Senhor da mente - textos - livro 2

Versículo 40 - O substantivo, o adjetivo e o verbo

Para o senhor da mente os substantivos passam a existir como criação do ego. O senhor da mente sabe que o substantivo não existe no mundo externo, mas no interno. Ele desenvolve essa crença porque sabe que se acreditar que o substantivo existe externamente sucumbirá as paixões, posses e desejos de ter, possuir e usar aquele elemento.

Muito tempo atrás disse: quem aprende a essência da elevação espiritual não precisa arrancar uma flor da terra, pois já a tem dentro de si. Agora posso explicar isso melhor.

Acreditando na existência do substantivo externamente, necessitará arrancar a flor da terra e coloca-la na sua sala para acreditar que ela existe. Controlando a mente, sabendo que é ela que cria figuras, não há necessidade de tirar a flor do lugar que ela está. Ao olhar para a sua sala verá a flor. Essa visão não é olhar pelo olho, mas uma visão espiritual: sentir a presença da flor.

Não sei se me fiz entender. Por isso vou resumir: com relação ao adjetivo, apesar do ego continuar criando, o senhor da mente não se submete a essa criação; com relação ao substantivo, apesar do ego continuar criando, o senhor da mente tem a convicção de que ele existe apenas internamente e não fora. Se não está lá, mas sim aqui, o senhor da mente sabe que pode ter tudo o que quiser, mesmo que seja – olhe bem o que vou dizer – na imaginação.

Qual o problema de se ter alguma coisa só na imaginação e não fisicamente? Afinal aquilo que é chamado pelo ser humanizado como realidade é somente uma imaginação.

Participante: e os verbos, que são as ações, sempre existem, mas não são nossos. É isso?

O verbo, que é a ação, não existe. Ele é apenas uma criação mental e por isso existe apenas no mundo interior.

Por exemplo: você não toca, não canta, não fala, etc. Você não age de forma alguma. O que existe é a ilusão da ação, que é criação do ego. Por isso, você, como senhor da mente, ainda perceberá ações, mas irá se libertar da influência delas.

Não acreditará no agente da ação que o ego cria ou no receptor dela. Vou dar um exemplo: o seu ego criou uma história entre duas figuras com a utilização de um verbo, sujeitos e substantivos. Nessa história ele criou um verbo matar, ou seja, criou a ideia de que um mata o outro. Criou o adjetivo: uma das formas é um assassino.

Essa cena você não pode deixar de ver e nem perceber nada diferente de uma pessoa com uma arma atirando na outra. Deixar de ver isso, que é a junção de um verbo com dois substantivos e um adjetivo, não pode. No entanto, pode controlar-se frente a essa criação dizendo a si mesmo: ‘as pessoas e o tiro, os substantivos, não existem, estão dentro da minha mente; a ação não foi gerada nem recebida por ninguém, pois a ilusão da ação está dentro da minha mente; o adjetivo, aplicado à cada um deles, assassino e vítima, não são reais’. É isso que deve fazer.

Não estou dizendo que deve classificar como amoroso um ato de dar um tiro. Não estou dizendo que quando assumir o controle da sua mente receberá pensamentos diferentes dos de hoje. Tudo continuará existindo para o senhor da mente quanto para o homem decaído. A única diferença é que o homem lúcido irá conviver com a interpretação da percepção criada pelo ego sem estar apegado, sem acreditar nela.

Agora deu para ficar claro? Acho que pegamos um exemplo onde estão todos os elementos que você falou.