As reformas da reforma

A culpa

Participante: acontece que a gente trabalha para dar uma educação para nosso filho. Acontece que quando o educamos estamos dando a ele uma oportunidade de viver o que não vivemos. Na verdade, damos aos nossos filhos algo que não conhecemos, que não temos experiência e nem sabemos se realmente é o melhor.

Também não adianta você se culpar pela forma que está agindo. Não estou falando tudo isso para lhe criticar, mas sim para que você compreenda a questão do amar, que é uma das reformas que é necessário fazer para se alcançar a elevação espiritual.

Como mostrei antes, a vida é programada pelo ser antes da encarnação para que existam nela as vicissitudes que servirão de prova. A forma como você educa o seu filho é um dos instrumentos geradores desta alternância de situação que gera o campo de trabalho do ser encarnado.

Por isso não adianta se discutir se você o educa assim ou assado. Não adianta se discutir se você o faz impondo padrões, dando liberdade total ou até mesmo abandonando-o. Você não poderia agir de forma diferente. Cada um vem para fazer suas provas e por isso será educado de um jeito que as suas provações possam ser realizadas, que as vicissitudes pedidas existam.

Quando você foi educado, foi preparado para suas provas. No momento que está educando seus filhos está os preparando para as deles. Por isso, as criações precisam ser diferentes. Como as provas dele não são as mesmas suas, as criações precisam ser diferentes.

De tudo isso, o que posso lhe dizer é que Deus colocou o filho dele sob a sua guarda para que você o eduque e assim gere o campo de batalha que este ser irá enfrentar para promover as suas reformas. Esta educação precisa ser exatamente a que você lhe dá, pois se fosse diferente não geraria as vicissitudes necessárias para o trabalho deles. Portanto, não se culpe pela forma como você os educa. Crie-os dentro da forma que achar que deve, mas não se esqueça de ter sempre com ele uma relação de igualdade.

Participante: onde está a igualdade, então, se os educamos orientando-os para pensarem de uma determinada forma?

Na forma como lidam com a relação deles.

Você como pai tem todo o direito e até o dever, como vimos, de orientar seus filhos. Só não tem o direito de exigir que eles ajam da forma que você espera.

Para que exista igualdade entre dois seres, cada um tem fazer o que quer. Sendo assim, você tem o direito de falar o que quiser para eles. Só não tem o direito de exigir que eles sigam a sua orientação.

Aquele que ama verdadeiramente cumpre o seu papel na vida de outro dizendo o que diz, mas não espera que sua orientação seja seguida. Ele fala o que precisa ser falado, mas não imagina que apenas porque falou o outro irá seguir o que foi aconselhado.

Quando aquele que foi orientado não segue a orientação recebida, aquele que ama verdadeiramente não sofre, não perde sua paz e harmonia. Pela compaixão do amor ele tem consciência do sofrimento que o outro está vivendo, mas não perde a sua felicidade. É isso que estou querendo mostrar a vocês.

Para se promover a reforma do amar não é necessário mudar a forma como você interage com seus filhos no tocante à educação, mas mudar a si mesmo deixando de sofrer quando eles não seguem o que lhes foi orientado. Esta é a quarta reforma que caracteriza a reforma íntima.

Estamos usando a educação de um filho como exemplo porque é um dos amores que vocês consideram mais sublimes, mas isso vale para todos os relacionamentos de uma existência. Promover a reforma do amar é sempre lidar com os outros da forma que se lidar, mas nunca esperar que eles sigam o que é dito apenas porque você falou que aquilo era melhor ou certo.