Senhor da Yoga - Cap. 2 - Caminho do discernimento

Versículo 64

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Senhor da yoga - versículo 64

64. Mas aquele que dominou a si mesmo, auto conhecendo-se e com isso alcançou a tranqüilidade interior, esse se move imperturbado entre os objetos, graças a um sentir incontaminado, livre de todo anelo.

Aqui começa a resposta de Krishna à Arjuna...

No item cinqüenta e quatro Arjuna pergunta: como anda, senta, se porta fisicamente o homem elevado? Krishna responde aqui: de uma forma não perturbada...

A única diferença entre um ser elevado ou não elevado é mental. O ser não elevado anda entre as coisas de uma forma perturbada: será que aquilo está no lugar, será que vai acontecer determinada coisa? Será que é certo fazer isso? Aquele cuja mente funciona com este tipo de pensamento é o homem perturbado.

Já o homem não perturbado transita entre as coisas sem ver nada. Não sem olhar, mas sem perturbação: se está deste jeito, está certo; se está desta forma, está bom... Ele não se perturba com nada. Nada lhe perturba.

Desta conclusão podemos, então, chegar à resposta de Krishna à pergunta sobre a diferença do andar ou sentar entre o homem sábio e o não sábio? Nenhuma. O sábio não tem diferença no andar, mas na atenção entre as coisas pelas quais anda. É na atenção que se dá às coisas deste mundo que está a diferença entre aquele que tem a sabedoria de verdade e o que apenas se considera elevado (possui cultura).

Esta é a modificação que acontece com quem transforma cultura em sabedoria: ele não muda a vida, mas muda de vida... O ser elevado continua vivenciando todas as suas situações, mas não mais as vivencia de uma forma perturbada, mas sim na reta tranqüilidade. Ele está sempre tranqüilo com tudo que está acontecendo. Ele se senta igual a outro, mas quando faz isso não se preocupa se o chão está seco ou molhado, sujo ou limpo, enquanto o ser perturbado se preocupa com isso, busca limpar o lugar antes de sentar, etc.

É essa perturbação que é a diferença entre o ser elevado e o humano. Por isso estamos dizendo há muito tempo: viver não é um ato material, mas mental ou sentimental...