Senhor da Yoga - Cap. 3 - Caminho da ação

Versículo 4

Reproduzir todos os áudiosDownload
Senhor da yoga - versículo 4
Senhor da yoga - versículo 4
Senhor da yoga - versículo 4

04 - Um homem não consegue libertar-se da ação só porque resolve não cumpri-La; tampouco pela simples renúncia à ação se logra a perfeição. (A verdadeira não-ação é aquela em que, ao cumprir-se, todo e qualquer motivo pessoal ou intenção está ausente)

Agora o bendito senhor está falando de atos, ações. Ele diz: o homem jamais poderá deixar de fazer alguma coisa. Isto é o que fala primeiramente. Vamos estudar esta afirmação...

Você não pode fugir das ações pré-programadas para sua existência; não pode se negar a praticar atos que estejam escritos no seu livro da sua vida. Tal compreensão deve nos levar a entender que as pessoas não fazem e nem podem fazer nada errado. Ninguém jamais poderá deixar de fazer aquilo que esteja fazendo ou que fez. Isso porque quando alguém age está sempre cumprindo a determinação de Deus para aquela ação.

Agora, ao fazer a ação, o ser humano pode anexar a ela uma paixão, positiva ou negativa. Paixão positiva é o prazer: ‘eu gostei’ do que fiz’, ‘eu queria fazer isso’, ‘eu fiz o que acho certo’, ‘eu fiz o que eu acho bonito’, ‘eu estou me sentindo bem porque fiz aquilo’. A paixão negativa é a culpa: ‘eu não devia ter feito aquilo’, ‘eu não gostei do que fiz’, ‘eu acho que aquilo não deveria ter sido feito’.

Todas as duas não levam a Deus, não são caminhos para a universalidade. Isso porque as duas levam o ser humano à dependência do seu querer, do seu achar, da sua paixão.

O sendeiro que leva a Deus, a Yoga perfeita acontece quando o ser humano vivencia a ação sem intencionalidade, sem paixão: ‘estou fazendo porque estou fazendo’, ‘não estou fazendo porque gosto, porque quero’ ou ‘não estou fazendo porque não gosto, porque não quero’. Esta forma de vivenciar a ação leva ao universalismo porque este ser está perfeitamente sintonizado com aquele momento, com o Universo.

Não importa o que você está fazendo. O que importa é que você está fazendo aquilo. Isso é uma verdade fria. Agora se desta ação universal você tirar um lucro próprio, seja ele positivo ou negativo, seja um prazer ou a culpa, não participou daquela ação dentro do sendeiro da elevação espiritual.

Participante: Eu não entendo. Se os atos são dados de acordo com os nossos sentimentos, de repente, por causa de um determinado sentimento, pode acontecer um que não é o melhor pra gente apenas como conseqüência de um sentimento?

Todo ato que lhe acontece, mesmo que você não goste, é o melhor sempre.

Quando você fala ‘não é o melhor pra mim’ está dizendo que Deus está lhe punindo. Isso só poderia acontecer se Ele não fosse o amor sublime.

Participante: Eu não diria punindo, diria que estaria dando de acordo com meu merecimento por causa do sentimento?

Dar o que não é melhor para você só poderia acontecer se Deus não fosse o amor sublime. Suponhamos que tenha tido raiva e o Pai tenha redirecionado a sua raiva para aquela outra pessoa. Vamos estudar este exemplo.

Você teve raiva porque escolheu raiva. Deus direcionou seu pensamento para que esta raiva fosse aplicada para aquela pessoa. A partir daí você pratica um ato raivoso contra ela. Está certo o meu raciocínio dentro do que tenho dito?

Participante: Sim...

Acontece que se Deus direcionou a raiva que você escolheu ter para aquela determinada pessoa é porque ela precisava e merecia recebê-la. Ele não agiu desta forma porque aquela pessoa era a que estava mais perto ou por qualquer outro motivo. Portanto, apesar de você ter escolhido raiva, este acontecimento não ocorreu isoladamente dentro do Universo. Deus usou o que você escolheu para dar a outra pessoa o que ela precisava e merecia. Assim, a sua escolha sentimental, apesar de aparentemente errada ajudou Deus na obra geral: o campo de provas para evolução dos espíritos.

Para que prejudicasse os outros com sua escolha sentimental seria necessário que eles não merecessem receber aquilo. Neste caso, eles estariam sendo injustiçados e Deus, neste caso, não poderia mais ser a Justiça Perfeita...

Participante: E a questão da culpa?

Não existe culpa. O que existe é uma situação que você não gosta e por isso se culpa. A culpa pela prática do ato não existe: ela só acontece dentro de você porque não gostou do que fez...

Participante: Por causa desse sentimento de culpa eu deixo de fazer atos para outras pessoas?

Não necessariamente. O que você deixa é de ser protagonista de outros atos, fundamentados em outros sentimentos. Passa a ser protagonista apenas daqueles que precisam e merecem receber a sua culpa...