Conversando com um espiritualista - volume II

A vitória sobre o outro

Participante: a vitória obtida pelo processo mental sobre o outro não existe, não é mesmo?

Perfeito... A vitória que a mente alcança não existe... Na verdade, a vitória não é alcançada por vencer o outro materialmente falando, mas trata-se também de um pensamento: a ideia de ter vencido.

O que a mente quer de verdade é criar a ideia de ter vencido e não realmente vencer. Porque ela quer isso? Para justificar a sensação do gozo do prazer.

Tudo o que a mente faz é criar razões para que você viva o prazer. O que é isso? A sensação oriunda da satisfação de ter alcançado seus desejos. Todo pensamento, então, tem como ideia justificar esta sensação. Ela, no entanto, é o oposto do amor proposto por Cristo.

O amor ensinado pelo mestre tem como fundamento o nós; o prazer tem o individualismo. Quem ama se satisfaz quando alguém alcança; quem tem prazer só se satisfaz quando ele alcança.

O prazer é o mal que o Espírito da Verdade afirma ser uma das opções do ser encarnado na pergunta 851 de O Livro dos Espíritos. O amor ensinado por Cristo é o bem, a outra opção disponível para o espírito a cada momento da existência humana.

Disse que a intencionalidade primária da mente é ganhar, mas isso não é real. Na verdade a mente só quer ganhar para poder tentar o ser humanizado a optar pelo prazer ao invés de escolher o amor. Esta é na verdade a intencionalidade primária da mente.

A vitória que ela cria não é real e nem a derrota. Tudo o que a mente cria tem como intencionalidade gerar uma razão para que o ser humanizado opte pelo prazer ou pela dor, que são as duas expressões do mal.

É por isso que a derrota sofrida pela mente também não é real. Quando você vê uma coisa fora do lugar a sensação que a mente cria é de que você foi derrotado: ‘quantas vezes eu já não falei que isso não é para estar aqui’? Esta ideia traz a sensação da derrota, da atividade sem resultados... Com isso ela lhe dá uma razão lógica para sofrer, mas você não precisa fazer isso. Sempre há disponível a opção pelo amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.