.

Os seres humanizados de hoje não conseguem se harmonizar com o mundo apesar de ter todos os ensinamentos necessários para isso porque vivem buscando definições para aquilo que os mestres disseram. Há cinco mil anos Cristo ensinou muita coisa. Há mais de cem anos o Espírito da Verdade trouxe vários ensinamentos. Há mais de treze anos estamos falando diversas coisas. Se vocês tivessem apenas ouvido o que Cristo falou, o que o Espírito da Verdade ensinou ou os comentários que fizemos sobre s ensinamentos dos mestres, não seria necessário eu estar aqui hoje e dizer o que disse para vocês saberem o que precisam fazer para elevar-se.

Reparem: durante todos os anos que conversamos eu não disse nada de novo, mas apenas usei o que já estava ensinado há muitos anos. Porque não conseguiram colocar em prática o que já havia sido ensinado? Porque ao invés de colocar o ensinamento em prática, vocês se concentraram em querer saber como se faz o que foi dito, porque devem fazer aquilo, para que servirá o que devem fazer.

Por causa da busca incessante do saber, o espiritualismo de hoje ao invés incitar a prática do que foi ensinado pelos mestres, concentra-se em descobrir algo o porquê, para que, como, quando e onde destes ensinamentos. Se vocês apenas lessem o que os mestres ensinaram e colocassem em prática, com certeza já estariam elevados. Se ao invés de lerem e buscarem formular sistemas e equações que sustentem o que foi dito apenas colocassem em prática o que os mestres ensinaram, certamente já teriam conseguido se harmonizar com o mundo.

O problema é que como estão presos à vontade de saber, ao invés de simplesmente praticarem o que foi ensinado, buscam saber informações sobre o processo de elevação espiritual com a intenção de gerarem mais sabedoria para si. Os ensinamentos dos mestres deixaram de ser apenas um guia para tornar-se uma sabedoria, uma cultura. Gerando mais saber, o que cada um conseguiu com os ensinamentos foi adquirir mais verdades que o egoísmo que está na base da vivência do ser usa pra desarmonizá-lo com o mundo.

Aprendam uma coisa: qualquer informação sobre o mundo espiritual, sobre elevação espiritual, não contém o menor traço de ciência. Ela não pode virar uma sabedoria, mas apenas uma informação que se posta em prática o aproxima de Deus. Ela não contém nada para ser sabido, mas algo que deve ser usado sem questionar.

A entrega ao que foi ensinado pelos mestres é a fé que Cristo ensinou e disse que se o ser humanizado a tiver do tamanho de um grão de mostarda o levará a aproveitar a encarnação. Sendo a fé entrega com confiança, aquele que a tem se entrega aos ensinamentos sem querer dissecá-lo e transformá-lo numa sabedoria. Simplesmente o pratica ao invés de querer entendê-lo. Quem apenas pratica o ensinamento que recebe faz alguma coisa pela sua existência eterna; quem busca compreender os ensinamentos, os estuda eternamente e nada pratica. Com isso, nada consegue...

Quando o ser humanizado que tem fé lê que Cristo ensinou que não se deve julgar os outros, evita ter opiniões sobre qualquer coisa, pois sabe que ela é fruto de uma análise racional. Quando não tem esta fé, ele vai querer saber por que não deve julgar, o que é julgar, quem disse que ele não pode julgar, etc. Quando lê que deve tirar a trave do seu olho para não ver o cisco no do outro, aquele que tem fé corre para tirar tudo do seu olho, ao invés de ficar perguntando o que é a trave, qual o tamanho dela, porque ele não pode ter trave no olho, etc.

O grande problema que resulta da transformação dos rituais espiritualistas em cursos onde se busca saber algo é acostumar o ser humanizado que é preciso se compreender e se dissecar os ensinamentos para depois praticá-lo. Por causa da busca constante de um saber mais complexo, acabam não praticando o que foi ensinado pelos mestres e com isso não trabalham em prol da sua harmonização com o mundo. Dessa forma não realizam o objetivo da encarnação.

A prática religiosa do espiritualismo transformou a busca da elevação espiritual, que é essencialmente sentimental (amar), em um processo racional onde aquele que sabe mais é considerado mais elevado do que aquele que pouco sabe. Com isso feriram frontalmente o que os mestres ensinaram. Cristo ensinou que Deus mostra aos simples (aqueles que não possuem sabedoria) o que esconde dos sábios. Salomão, em seu livro bíblico ‘O Sábio’, ao final aconselha: ‘Filho, pare de ler, pois ler só cansa os olhos’. Nenhum mestre orientou que o caminho que leva a Deus é conseguido pela obtenção do saber. Portanto, este não é o caminho.

Participante: então, o problema são as crenças que acabamos criando nesta vida?

Não, o problema para quem quer realizar a elevação espiritual não são as crenças que existem, mas a forma como você lida com elas. Ter determinadas crenças não consiste em problema algum. Pode tê-las, não importando no que crê. O problema é achar que elas são importantes, pois isso as faz querer defendê-las. Quando isso acontece, surge sempre alguém que a atacará e com isso você perderá a harmonia com o momento.

