Senhor da mente - textos - livro 2

Versículo 40 - Mover-se

O Yogi, ser lúcido, que crê mover-se entre os mais diferentes objetos sensoriais, jamais deve apegar-se a eles, por conseguinte, é aconselhável que mantenha a mente livre das virtudes e dos defeitos pensados, que dos próprios objetos parecem promanar, tal como o próprio vento.

Vamos passo a passo, porque há muitos ensinamentos aqui.

Mover-se

O Yogi, ser lúcido, que crê mover-se entre os mais diferentes objetos sensoriais

Olha que grande ensinamento: o ser não se move; crê mover-se.

Ninguém se locomove entre objeto algum. Por favor, olhem agora ao seu redor. Provavelmente estão vendo cadeiras, sofás, armários, paredes, chão, porta, etc. Para você, tudo isso está ao seu redor. É isso que o ego lhe diz através da percepção, mas essa informação não é irreal.

Nada que seja percebido externamente está fora de você ou ao seu redor. Todas as imagens que são percebidas estão dentro de você. Todo cenário que imagina está ao seu redor e do qual tem noção de profundidade, de altura, de largura, não existe onde imagina que está. Tudo é mera criação da mente. Tudo, tudo, inclusive o seu corpo, está dentro de você.

É por isso Krishna fala daquele que acredita mover-se entre os objetos. Fala assim porque se o objeto está dentro de cada um, a movimentação só existe como criação do ego.

Sempre quando faço menção a percepção de visões ou audições falo sempre da ilusória impressão de ação. A ação praticada por um elemento material não existe como você imagina. Ela não é praticada externamente; só existe dentro do ego. É um filme que a razão projeta enquanto lhe diz que aquilo é real, que está acontecendo externamente e que você está junto com elas naquele ambiente.

Tudo isso não é real. A realidade é que você, espírito, está no universo paradinho, sem se movimentar. Está no universo onde não existe nenhuma das formas que são percebidas pela razão humana. É por isso que respondi quando m disserem que as pessoas falam: ninguém fala; as falas das conversas são geradas no ego.

A partir disso temos que entender que nada é real: você, o outro, o que é falado ou feito. É o seu ego quem está criando o que você está falando e o que o outro está respondendo. Ele cria e você, como é prisioneiro dele, como aceita o que ele cria, acredita que está conversando com outra pessoa.

É isso filhos, essa é a verdade, essa é a realidade.

Participante: como às vezes podemos conversar com nós mesmo, então é ego proseando com ego?

Deixe-me explicar uma coisa: o ego não conversa consigo mesmo nem com outros egos. Sabe por quê? Porque não há conversa.

A ação de conversar é uma ilusão criada pelo ego. Não há a conversa. A ilusória ação de estar conversando, seja com outra pessoa ou consigo mesmo, é uma criação do ego.

Essa criação é uma ilusão, ou seja, não uma realidade. É a ideia de haver pessoas, assuntos, palavras e ações acontecendo e não um acontecimento real.

A razão cria os personagens envolvidos, cria a ilusão deles estarem conversando (ação), cria a ideia de alguém estar ouvindo. Não há conversa.

Se olharmos pelo lado humana, as criações do ego, a vida humana é solitária, pois todo relacionamento é gerado pelo ego. Olhando pelo lado espiritual haverá relacionamento entre os espíritos no mesmo momento em que o ego a ilusão. No entanto, a comunicação entre seres universais desencarnados não envolve conversa, fala.

Compliquei com essa resposta? Sim. Por quê? Porque quando falamos que tudo que vem à mente é ilusão, o seu ego ainda mantém coisas que não estão submetidas a essa realidade. Mas tudo é tudo; não dá para se preservar nada.

Portanto, se lhe vem à mente que você está conversando consigo mesmo, a conversa, não só as palavras ou o assunto, é ilusão, mas o ato de conversar, como criação do ego, também é uma ilusão, não existe.