Senhor da mente - textos - livro 2

Versículo 38 - O verdadeiro serviço ao outro

Para o homem se tornar verdadeiramente bom, deveria aprender da montanha como orientar todas as suas ações para o bem do próximo sem exceção. Inclusive o próprio nascimento, ou renascimento, deve ser inteiramente dedicado para o bem dos outros. Ao mesmo tempo que se dedica a isto, como discípulo das árvores, deveria aprender a estar sempre a disposição de todos.

Olha que grande lição: o sábio, assim como a montanha e as árvores, dedica-se a servir ao outro.

O que será servir ao outro? Será que é fazer o que ele quer? Será que é doar tudo que você tem? Não. Vocês não têm noção, e nunca terão, do que é servir o próximo enquanto ligados a um ego humanizado.

Por que isso? Porque o ego funciona a partir do egoísmo. Por isso, mesmo quando ele diz que está servindo ao próximo, a realidade que cria é fundamentada em um desejo: o desejo de servir. Sem esse desejo, a razão jamais servirá o próximo.

Por isso afirmo que você não está servindo ao próximo: está satisfazendo um desejo individual. Com isso, não apaga o fogo da paixão e do desejo.

Sendo assim, vocês poderiam me perguntar: se nunca vou poder saber como é servir o próximo, como vou poder fazer isso que é importante para a elevação espiritual? A resposta é simples: não se servindo deles.

Isso é o máximo que você pode fazer de serviço ao próximo: não aceitar o serviço a si mesmo que o ego cria quando fala em ajudar o outro. Como se faz isso? Vamos dar um exemplo.

Se a razão diz que você tem que socorrer uma pessoa, lembre-se que ela está gerando essa ação não por socorro ao próximo, mas está usando uma paixão e um desejo individual. Isso compromete a ação porque ela possui uma intenção egoísta. Por isso diga a si mesmo: ‘não tenho que fazer essa ação; se fizer fiz, se não fizer, não fiz. Se der a mão, dei, se eu não der, não dei. Não há certo em fazer nem errado em não’.

Esse é o maior serviço que você pode prestar ao outro: não se servir dele para satisfazer a sua paixão e o seu desejo que estão presentes nas criações do ego.

É isso, filhos. Essa é a realidade da vida. A mente humana cria padrões sobre o que atender o próximo. Você acha que eles são reais, mas não entende que possuem uma intencionalidade egoísta, estão aprisionados a paixões e desejos individualistas.

Não, você não poderá jamais, enquanto aprisionado a um ego humano, fazer nada pelo outro. Mesmo quando fizer atos nesse sentido, estará usando o outro para fazer o que quer fazer, pois só socorre quem quer na forma que acha que deve.

Então, aprenda com a árvore. Ela não se preocupa em nascer nesse ou naquele lugar, não se preocupa em ter mais flores para embelezar ou folhas para dar sombra. A árvore não se preocupa em dar frutos ou não.

A árvore existe onde está sem nenhuma preocupação, sem querer ser nada. Quem aprende com a árvore sabe que o serviço ao próximo passa por não aceitar imposições para ser ou fazer alguma coisa. O senhor da mente entende isto e por isso age junto ao ego para não aceitar o ter que fazer ou o ter que deixar de fazer. Ele simplesmente diz: ‘o que acontecer, aconteceu’.