Um ser humanizado pode viver com a mesma crença que outro, pode acreditar na mesma coisa sem que necessariamente os dois se desestabilizem numa determinada situação. Porque isso acontece? Porque um defendeu aquilo no que acreditava e outro não. Eles possuem a mesma crença, mas um perdeu a harmonia num determinado momento onde o outro não. Sendo assim, o que fez aquele se desestabilizar foi a defesa e não a crença.

O que faz o ser humanizado perder a sua harmonia com o momento não é no que ele acredita, mas o quanto defende aquilo que crê.

Saiba de uma coisa. A vida humana é uma etapa do seu processo de evolução onde realiza provações. Para que elas aconteçam o ser nasce e se desenvolve. Durante este desenvolvimento suas crenças vão sendo montadas de acordo com o país onde nasce, a região que habita, os amigos com que convive, a família que o educa, a escola onde aprende as coisas do mundo material. Durante este tempo as crenças de cada um vão sendo montadas conforme os hábitos e costumes do mundo em que o ser vive.

Formadas as crenças, começa, então, a provação em si. Ela se consiste no teste do quanto este ser agora humanizado vai amar a sua verdade acima do próprio Deus. É por isso que a crença nas verdades é problemática para a elevação espiritual: de um lado existe o mandamento de se amar a Deus e ao próximo, do outro há a prática do amar a si mesmo acima de qualquer coisa.

Acho que agora ficou clara a questão da provação do espírito, não? Mas, e agora, o que fazer com o que ouviu?

Participante: colocar em prática...

Exato. E dá para colocar isso em prática buscando ajuda na espiritualidade para resolver seus problemas ou alcançar objetivos humanos? Acho que não... Por isso, o segundo objetivo dos rituais espiritualistas de hoje em dia também não contribui para o ser humanizado realizar aquilo que se propôs fazer quando encarnou.

Nas casas espiritualistas hoje, além do estudo para conseguir um saber dito espiritual, se realizam trabalhos de apometria, incorporação, passes energéticos e outros. Estes trabalhos, junto com os cursos, formam os rituais destas casas. Será que eles são válidos para aquele que está encarnado? Vamos ver isso...

Com que finalidade são executados estes trabalhos? Ajudar o ser humanizado a conquistar aquilo que ele almeja e não consegue por si só realizar. Quando um espírito encarnado consegue o que quer o que vivencia? O prazer... Ou seja, estes trabalhos contribuem para a desarmonia do ser humanizado com o mundo ao invés de contribuir para que ele conclua o trabalho da sua encarnação.

Não estou aqui dizendo que é errado se ter estes trabalhos. O contato com o mundo espiritual é necessário para que o ser encarnado possa motivar-se a realizar o trabalho de sua encarnação. O que estou dizendo é que eles não estão sendo direcionados para servir como elementos que contribuam para o objetivo da encarnação. Vamos entender isso...

Quando um ser humanizado que se diga espiritualista vivencia um momento de angústia ele busca a casa que freqüenta. Seu objetivo é encontrar nos trabalhos mediúnicos dela a ajuda para sair desta angústia. Será que neste momento é importante para o espírito a conquista do seu objetivo para acabar com ela?

“266. Não parece natural que se escolham as provas menos dolorosas? Pode parecer-vos a vós; ao Espírito, não. Logo que este se desliga da matéria, cessa toda ilusão e outra passa a ser a sua maneira de pensar”. (O Livro dos Espíritos)

O espírito quando liberto da materialidade não busca durante uma encarnação alcançar objetivos materiais. Por isso, não se importa se durante a vida humana terá momentos de glória ou não. Para ele tanto faz sofrer ou ter prazer nesta vida: o que importa é que ele tenha as condições necessárias para realizar o trabalho a que se propõe quando encarna.

Sendo isso verdade, as casas espiritualistas deveriam socorrer mediunicamente os seres humanizados durante seus rituais com o objetivo de esclarecê-los neste aspecto e não objetivando acabar com o sofrimento. Os cultos mediúnicos deveriam servir de instrumentos para mostrar ao ser humanizado que naquele momento ele está tendo uma oportunidade de trabalho para aproveitamento da sua encarnação e não buscar servir ao seu egoísmo.

Este é o aspecto a que estou me referindo. Como disse antes, não estou nem sou contra a realização de trabalhos mediúnicos, mas sim ao fato de que eles são colocados à disposição do egoísmo do ser humanizado e não para ajudar no seu combate. Se as casas espiritualistas tivessem seus trabalhos mediúnicos voltados no socorro àquele que está sendo testado no sentido de ajudá-lo a vencer aquele momento, dariam uma grande contribuição no tocante ao objetivo da encarnação, mas como não agem neste sentido, acabam não servindo àqueles que as freqüenta.

Portanto, os trabalhos realizados pelas casas espiritualistas (estudos e práticas mediúnicas) não contribuem em nada com o processo de elevação do espírito hora encarnado. Não por eles mesmos, mas pelo sentido com que são realizados: buscar um saber e ajudar o ser humanizado a alcançar o seu humano.

