Senhor da yoga - Cap. 4 - Caminho do conhecimento

Versículo 13

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Senhor da yoga - versículo 13
Senhor da yoga - versículo 13
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13 - As quatro castas foram criadas por Mim, segundo a aptidão (gunas) e ações (karma) dos homens. Ainda que Eu seja o autor disso, em realidade sabe que sou imutável e não-agente.

Sua aptidão depende do seu carma. Ou seja, a diferença social e intelectual dos seres humanos faz parte da programação de Deus para o teatro da vida de cada um.

Ninguém é rico: Deus faz ficar rico quem precisa deste cenário para a sua provação. Ele não faz alguém rico para dar o prazer. As riquezas, tanto materiais como intelectuais fazem parte do carma daquele ser e estão nele para que ele vença o que decorre de cada aptidão. Ninguém é médico. A aptidão para a medicina faz parte do carma do ser. Deus o fez médico para que ele vença as coisas que a profissão de médico traz, como o orgulho, a soberba, a vaidade.

Neste mundo as diferenças entre as classes sociais jamais acabarão, pois elas são criadas como instrumento de ação do espírito para sua reforma íntima. Portanto, enquanto houver espírito que precisar ser pária, vai existir o pária.

Participante: Então, nós não precisamos ajudar ninguém?

Pode até ajudar, se ajudar, mas sem sofrer. Para isso é preciso saber que ele vive aquela vida especificamente porque aquele é o carma do espírito.

A partir disso, precisamos gerar uma consciência: não adianta criticar o governo porque os problemas sociais jamais irão acabar. Salomão, Cristo e Paulo falam isso: você tem que atender ao governante porque cada um deles foi escolhido por Deus. Mas, isso não impossibilita a sua ação de ajudar alguém. Apenas acaba com a obrigação de ter que ajudar, com o padrão de certo que lhe faz julgar os outros. Por exemplo: se você vê uma pessoa em mau estado, se ajudar, ajudou, se não ajudar, não ajudou. O que devemos é agir sem intencionalidade, sem padrões de certo.

Participante: Aconteceu uma coisa interessante outro dia. Um homem bateu palmas na porta de minha casa pedindo ajuda. Ele disse ser pedreiro e que trabalhava numa obra ali perto e estava precisando de dinheiro pra consertar o pneu do carro. O valor era R$7,00. Eu entrei, peguei R$10,00 e quando voltei pra entregar os dez reais ele disse que eram dois pneus. Então voltei e peguei mais quatro reais e dei pra ele. Depois fiquei pensando: eu fiz aquilo tão sem perceber e tinha certeza que em outras circunstâncias eu não faria isso jamais. Eu acho que o cara precisava do dinheiro e eu fui instrumento para isso.

Vamos apenas consertar uma coisa. Imaginar que deu porque achava que ele precisava do dinheiro ainda é ter uma intencionalidade. A única Realidade do que você falou é que deu o dinheiro.

Sabe por que ele bateu na sua porta? Porque bateu. Sabe por que ele pediu dinheiro? Porque pediu. Sabe por que você deu o dinheiro? Porque deu. Mas, por que ele não bateu em outra porta? Porque não bateu. Por que todo mundo bate na sua porta? Não é porque o muro é baixo, nem porque a casa é bonita: bate porque bate. Liberte-se do porque das coisas. Se ficar se preocupando com os porquês vai continuar criando verdades com as quais passará a viver.

Mas, neste trecho tem algo que não comentamos. Krishna fala: 'Ainda que eu seja o autor disso, em realidade sabe que sou imutável e não agente'.

Deus é imutável, ou seja, é igual sempre. Sendo assim, qualquer que seja a aptidão do ser humanizado é o mesmo Deus que está criando. Por isso afirmo que não existe aptidão mais importante do que outra. Tanto faz ser médico ou bandido: tudo é Deus...

Deus é Criador, mas não agente das aptidões dos seres humanizados. Ou seja, quem determina a aptidão que um ser humanizado terá não é a vontade de Deus, mas a necessidade do espírito. Deus gera a aptidão, mas quem causou a necessidade da riqueza ou da pobreza é o espírito, através do seu carma.

Apenas mais um detalhe: isso vale pra tudo. Tudo o que você tem, todas as aptidões de sua vida existem porque você precisa como agente carmático.