Frequentemente, neste mundo, os homens que discerniram de fato a verdade a respeito da totalidade vital cosmo, graças a seus próprios esforços, libertam-se das tendências malignas.
A partir disso podemos dizer que Krishna ensina aquele que alcança o reto entendimento, ou seja, que passa a ser senhor da sua mente ao invés de ser escravo dela liberta-se do egoísmo.
O egoísmo não se acontece através de atos, de ações. Ele está presente na intenção com a qual se vive os atos ou ações. A partir disso posso dizer que o Sublime Senhor ensina que aquele que consegue ser senhor da sua mente participa das ações sem intenção egoísta.
Só há um detalhe a mais para comentar. Krishna não fala que ele consegue sempre, mas frequentemente, ou seja, às vezes, muitas vezes, mas nem sempre. Essa é uma questão importante que precisamos entender.
Há muito espírito humanizado, encarnado, que por missão jamais se libertará do egoísmo. Como o Bendito Senhor ensina no Baghavad Gita, ninguém pode agir contrário à sua própria natureza. Isso acontece dessa forma porque a natureza do ser encarnado é um elemento da ação carmática, um elemento da obra geral.
Por isso, alguns estão predestinados a viver com uma intencionalidade egoísta. Só vivendo desse jeito servirá como instrumento carmático daqueles que precisam desse carma.
Quanto aos outros, podem até libertar-se do ego, mas isso não quer dizer que a intenção egoísta vai sumir durante a encarnação. Mesmo liberto, muitas vezes o ego vencerá e a intencionalidade egoísta estará presente.
Isso é necessário não só para que aquele ser encarnado não se desligue da luta, mas também para ajudar os outros. Quem convive com alguém que tem notadamente a intenção egoísta critica o próximo. Mas, como Cristo ensina, “o reino do céu está dentro de cada um”. Se isso é verdade, pergunto: quem tem condições de avaliar o que vai por dentro dos outros? Não tendo, como, então, afirma que sabe e critica o outro por aquilo.
Portanto, é importante que mesmo que interiormente o ser encarnado tenha se libertado do ego, esteja livre da influência egoísta da razão, ele permaneça praticando atos egoístas.
Participante: por exemplo, é o que acontece com Hitler?
Não, Hitler não é um espírito, é um personagem.
Não adianta ficar especulando. Como disse ninguém jamais vai conseguir saber que espírito evoluiu-se ou não. Então, especular sobre isso é apenas fazer fofoca.
Participante: nesse mês uma revista espírita afirmou que ele foi o anticristo.
Participante: nossa Joaquim, que bom ouvir isso.
Se não serve para acusar ninguém, também não pode servir como desculpa, viu?
Veja bem o que Krishna fala: “aquele que consegue controlar a sua mente frequentemente consegue”. Então, é preciso primeiro controlar a mente para poder justificar o ser egoísta.