Senhor da Yoga - Cap. 2 - Caminho do discernimento

Versículo 19 e 20

Reproduzir todos os áudiosDownload
Senhor da yoga - versículo 20
Senhor da yoga - versículo 20

19. Aquele que pensa que este ser mata e aquele que pensa que este ser é morto, os dois são ignorantes porque pensam, raciocinam. O ser não mata nem morre.

20. Esse ser não nasce nem morre e tampouco reencarna; o ser não tem origem; é eterno, imutável, o primeiro de tudo e todos e não morre quando matam o corpo.

Neste trecho temos um novo ensinamento de Krishna: o ser não reencarna. Vamos falar sobre isso...

Na verdade o ser não reencarna neste caso é usado no sentido de não ter uma carne nova. A encarnação do ser deve ser vista como o assumir uma nova identidade e não um novo corpo. Não é a carne que marca um período da vida do espírito, mas sim a identidade. Atribuir a reencarnação e existência de uma nova carne é dizer que a vida existe por causa da carne. Isso não é verdade. Tem gente que sai da carne e não perde a sua última consciência humana. Ele é o humano, está vivo como humano que foi, mas não tem carne.

Então, quando Krishna fala que o espírito não reencarna, o faz neste sentido: o ser humano não existe por causa da carne, mas sim por causa da individualidade (identidade) criada para aquela etapa da vida espiritual.

Ligar a idéia de encarnação a uma matéria carnal é subordinar a vida carnal à carne. É por causa da crença de que a encarnação é marcada pela existência da carne que se diz que a encarnação acaba com a morte, com o desligamento do espírito com o corpo físico. Mas, isto também não é verdade...

A vida não acaba com a morte, mas sim com o fim da identidade. Só quando o espírito deixar de ter a identidade que teve na sua última existência carnal ele terá desencarnado...

Por isso não deveríamos dizer que há reencarnações, mas ‘reidentificações’...

As diversas encarnações são identidades diferentes das quais fazem parte o corpo. Ele é apenas uma parte da identidade. O corpo físico, as sensações e a história formam uma encarnação, ou seja, uma identificação que o espírito vivencia a durante a sua jornada terrestre.

Se subordinarmos a existência da vida material apenas aos que estão com carne, não poderíamos acreditar em fantasmas, porque ao morrer, aquela identidade estaria acabada. Mas não é isso que acontece: na verdade acaba a carne e o espírito continua na mesma encarnação, pois ainda acredita ser a mesma identidade.

Mas Krishna ainda fala mais neste capítulo. Ele diz: o ser é o primeiro de tudo de todos.

Para entender isso pergunto: o que é o Universo? É o campo de desenvolvimento dos espíritos... Então, o Universo existe para nos servir.

Portanto, nós somos os primeiros. O universo não serve às coisas materiais, mas tudo que existe e todos que existem estão aí para nos servir e para nós servirmos a eles...