3ª Conversa - Política

Aceitar a decisão da maioria

Portanto vimos o primeiro detalhe: nenhum político consegue administrar a coisa pública pensando no povo. Todos eles possuem uma tendência de priorizar este ou aquele grupo na sua ação política porque são seres humanos que têm paixões, verdades que acham certo. Quanto a você, nunca conseguirá enfiar na cabeça deles que estão errados.

Vou falar agora da questão da eleição. Disse que se você não concorda com o modo de agir de um político, na próxima eleição vote em outro. Estamos, portanto, falando de votações.

As pessoas que votam em políticos que não conseguem se eleger imaginam que perderam as eleições. Isso é ilusório. No resultado de uma eleição não há perdedores, mas apenas a vitória da maioria.

Esta é a ideia que o ser humano que guerreia pela sua paz tem. Ele não se sente perdedor com o resultado de uma eleição, mas tem a consciência de que a maioria da população ganhou. Isso quer dizer que aquele será o político que governará para a população como um todo, inclusive você. Por isso, é o seu político, mesmo que tenha votado e goste de outro.

Como vocês dizem, a voz do povo é a voz de Deus. Isso quer dizer que a maioria o colocou naquela situação e por isso, nada pode ser feito para tirá-lo de lá. Por mais que você se rebele contra a eleição deste ou daquele político, precisa compreender que a posição que ele ocupará foi determinada pela maioria da população e a partir daí ele será o governante de todos.

Ora se a maioria, grande ou pequena, decidiu por um nome, é preciso que você compreenda que de nada adianta ficar criticando esta decisão, quem foi a favor daquele político. Ele foi apoiado pela maioria, por isso a minoria, como reconhece que esta decisão é tomada em nome do todo, precisa aceitar a sua eleição.

Sei que a maioria que se rebela contra um político é porque diz que eles estão fazendo coisas erradas para a população. Isso faz parte: ninguém pode acertar o tempo inteiro. O fato é que ele foi eleito pela maioria e você, como minoria, não pode fazer nada, a não ser acatar o que foi decidido.

Desculpe, pode sim. Pode deixar que o político eleito pela maioria faça as suas besteiras que prejudicam o povo para que a maioria na próxima eleição veja o que ele fez e não vote mais nele.

O que estou querendo mostrar nas três situações que falei é que a crítica não leva a lugar nenhum, seja ela feita somente de você para si ou que faça publicamente. Vivendo-a só consegue uma coisa: viver sem paz.

Só quem sofre com suas críticas é você. A maioria que votou naquele político, se continua gostando da sua ação, não tem reclamações a fazer e por isso não sofre com as suas críticas. Estes estão muito bem, obrigado, e só você está sofrendo.

Sofrendo porquê? Porque quer mudar uma coisa que não tem – não estou usando este termo como ataque, mas no seu real sentido – competência para mudar. Não estou dizendo que você é incompetente, mas sim que não possui competência legal para mudar o que está feito. O único amparo legal para que você promova esta mudança é com seu voto. Por isso, ao invés de ficar criticando o político, aguarde o momento da nova votação e aí exerça a sua competência.

Este é o segundo detalhe sobre este tema.