Conversando com um espiritualista - volume III

Ajudar a elevação moral do planeta

Participante: como sermos espiritualmente mais ativos e efetivos no trabalho em prol da elevação moral do planeta, principalmente para aqueles que não exercem trabalho mediúnico ostensivo?

Amando ao próximo como a si mesmo e amando a Deus sobre todas as coisas. Não importa se faz trabalho mediúnico ou não, você só pode ajudar o mundo planetário a evoluir dando o seu próprio exemplo: amando a deus sobre todas as coisas ao próximo como a si mesmo.

Quando se fala em evolução espiritual não há outra hipótese. Se houvesse, o mestre dos mestres, Cristo, teria transmitido outros mandamentos, mas ele só deu esses. O problema é que vocês humanos, principalmente os espíritas, acham que isso é muito inculto, que isso é coisa de evangélico, que é um ignorante nas questões espirituais. Não, focar-se na prática desses ensinamentos é seguir Cristo.

Qualquer outra coisa dentro do mundo espiritual, inclusive os outros ensinamentos do próprio Cristo, são adendos. Isso porque a única coisa que precisa ser feita é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Foi por isso que ao transmitir esses ensinamentos ele deixou bem claro: você deve se esforçar para colocar estes mandamentos em prática de corpo, alma, espírito e mente. É por conta desta importância destes ensinamentos que tenho respondido a todas as perguntas sempre falando disso.

O que precisa ficar bem claro é que não há mais nada que deva ser feito pelo espírito encarnado. Na verdade, vocês querem inventar coisas a fazer quando a única coisa que precisa ser feita é isso.

Você, por exemplo, me fala em exercer uma atividade mediúnica. Se exercer esta atividade ou qualquer outra que é praticada nas casas de oração de hoje em dia (curas, caridade material, alimentar quem precisa) fosse caminho para a elevação espiritual, Cristo teria exortado vocês a fazerem. Mas, ele não ensinou isso. O que ele ensinou foi a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo; o que eles os exortou é que se esforçassem completamente neste sentido.

Aliás, eu costumo dizer que dar comida a pobre fosse caminho para a elevação espiritual, ao invés de ficar três anos andando no deserto falando com o povo, Cristo teria aberto um restaurante e daria comido de graça para todos. Faria a multiplicação dos pães e dos peixes todo dia e daria de graça a quem lhe seguia. Mas, ele não fez isso...

Participante: mas, Cristo não distribui peixes e pães ao povo?

Em três anos de pregação ele fez isso apenas uma vez...

Ao fazer isso naquele momento, ele disse: não é justo que as pessoas que os que me sigam não tenham o que comer. Então, o que lhe movia ao fazer a multiplicação dos pães não era o dar alimento, mas fazer com que a justiça acontecesse. Ele não fez por caridade, mas por justiça... Uma coisa é diferente da outra...

Fazer a caridade, dentro do sentido humano, é dar a sua sobra, ou seja, aquilo que você não usa mais ou algo inferior ao que tem para o próximo. Isso é o que significa caridade para vocês... Cristo não fez por caridade, por pena dos outros, mas por justiça. Ele deu a mesma comida que comeu.

Tem coisas que a mente humana coloca como verdade e realidade que vocês aceitam essa forma, mas que não são. Um grande exemplo disso é a crença da sublimidade de Cristo, da candura de seus olhos.

Primeiro que ele não tinha olho azul. Ele era árabe; árabe é moreno e não tem olhos azuis nem é louro. Segundo: este olhar cândido que vocês acreditam que ele tinha, chamou os seus seguidores de vermes malditos. Este mesmo olho matou uma figueira que não dava fruto quando não era para dar. Este mesmo olho cândido e sublime meteu o chicote no lombo dos mercadores do templo. Por estes motivos acho que ele não era tão cândido quando vocês o pintam nem tão sublime quanto imaginam.

Existem alguns detalhes que vocês precisam entender, compreender, para sair do sistema humano religioso. É preciso se libertar dele porque este é um sistema que existe à favor da humanidade e não da espiritualidade. Preste muita atenção nisso...

Podem existir palavras bonitas, podem existir descrições bonitas, mas se você olhar o todo do trabalho de Cristo verá que estas descrições nem sempre são embasadas em suposições perfeitas.