Eles devem e precisam existir para ajudar o ser quando ele se humaniza, mas precisam alterar seu sentido para que se tornem instrumentos eficazes de apoio aos espíritos que estão vivendo seu processo de provação. Que devem ele fazer para isso?

“Deixai, conseguintemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmo. Estudai as vossas imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável”. (O Livro dos Espíritos, pergunta 14)

O que os rituais devem objetivar é estudar as imperfeições que o ser humanizado vive quando acredita que ter sabedoria é importante para a sua existência. Os trabalhos mediúnicos devem ser realizados com o sentido de mostrar ao ser encarnado a imperfeição que está causando o seu sofrimento, ao invés de buscar satisfazer os interesses desses. Somente assim, as casas espiritualistas podem ajudar o espírito em provação a superar o egoísmo, motivo de toda provação atual do espírito.

O ser que se humaniza vive a sua provação. Esta provação consiste-se em demonstrar que aprendeu que agir egoisticamente não é característica de um ser elevado. Para isso, ele precisa viver as imperfeições que o egoísmo causa. Sendo tudo isso verdade, o foco do ser universal quando se humaniza deve ser concentrado na identificação destas imperfeições e a conseqüente libertação delas, já que este trabalho é motivo da existência da vida carnal do espírito.

A importância do trabalho da identificação é libertação das imperfeições fica mais valorizado quando se entende a profundidade dele. Por conta do seu egoísmo e da sua sabedoria, o ser humanizado sempre se considera a pessoa certa, aquela que conhece o que é certo de se realizar. Mas, isso não é real: o ser humano é um espírito falho, que ainda está no processo de elevação espiritual. As imperfeições, assim como o egoísmo, que estão latentes na mente humana, também existem na consciência primária do espírito.

Digamos, por exemplo, que um ser humano anseia pelo poder. Buscar ter o poder é uma imperfeição, como iremos ver durante nossas conversas. Se o ser humanizado anseia por ela, isso quer dizer que o espírito que está agora vivendo esta personalidade também anseia pela mesma coisa. Sendo assim, libertar-se dela é algo valioso para a existência eterna do ser e não apenas algo que contribua para a vida humana.

Toda provação que o ser vive durante a humanização está vinculada a um gênero. Ele é escolhida para ser vivenciado durante uma encarnação pelo ser quando ainda na erraticidade porque depois de seus estudos compreendeu que ele não contribui para a sua pureza. Ou seja, o que o ser humanizado é reflete aquilo que o espírito vive naquele momento. Sendo assim, o trabalho de agora, mais do que ajudar nesta vida, traz um grande benefício para a existência eterna deste espírito. Por isso o Espírito da Verdade disse que a identificação destas imperfeições é mais importante do que se buscar compreender aquilo que não pode ser compreendido.

Participante: buscar a minha imperfeição é buscar aquilo que mais me faz desarmonizar com a vida? Por exemplo, se me desarmonizo sentindo medo, buscar a imperfeição é buscar aquilo que me atemoriza?

Não. Buscar a imperfeição é verificar tudo o que lhe dá medo e não apenas aquilo que lhe dá mais medo. Isso porque tanto faz você ter muito ou pouco medo, ainda é imperfeito, pois ainda está desarmonizado.

O que resulta da ação vivenciada com imperfeição é a desarmonia com o momento presente. Quem, por exemplo, busca o poder, sente-se contrariado quando ele é atacado. Mas, quando isso acontece? Quando alguém faz ou diz algo contrário ao que você crê.

Vocês imaginam que quem está lhes contrariando está lhe afrontando, mas isso não é real: ele está afrontando sua verdade. Quem acha importante manter sua crença intacta neste momento busca ter o poder. Tornando-se o poderoso da conversa, seus interesses prevalecem. É por causa disso que reagem com a contrariedade neste momento.

Sendo assim, conhecer as suas imperfeições não se trata apenas de conhecer suas verdades. Elas, na realidade, pouco importam. O importante é descobrir porque você acha importante ter o poder. Descobrindo que quer ser o poderoso do momento para defender suas verdades, pouco importando qual seja o seu conceito, você poderá combater a imperfeição e com isso não precisará defender aquilo que acredita. Só assim será possível se harmonizar com o momento presente.

Sabendo disso, por favor, me responda: estudar eletromagnetismo, miasmas, animismo, viagens astrais lhe ajuda a conhecer suas imperfeições? Participar de atividades mediúnicas com o objetivo de acabar com o sofrimento e alcançar o desejado, sendo protagonista ou buscando socorro, produz efeitos válidos na sua existência eterna? Não. Então, aceite meu conselho: estude suas imperfeições...

Para ajudá-los neste aspecto, os convido agora para praticar o verdadeiro espiritualismo: estudar aquilo que existe em vocês na erraticidade (as suas imperfeições) e que vieram à carne para provar que aprenderam que não devem ter...