Conversando com um espiritualista - volume I

A missão do espírito

Participante: mas, não é através da nossa ação que Deus pode ajudar os outros para que eles possam se modificar, pensar e agir diferente, ou cada um recebe individualmente a sua missão através de seu sofrimento e nós nada podemos ou devemos fazer para que essa situação seja melhorada?

São duas perguntas em uma só. Sim, cada um recebe de Deus a sua parcela individual. Sim, você é um instrumento para auxiliar os outros. Até aqui você está perfeito na sua forma de ver, mas vamos entender melhor o ensinamento. .

Que auxílio você quer dar ao outro? O que você acha que deve dar? Aí está o problema. É a questão do individualismo. Vamos voltar à primeira frase desta oração: “Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz”, não da minha. Não adianta se querer que aquele que tem a fome não a tenha mais, pois dessa forma estarei sendo instrumento da minha paz.

Você deve ser instrumento da paz de Deus. O instrumento pode até dar o prato de comida, mas não deixa de ensinar ao próximo a ser feliz com o que ele tem. Não cria revolta nem desunião, mágoa ou críticas. Dá o prato de comida e auxilia o próximo em nome de Deus e não no seu próprio.

Para que ele possa ajudar em nome de Deus deve dar além do pão. Ensiná-lo que, ao invés de lastimar a sua falta de comida, deve amar a Deus para gerar um carma diferente e aí poder receber comida.

 Participante: é dar a vara?

Sim, ensine-o a pescar. Dê o peixe, o prato de comida, mas não deixe de dar a vara e ensiná-lo a pescar. Ensine-o a amar a Deus acima de todas as coisas, inclusive da sua situação e mande-o pescar (viver seus acontecimentos) para que ele nunca mais tenha fome.

Participante: Deus não nos utiliza apenas para ajudar os carentes, mas também como instrumento de puxões de orelha também. A caminhada não são só flores, não é isso?

Sim, concordo plenamente com você: os espíritos são utilizados como instrumentos para auxiliar os carentes, mas também os abastados. No entanto, enquanto você der o puxão de orelha com a sua consciência de certo ou errado, ensinando o que sabe que é certo, estará agindo em nome de Deus, mas tirando vantagem (prazer) do que o Pai está fazendo.

Auxiliar ao próximo sempre será a orientação da necessidade de mudanças, mas se mudar em que sentido? Para Deus, nunca para você, para o que acha certo. Ensiná-lo a amar a Deus acima de todas as coisas é universalismo, mas ensiná-lo a atravessar a rua na outra esquina e não nesta porque a acha perigosa, isto é individualismo.