Senhor da Yoga - Cap. 2 - Caminho do discernimento

Versículo 46

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Senhor da yoga - versículo 46

46. Para um autêntico brâmane, vivenciador da Verdade, todos os livros sagrados ou Vedas são de pouca valia. Tais livros assemelham-se a um pequeno tanque de água que perde a sua utilidade quando, como numa inundação a água (ou vivência) se espalha por todas as partes.

Este é um ponto que já tinha comentado diversas vezes. Já havíamos falado dele quando estudamos os ensinamentos de Buda.

Lá dissemos que o ensinamento é como um barco que lhe leva do porto da ignorância ao da sabedoria. Só que quando se chega o destino é preciso desembarcar (esquecer o ensinamento). O problema é que tem muita gente que acha o barco bonito (imagina que o ensinamento é muito profundo) e fica navegando eternamente dentro do barco. Com isso não realiza nada...

Na verdade, todos os ensinamentos não valem de nada: eles são apenas culturas. O que é preciso alcançar é a sabedoria, ou seja, a cultura na prática. Enquanto você tiver cultura apenas, este saber lhe parecerá um oásis: sentir-se-á realizado por ter alcançado uma verdade, uma coisa importante que deve saber e ensinar aos outros. Mas, isso não leva a lugar algum: o que precisa é praticar o que aprendeu...

Quando transfere a cultura para a sabedoria, transfere para a vivência, tudo o que soube torna-se automático em você. Na verdade, se inunda com o saber e aí não mais consegue ver um oásis, mas faz parte dele. Enquanto apenas sabe, não consegue distinguir a água da terra...

O ser que alcança a sabedoria, ou seja, consegue a realização do que sabe, não mais se prende ao ensinamento, porque passa a ser o próprio... É isso que Krishna está ensinando... Aliás, a mesma coisa que estudamos em Buda, Cristo, em O Livro dos Espíritos, ou seja, um ensinamento universal.

 Por isso compreenda: cultura é uma coisa, uma tina com água; sabedoria é aprender a viver dentro da água...