Imperfeições do ser - Textos

A programação e a libertação do vício

Participante: Se a vontade de Deus for que a pessoa continue experimentando um vício, de que adiantará a ela se desviar não dando atenção a mente?

O vicio não está na mente, mas sim em você. É a mesma questão que já falei sobre o egoísmo: a mente não é egoísta, ela propõe um egoísmo. São coisas diferentes. Neste caso, o egoísta é você quando aceita a proposta de egoísmo gerada pela mente.

A mesma regra se aplica à questão do vício. Ele não é da mente; ela apenas o propõe, ou seja, lhe oferece o copo da cachaça. Ela pode oferecer o quanto quiser sem que isso a torne alcoólatra, pois você toma se quiser ou não. Aceitando, quem é viciado é você e não quem lhe ofereceu a bebida.

Trazendo esta questão para o nosso assunto, os vícios genéricos da vida, digo que a mente lhe diz que existe um padrão de limpeza que precisa ser seguida; você pode ou não aceitá-lo. Aceitando torna-se um viciado e por isso aceita as cobranças que a mente cria dos outros. Mas, no seu mundo mental também não existe a informação que este padrão e só seu e que você não deve exigir dos outros que tenha a mesma limpeza? Sim. Então você tem as duas informações disponíveis e escolhe a que quer vivenciar: ou vai aceitar a crítica que a mente cria ou não.

Participante: nós temos esta opção de escolha?

Sim, você tem esta opção de escolha. Não em palavras, mas em emoção.

A mente diz que determinada pessoa é vagabunda porque não limpa a casa. Junto com este raciocínio ela propõe uma emoção. É esta que você pode rejeitar.

Quando exponho o faço em palavras porque não há como tornar consciente a você uma idéia sem a utilização de vocábulos, mas a opção que você tem é apenas sentimental. Usando palavras, então, a sua opção está em quando a mente disser que uma pessoa é vagabunda por não limpar a mesa, responder: ‘sim, ela não limpa e por causa disso a mesa está suja. E daí? Será que sou o juiz do mundo para criticar esta pessoa’?

Estou usando palavras para mostrar uma postura sentimental, pois é neste campo que você tem como agir e não no que é pensado ou feito.